Calendário judaico – Como funciona, características e principais diferenças

O calendário judaico, chamada de Luach em hebraico, é utilizado pelo povo judeu que, diferente do gregoriano, conta o tempo desde a criação de Adão.

O calendário judaico, chamado de Luach em hebraico, é utilizado pelo povo judeu como um organizador do tempo, como dias, semanas, meses, anos e séculos. Além de ser usado como contador de comemorações, festividades, celebrações e outras solenidades. De acordo com os hebreus, os anos passaram a ser contados a partir da criação de Adão.

Dessa forma, o Luach é um calendário do tipo lunissolar. Ou seja, é baseado no ciclo lunar, onde cada mês começa com a lua nova, diferente do calendário gregoriano que é baseado no ciclo solar. Por isso, o Luach é composto alternadamente por 12 ou por 13 meses.  Ademais, o calendário judaico usado atualmente foi fixado por Hilel II (um estudioso judeu e fundador de uma dinastia dos patriarcas que eram os chefes espirituais do judaísmo) em 358 d.C. Após discussões e estudos entre os sábios da época.

Enfim, o objetivo de criar um calendário permanente era para que Comunidades que viviam fora de Israel pudessem seguir. Portanto, atualmente, os meses do Luach são fixados por um cálculo complexo, que leva em consideração inúmeros fatores religiosos adicionados por rabinos da época do Tamuld.

Por exemplo, o primeiro dia do ano não pode cair em um domingo, nem em uma quarta-feira e nem sexta-feira. Além disso, os meses Cheshvan e kislev podem ter 29 ou 30 dias, que é determinado de acordo com o ajuste necessário para o começo do ano seguinte.

Calendário judaico: origem

Simplesmente

O calendário judaico foi criado há mais de 3.300 anos, cuja origem são histórias religiosas. De acordo com a crença judaica, a lua nova do mês de Nissan (março/ abril calendário gregoriano), teria sido mostrada por Deus a Moisés antes do povo hebreu sair do Egito. Cujo evento teria acontecido 2448 anos após a criação de Adão, que é considerado o marco zero do Luach, ou seja, é quando o calendário judaico começou a ser contado.

Em suma, o calendário judaico é lunissolar, ou seja, os meses seguem os ciclos da lua. Dessa forma, o mês começa a cada lua nova, mas, ajustes são feitos de acordo com as estações do ano, que são regidas pelo sol. Ademais, essas alterações são necessárias para que as festividades judaicas que devem ser comemoradas em determinada época do ano não caiam em estações trocadas. Por exemplo, a Páscoa, na primavera do hemisfério ocidental.

Calendário judaico: como funciona

Calendarr

Basicamente, o Luach é composto por 12 ou 13 meses divididos entre 29 e 30 dias, dessa forma, cada ano judaico é 11 dias mais curto do que o ano do calendário gregoriano. E ao ano com 13 meses é dado o nome de Shaná Meuberet. Então, para ajustar essa diferença, foram criados os anos bissextos, onde um mês é acrescentado ao ano. Dessa forma, a cada 19 anos, 7 anos são bissextos no calendário judaico.

Ademais, os meses do calendário judaico são:

  • Nissan (março/abril)
  • Iyar (abril/maio)
  • Sivan (maio/junho)
  • Tamuz (junho/julho)
  • Av (julho/agosto)
  • Elul (agosto/setembro)
  • Tishrei (setembro/outubro)
  • Chesvan (outubro/novembro)
  • Kislev (novembro/dezembro)
  • Tevet (dezembro/janeiro)
  • Shevat (janeiro/fevereiro)
  • Adar (fevereiro/março)
  • Adar 2 (março/ abril – quando há a ocorrência de ano bissexto)

Diferente do calendário gregoriano, no Luach os dias se iniciam sempre ao surgimento da primeira estrela na noite anterior. Motivo pelo qual as festividades judaicas sempre começam ao anoitecer. Por exemplo, quando um feriado cair em uma terça-feira, o início oficial pelo calendário judaico será ao anoitecer de segunda-feira. Enfim, a passagem de ano não é comemorada na passagem de Adar para Nissan, pois, para os judeus a criação do mundo aconteceu em Tishrei. Por isso, o Ano Novo Judaico, chamado de Rosh Hashaná, é celebrado na passagem do mês de Elul para Tishrei.

