Muito tem se falado sobre a greve dos caminhoneiros que se instalou nas estradas no Brasil desde o dia 21 de maio. Para quem ainda não entendeu o que está acontecendo, a paralisação desses motoristas se trata de um protesto contra o aumento abusivo do preço dos combustíveis, especialmente da gasolina e do Diesel.
Só para que você tenha ideia do que estamos falando, em algumas cidades brasileiras, como em Águas Claras, no Distrito Federal, o litro da gasolina para o consumidor final (ou seja, eu e você) chegou a custar R$ 9,99.
Por que os caminhoneiros são tão relevantes?
Agora, se você não gosta ou não entende de economia, provavelmente ainda não entendeu porque tanto escândalo, não é mesmo? Afinal, como a greve dos caminhoneiros pode causar tantos estragos quanto as pessoas estão dizendo?
Para quem ainda não entendeu o assunto, a resposta é simples: sem os caminhoneiros, as mercadorias, desde os alimentos até o combustível que você abastece seu carro, deixam de chegar até as prateleiras e, claro, aos consumidores. E isso não só dentro do Brasil, mas também em países vizinhos, como no caso da Argentina.
Por que o combustível está tão caro?
Sobre o preço dos combustíveis, a Petrobrás determinava que as mudanças nos preços acontecessem de acordo com a variação internacional de cada mês. No entanto, desde 2016, a empresa passou a acompanhar os valores das refinarias internacionais, que têm autorização para mudar seus preços a cada semana ou até mesmo a cada dia.
Como consequência disso, combustíveis derivados do petróleo, como a gasolina e o diesel, tem se tornado opções insustentáveis para quem depende deles para trabalhar. Os caminhoneiros, por exemplo, que transportam toda uma gama de suprimentos e produtos de necessidades básicas, são um dos mais afetados por esses aumentos frequentes.
Em que pé está a greve?
A greve dos caminhoneiros, que já tomou conta das rodovias de 22 estados e do Distrito Federal, é uma forma bruta de chamar atenção do governo para a necessidade dessa regra do reajuste do preço dos combustíveis ser alterada.
Só que até que o Estado atenda as reivindicações ou tome medidas drásticas contra os caminheiros, a população está sendo diretamente afetada em seu dia a dia, como você confere logo abaixo.
Já com relação ao final da greve dos caminhoneiros, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) afirmou que a paralisação só vai terminar quando o governo sancionar e publicar oficialmente a decisão de zerar a alíquota do PIS-Cofins sobre o diesel.
Descubra como a greve dos caminhoneiros afeta sua vida:
1. Combustível
Sem que os caminhões saem do lugar, o combustível, assim como as demais mercadorias que chegam até os distribuidores de caminhão, não estão sendo entregues.
O resultado é a escassez, inclusive de combustível. Nos postos, muitas bombas já estão secando e só serão reabastecidas quando os motoristas decidirem encerrar o protesto.
Filas e mais filas também estão se formando nos postos de gasolina que ainda contam com combustível nas bombas, apesar da recomendação oficial para os consumidores são fazerem “corrida aos postos” para não acelerar ainda mais o desabastecimento. Em Brasília, DF, foi registrado um congestionamento de 3 km, por exemplo.
2. Transporte
Com a alta dos preços, as pessoas estão tendo dificuldade para abastecer e estão deixando o carro em casa. Mas, o abastecimento do transporte público também está comprometido.
Em São Paulo, por exemplo, 40% dos ônibus urbanos pararam de circular na quinta-feira (24), por falta de reposição de combustível nas distribuidoras e nas garagens da prefeitura.
3. Supermercados
O abastecimento de alimentos também está comprometido com a greve dos caminhoneiros, especialmente os que vêm de outros estados.
Sem o transporte para chegar até os supermercados e armazéns, os suprimentos estão parados e muitos produtos perecíveis, que deveriam chegar até o consumidor o mais rápido possível, estão sendo descartados.
Por causa dos estoques sem reabastecimento, por exemplo, algumas redes de supermercados já estão limitando a compra unidades por pessoas de determinados produtos.
4. Correios
Devido à greve dos caminhoneiros, os Correios acabaram suspendendo os serviços de Sedex. A empresa explicou, por meio de um comunicado, que a paralisação gerou uma “forte impacto” nas operações.
5. Aeroportos
De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), mesmo com a escassez de combustível nos aeroportos, os vôos que estão em operação estão sendo abastecidos de acordo com o regulamento.
Entretanto, para que não haja contratempos, a orientação é de que os passageiros procurem as companhias aéreas para confirmar os voos antes de se dirigirem aos aeroportos.
6. Escolas e universidades
As aulas em várias escolas e universidades acabaram sendo suspensas devido à falta de transporte público e particular para os estudantes. Creches e núcleos de educação infantil também estão sendo afetados devido à greve dos caminhoneiros.
7. Saúde
Dentre outros problemas, os hospitais podem ficar sem abastecimento de oxigênio, materiais básicos, medicamentos e insumos em geral. Até mesmo os suprimentos para diálise, em São Paulo, já estão comprometidos.
E agora, entendeu porque todo mundo está falando tanto sobre a greve dos caminhoneiros? O que você pensa sobre o assunto? Você é contra ou a favor da greve? Você já sentiu os efeitos da greve no seu dia a dia? Não deixe de comentar!
Agora, falando em greve e em escassez de suprimentos, você precisa conferir ainda: 9 alimentos que você precisa estocar em caso de um desastre natural.
Fonte: Estadão, Ana Maria Braga, Finanças Femininas