Cobra cascavel – O que é, características, alimentação e veneno

Responsável pelo maior número de mortes causadas por mordidas de cobras, a cobra cascavel está em segundo lugar no ranking das mais venenosas

Cobra cascavel - como vive uma das cobras mais venenosas do mundo

A cobra cascavel é uma serpente peçonhenta dos gêneros Crotalus e Sistrurus. Possui espécies em todo o continente americano e é extremamente comum por aqui, no Brasil.

A cascavel é a principal responsável por mortes causadas por acidentes ofídicos, ou seja, causados por mordidas de cobras. Além disso, a espécie Crotalus durissus está em segundo lugar entre as cobras mais venenosas. Em primeiro, está a cobra cobral.

Das 35 espécies encontradas ao redor no mundo, entretanto, apenas a Crotalus durissus vive no Brasil. Ela pode ser encontrada nos cerrados, regiões áridas e semi-áridas do Nordeste, assim como nos campos das regiões Sul, Sudeste e Norte. A abrangência da cascavel está mais concentrada na América do Norte, em regiões do sudoeste dos Estados Unidos e norte do México.

Chocalho da cobra cascavel

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Caldeirão Político

Quando se fala em cascavel, a primeira lembrança certamente é do barulhinho do chocalho. O som emitido por um guizo na ponta da cauda é emitido como alerta para inimigos ficarem longe, a fim de evitar confrontos.

O chocalho é formado a partir das trocas de pele das serpentes. Com a cobra cascavel, no entanto, não há uma saída completa da pele antiga, o que faz com que parte no fim do rabo. Assim, são formados anéis que, ressecados, formam os guizos que provocam o barulho.

É comum que muita gente relacione o número de anéis com a idade da cascavel, mas isso não é correto. Isso porque as trocas de pele podem acontecer de duas a quatro vezes por ano, dependendo do animal. Além disso, serpentes mais velhas podem perder anéis antigos com o tempo.

As cascavéis também são conhecidas por emitirem um chiado que serve como alerta. Ele acontece quando a serpete expele o ar da glote com força no interior da garganta, criando uma espécie de assobio. Por causa disso, o nome da cascavel na língua tupi é boicininga, cobra que soa.

Características

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Pebmed

As cascavéis são ovovivíparas, ou seja, os ovos são chocados dentro da fêmea. Elas são capazes de guardar espermatozoides durante meses no corpo, antes de fertilizar os óvulos. Os ovos são carregados por cerca de três meses e, logo após o nascimento dos filhotes, eles estão livres para a vida selvagem. Isso porque cascavéis não passam tempo com seus filhotes.

Geralmente, a cobra cascavel é bastante corpulenta, com uma cabeça triangular. Algumas espécies podem chegar a até 2 m e 4,5 kg e vivem de 10 a 25 anos.

A pele das cascavéis realiza uma importante função de sensibilidade de mudança na temperatura do ar. Assim, elas podem buscar lugares quentes para abrigo, já que para manter a temperatura corporal estável, precisam trocar calor com o ambiente. Além disso, a pele também tem a função de camuflagem.  A maioria das espécies tem tons terrosos marcados por losangos e hexágonos escuros sobrepostos em um fundo mais claro.

A cascavel tem uma péssima audição, mas outros sentidos bem aguçados. Essas serpentes conseguem detectar vibrações na superfície para “ouvir” o ambiente. Além disso, contam com um olfato eficaz, ativado tanto pelas narinas como pela língua.

Assim como outras cobras da família Viperidade, as cascavéis possuem fossetas loreais entre os olhos e as narinas. Com isso, podem detectar presas com temperaturas maiores do que a do ambiente em que estão. Ou seja, mesmo em ambientes escuros, conseguem caçar percebendo o calor de suas vítimas.

Habitat e alimentação

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ED

Além de viverem em zonas de cerrado, cascavéis também são encontradas em regiões de deserto, bem como pastagens, campos e montanhas rochosas. Essas serpentes, inclusive, costumam passar um bom tempo dentro de tocas e fendas encontradas em rochas. Já nas regiões mais frias, elas são capazes de hibernar dentro das tocas.

Fora do refúgio, preferem lugares abertos, ao sol. Ainda que não sejam animais noturnos, no entanto, podem preferir sair à noite em dias de muito calor.

Sua dieta é baseada em pequenos roedores e lagartos. Para caçar, ficam à espreita, até que a vítima esteja perto suficiente para um bote. Ele é tão rápido, inclusive, que pode durar apenas cinco décimos de segundo.

O ataque paralisa a presa, graças ao veneno, e ela é engolida praticamente inteira. Como o processo digestivo pode levar dias, dependendo do tamanho da presa, as cascavéis podem ficar escondidas durante toda a fase de digestão.

Veneno da cobra cascavel

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Popular Science

O veneno da cobra cascavel é extremamente poderoso, capaz de destruir células do sangue das vítimas, bem como causar lesões musculares e afetar os sistemas nervoso e renal.

No sangue humano, existe uma proteína chamada mioglobina. Quando em contato com o veneno da cascavel, essas células são destruídas e a mioglobina sai na urina da vítima, que fica com uma cor avermelhada.

O veneno também possui uma proteína responsável por acelerar a coagulação, ou seja, o sangue da vítima endurece. Nos humanos, um processo parecido acontece quando a trombina é ativada. Uma vez que ficamos machucados, a proteína entra em ação para formar a casquinha das feridas.

Como tratar uma picada

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Conforme relatos do Instituto Butantan, a picada de cascavel não dói. Mas isso não significa que ela não cause danos graves. Por conta do veneno neurotóxico, há alterações no sistema nervoso que podem deixar a vítima com dificuldades de locomoção e respiração.

A vítima de uma mordida não deve fazer torniquetes ou garrotes na região, uma vez que isso pode agravar a ação do veneno. Isso pode, então, levar à amputação do membro atingido. Além disso, também não se deve enfaixar o local do ferimento.

A recomendação é lavar a ferida com água e sabão ou soro fisiológico. A solução mais apropriada e urgente, no entanto, é levar a vítima para o tratamento em um hospital. Se possível, o cobra também deve ser levada, para facilitar a identificação do animal e o tratamento correto.

Fontes: Uol Educação, Mega Curioso, InfoEscola

Imagem de destaque: azcentral

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