Anta: características, hábitos e curiosidades sobre o animal

Apesar do sentido pejorativo, a anta é um animal muito inteligente que auxilia no crescimento das matas brasileiras. Mas está em extinção.

A anta-brasileira, tapir, ou simplesmente anta é um animal do gênero Tapirus e uma espécie muito importante para o ecossistema brasileiro. Como o maior mamífero da América do Sul, as fêmeas dessa espécie podem chegar até 300 quilos e 2 metros.

No seu habitat natural (sendo que no Brasil, boa parte da espécie vive no Pantanal e no norte da Amazônia) são animais completamente inofensivos.

Algo surpreendente sobre esta espécie é que as antas têm um corpo enorme com o qual fazem novos caminhos que são usados ​​por outras espécies, por isso são conhecidos como arquitetos da selva.

Elas também são chamadas assim porque suas fezes contêm restos de sementes, que eles espalham enquanto caminham.

Infelizmente, no nosso país as antas enfretam diversas ameaças como colisões nas rodovias, caça ilegal e um risco elevado de contaminação por agrotóxicos, em função da expansão da agropecuária em larga escala. Saiba mais sobre este animal a seguir.

Características gerais da anta

A aparência da anta é semelhante à de um porco, pois possui uma morfologia robusta e arredondada. Em suma, sua característica mais marcante é o nariz ou tromba, que consiste em focinho, lábios grossos e uma grande abertura nasal, bem como é formado por tecidos moles.

Além disso, ela tem membros curtos e cauda curta. Ademais, possui 3 dedos que na verdade são cascos nas patas traseiras e 4 nas patas dianteiras. As orelhas são ovais.

O pelo curto e eriçado cobre todo o corpo, que geralmente é marrom escuro, cinza ou preto. Mede aproximadamente 1 metro de altura nos ombros, cerca de 2 metros de comprimento, e seu peso varia de 150 a 300 quilos.

Distribuição geográfica e habitat da anta

No mundo, há quatro espécies desse animal, sendo: anta-brasileira, anta-da-montanha (que vive nos Andes), a anta-centro-americana (encontrada na América Central) e a anta-asiática (Indonésia, Malásia, Mianmar e Tailândia).

Pertence aos habitats da selva, das florestas caducifólias e montanhosas, dos pântanos e das pradarias, desde que existam fontes de água suficientes. Por outro lado, nos Andes, a anta vive nas áreas montanhosas.

Alimentação

Esses animais possuem hábitos noturnos. Ou seja, eles dormem quase o dia todo e, à noite, saem em busca de alimento. Sua alimentação consiste, basicamente, em folhas, frutos, ervas e plantas aquáticas.

Além disso, seu focinho ajuda na busca de alimentos. Isso porque elas o utilizam para mover as coisas para os lados e encontrar alimentos escondidos.

Reprodução

A anta começa a acasalar entre os 3 e 5 anos de idade, mas a fêmea atinge a maturidade sexual antes do macho e dá à luz a cada 2 anos. Após acasalar na água, a anta tem um único filhote, que nasce após um período de gestação de aproximadamente 13 meses.

O filhote de anta vem ao mundo com os olhos fechados e fica assim até depois de 1 ou 2 horas. Além disso, sua pele tem listras marrons ou bege que gradualmente desaparecem e, aos 6 meses de idade, estão livres delas ou muito menos visíveis. A expectativa de vida de uma anta é de cerca de 25 ou 30 anos, tanto na natureza quanto em cativeiro.

Por serem animais solitários, as antas só formam casais para a reprodução. Nesse período, os machos conseguem atrair as fêmeas a partir de um assobio muito alto e estridente. Logo após o acasalamento, que pode acontecer tanto dentro quanto fora da água, o casal se separa.

Comportamento da anta

Além de serem animais noturnos, eles são animais tímidos, por isso, preferem viver em matas fechadas. Mesmo assim elas podem ser encontradas em matas abertas, desde que estejam em um local que possua fonte de água todo o tempo. Contudo, as espécies que habitam a Cordilheira dos Andes são bastante diurnas.

A anta caracteriza-se por manifestar um comportamento calmo e tímido, o que não implica que seja incapaz de se defender. Se assustado, pode atacar com suas mandíbulas causando ferimentos muito graves, mas regularmente evita o confronto e foge para as fontes de água para se proteger.

As antas também são ótimas nadadoras. Isso acontece, especialmente, quando estão fugindo de alguns predadores, como onças e tigres.

Estado de conservação da anta

O cenário de conservação da anta não é muito promissor, isso porque 4 espécies do gênero estão em perigo de extinção ou vulneráveis. São, nomeadamente, a anta brasileira (Tapirus terrestris), a anta da montanha (Tapirus pinchaque), a anta de Baird (Tapirus Bairdii) e a anta malaia (Tapirus indicus).

Isso se deve, principalmente, à caça indiscriminada para obter sua carne ou para comercializar o animal, à destruição de seu habitat natural em consequência da poluição, exploração madeireira e urbanização, e à invasão de áreas protegidas. Por outro lado, seus predadores naturais são onças, crocodilos, tigres e sucuris.

Anta e seu significado negativo

Há muito tempo, o termo anta é usado de forma depreciativa, para xingar alguém de estúpido ou idiota. Existem algumas justificativas, não tão boas, que explicam essa associação.

A primeira é que o período de gestação do animal se assemelha ao do burro. A segunda é que esses animais possuem uma visão ruim, portanto, ao sentirem uma ameaça, saem correndo e destruindo tudo à sua frente.

Apesar disso, a associação pejorativa ao nome não faz jus ao animal. Na verdade, as antas são muito inteligentes. Cientificamente, elas possuem um número muito grande de neurônios e são muito espertas.

Além disso, as antas têm uma memória tão boa que pode ser comparada com a de um elefante. E, quase como para compensar a visão ruim, a audição do animal é bastante precisa.

Além da inteligência, as antas auxiliam na preservação dos biomas brasileiros. Isso porque elas são grandes e conseguem se alimentar de frutas inteiras, incluindo o caroço. Logo, ao evacuarem aquele alimento em outra parte da floresta, elas acabam deixando também as sementes por ali.

Por fim, elas também foram responsáveis por criar alguns caminhos no princípio da história do Brasil. Por serem “arquitetas da selva”, seu hábito de abrir caminhos fez com elas criassem trilhas no meio da vegetação, que eram aproveitadas pelos índios e pelos bandeirantes.

Fontes: Britannica, Infoescola, Pontobiologia, Worldanimalprotection

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