Calendário judaico: dias da semana

Shofar Post

Dias da semana do calendário judaico:

  • Iom Rishon – início: noite de sábado / término: final da tarde de domingo (primeiro dia da semana)
  • Iom Sheni  – início: noite de domingo / término: final da tarde de segunda-feira
  • Shlishi – início: noite de segunda / término: final da tarde de terça-feira
  • Revii – início: noite de terça / término: final da tarde de quarta-feira
  • Chamishi – início: noite de quarta / término: final da tarde de quinta-feira
  • Shishi – início: noite de quinta / término: final da tarde de sexta-feira
  • Shabat – início: noite de sexta / término: final da tarde de sábado (último dia da semana)

Mês judaico

Revista Kadimah

No calendário judaico o ano tem aproximadamente 354 dias, com o mês lunar composto por 29 dias, 12 horas e 44 minutos. Dessa forma, para que se tenha números inteiros, um mês lunar teria alternadamente 29 e 30 dias. Sendo chamados de mês incompleto e completo, respectivamente.  Por isso, o início de mês, chamado de Rosh Chodesh, é celebrado em 1 dia quando o mês é incompleto, e celebrado por 2 dias quando é completo.

Ademais, os meses do Luach tem nomes que foram adaptados do antigo calendário babilônico, que são maiores do que os meses do calendário romano. Da mesma forma, sete dos nomes usados nos meses do Luach são mencionados na Bíblia, são eles:

  • Kislev (Ne 1:1 e Zc 7:1)
  • Tebeth (Et 2:16)
  • Shebat (Zc 1:7)
  • Adar (Et 3:7 e 8:12)
  • Nisan (Ne 2:1 e Et 3:7)
  • Sivan (Et 8:9)
  • Elul (Ne 6:15)

Ademais, a Bíblia também menciona outros quatro nomes antigos que não são mais usados, que se relacionavam com agricultura ou plantas:

  • Abib (Ex 13:4)
  • Ziv (I Rs 6:1, 37)
  • Ethanim (I Rs 8:2)
  • Bul (I Rs 6:38)

Ano judaico

AMEN

No calendário judaico o ano lunar tem 354 dias, 11 dias amenos do que o ano solar, que tem 365 dias e mais um quarto de dia. Portanto, o ciclo lunar precisa ser ajustado ao calendário solar de forma que as festas judaicas aconteçam nas estações corretas. Então, para que o ajuste seja feito, é criado um ano embolísmico, com 13 lunações, cujo mês adicional é chamado de Adar II (Adar Sheni).

Dessa forma, a cada 19 anos o calendário judaico coincide com o calendário gregoriano. Em suma, os anos embolísmicos possuem 383, 384 ou 385 dias. Enfim, para descobrir se um ano judaico é embolísmico, basta dividir o ano judaico por 19. Então, se o resto for 3,6,8,11,14,17 ou 19 (no último caso não sobrará resto), este ano será um Ano Embolísmico.

Rosh Hashaná: Ano Novo judaico

Uol

De acordo com o calendário judaico, o Ano Novo ocorre no primeiro dia do mês de Tishrei, que é o primeiro mês no Luach, sétimo mês no calendário Bíblico e nono mês do calendário gregoriano. Em suma, um dos símbolos mais importantes do Rosh Hashaná é o shofar (instrumento feito de chifre de carneiro tocado na data, que remonta a época que os judeus eram nômades). Além disso, o shofar soa como um alarme, chamando a todos para à reflexão e à consciência adormecida. Pois, para os judeus, o Rosh Hashaná (cabeça do ano em hebraico) é tempo de refletir e se arrepender dos pecados.

Por fim, para calcular o ano judaico basta acrescentar 3760 ao não do calendário gregoriano. Mas, levando em consideração que a passagem de ano no calendário judaico acontece entre setembro/ outubro. Por exemplo, se o ano é 2021, então, para os judeus o ano é 5781, acrescentando um ano entre os meses de setembro/ outubro.

Curiosidades sobre o calendário judaico

Uol
  • Para os judeus, o shabat (sábado) é considerado como um dia sagrado, reservado para o descanso.
  • É muito comum que as tardes das sextas-feiras sejam livres também.
  • Já o domingo, é considerado pelos judeus como dia produtivo de trabalho.

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Fontes: Calendarr, Conib, Aqui Eu Aprendi

Imagens: Shofar Post, Cafetorah, Simplesmente, Revista Kadimah, Uol, AMEN, Kadimah

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