O candomblé é uma das religiões de matriz africana mais praticadas no mundo, inclusive no Brasil. Ela é derivada de cultos tradicionais africanos, na qual há crença em um Ser Supremo.
O culto é dirigido a forças da natureza personificadas na forma de ancestrais divinizados, chamados orixás.
O candomblé acredita na alma e na existência da vida após a morte. A palavra “candomblé” significa “dança” ou “dança com atabaques”. Os orixás cultuados são normalmente reverenciados por meio de danças, cantos e oferendas.
História do candomblé no Brasil
O candomblé chegou ao Brasil através dos negros escravizados, vindos da África. Como no Brasil o catolicismo sempre foi muito forte, os negros eram proibidos de exercer a sua religião original. Para escaparem da censura exposta pela igreja, eles usavam imagens de santos.
A consequência principal disso foi o sincretismo do candomblé com o catolicismo, e que se perpetuou chegando até os dias de hoje. Muitas casas de candomblé fogem desse sincretismo hoje em dia, buscando voltar as suas origens fundamentais.
Os negros que desembarcaram no Brasil naquela época, vinham de várias regiões da África. Consequentemente temos uma mistura de orixás de várias regiões do continente africano. Cada Orixá representa uma força da natureza e também representava um povo ou uma nação.
O Candomblé brasileiro originou-se na Bahia em meados do século XVIII e definiu-se durante o século XX. Atualmente, existem milhões de praticantes em todo Brasil, chegando a mais de 1,5% da população. Em 1975, a Lei Federal 6292 tornou certos terreiros de candomblé patrimônio material ou imaterial passível de tombamento.
Rituais do candomblé
Em um ritual de candomblé, é variável o número de pessoas. Isso depende de vários detalhes, como do tamanho do espaço usado para o culto.
Eles são praticados em casas, roças ou terreiros. Esses, por sua vez, podem ser de linhagem matriarcal, patriarcal ou mista.
As celebrações são dirigidas pelo pai ou mãe de santo. Pai de santo recebem o nome de “babalorixá”, e mãe de santo, de “iyalorixá”. A sucessão desses líderes espirituais é hereditária.
Os rituais de Candomblé contam com cânticos, danças, batidas de tambores, oferendas de vegetais, minerais, objetos. Eles também podem contar com o sacrifício de alguns animais. Os participantes usam trajes específicos com as cores e guias do seu orixá.
A preocupação com a higiene e a alimentação também é muito presente nos rituais. Tudo deve estar purificado para estar digno do orixá.
E, para os que se interessam pelo candomblé, a iniciação pode ser bem demorada. Em média, os rituais de iniciação de um novo membro levam 7 anos para serem concluídos.
Orixás
As entidades Orixás representam a energia e a força da natureza. Cada um deles possui personalidade, habilidades, preferências rituais e fenômenos naturais específicos, lhes conferindo identidades distintas.
Os Orixás desempenham um papel fundamental no culto quando são incorporados pelos praticantes mais experientes. Apesar da enorme variedade de orixás, existe alguns mais famosos e cultuados no Brasil. Eles são:
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Exu
Seu nome significa “esfera”, seu dia é a segunda-feira e sua cor é a vermelho (ativo) e preto (absorção de conhecimento). A saudação é Laroiê (Salve Exu) e seu instrumento é um equipamento de sete ferros presos numa mesma base, voltados para cima;
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Ogum
Seu nome significa “guerra”, seu dia é a terça-feira e sua cor é o azul escuro (cor do metal quando aquecido na forja). Sua saudação é Ogunhê, Olá, Ogum e seu instrumento é a espada de aço;
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Oxóssi:
Seu nome significa “caçador noturno”, seu dia é quinta-feira e sua cor azul turquesa (cor do céu no início do dia). Sua saudação é O Kiarô! e seu instrumento é arco e flecha;
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Xangô
Seu nome significa “aquele que se destaca pela força”, seu dia é quarta-feira e suas cores são vermelho (ativo), branco (paz), marrom (a terra). Sua saudação é Kaô Kabiesilê e seu instrumento é um machado de madeira;
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Oxalá:
Seu nome significa “luz branca”, seu dia ´sexta-feira e a sua cor é branca. Sua saudação é Epa, Babá! (Salve, pai!) e seu instrumento é um cajado;
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Iemanjá:
Iya, significa mãe; Omo, filho; e Eja, peixe. A cor é branca e azul e o seu dia é sábado. Seu instrumento é um espelho e a saudação é O doiá! (odo, rio);
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Ibeji/Erês:
Ib significa nascer; e eji, dois. Todas as cores o representa e o seu dia é o domingo. Ele não tem um instrumento e sua saudação é Beje eró! (Chamar os dois!).
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Fonte: Toda Matéria
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