Kamikaze – Quem eram, origem, cultura e realidade

Para muitos um ato honroso, para outros uma completa loucura, mas não podemos negar que ser um kamikaze demandava muita coragem ou loucura.

Kamikaze foi o nome atribuído aos famosos pilotos japoneses que eram enviados em missões onde seus próprios aviões eram usados como misseis. Desta forma seus aviões eram abarrotados de explosivos e assim atuavam como bombas, promovendo então ataques suicidas à aliados.

O termo kamikaze também é uma expressão japonesa que significa “vento divino”. Mas de divino não tem nada, já que esses homens lutavam com um único propósito, destruir o inimigo por meio de ataques terroristas. Portando os seus alvos mais comuns eram navios, e principalmente porta-aviões. E em especial os dos Estados Unidos.

Desta forma, a maioria dos ataques kamikazes ocorreram nos últimos anos da Segunda Guerra Mundial, em especial 1944. Sendo que o primeiro ataque bem-sucedido aconteceu em 25 de outubro de 1944, e atingiu o porta avião dos EUA USS St. Lo. Seu piloto, kamikaze, Yukio Seki, era líder desta primeira operação e provocou a morte de 140 norte-americanos.

Kamikaze - os pilotos de aviões suicidas do Japão
Coisas do Japão

Portanto muitos pessoas os comparavam com os homens bomba islâmicos. Contudo o ideal do kamikaze era honrar a pátria, diferente dos islâmicos. Assim, durante toda a existência e atuação deles cerca de 2 mil pilotos japoneses se suicidaram em ataques terroristas. Bem como causaram a morte a morte de quase 5 mil soldados aliados e mais de 4 mil feridos.

Como surgiram os kamikazes

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Mega Curioso

No ano de 1941 os japoneses possuíam grande tecnologia, sendo superior até mesmo dos Estados Unidos. Assim detinha caças ágeis, porém dois anos depois a situação se inverteu. Os Estados Unidos superaram os japoneses, bem como começaram a utilizar de radares e acabaram por se tornar os “donos” dos ares.

E por conta disso 1944 acabou por ser um ano complicado para o Japão, que assim começou a perder muitos aviões. Assim o comandante da Primeira Frota Aérea da Marinha Imperial Japonesa teve uma grande ideia. Ela consistia em atacar o inimigo com aviões abarrotados de bombas.

Kamikaze - os pilotos de aviões suicidas do Japão
Estudos Práticos – Terra

Desta forma essas unidades suicidas consistiam em operações onde os caças A6M Zero eram armados com bombas de 250kg. Bem como colidiam com porta-aviões e navios dos inimigos, em uma espécie de mergulho. Ou seja, elas funcionavam como ataques terroristas, sendo que o preço de tudo isso era a vida dos pilotos.

As primeiras missões foram um sucesso o que resultou na criação do ohka (Flor de cerejeira), um avião pequeno em forma de bomba. Bem como possuía 1 tonelada de explosivos em sua ponta, ou nariz, e assim os americanos o chamavam de baka, louco em japonês.

Quem eram os kamikazes

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Coisas do Japão

A maioria dos pilotos, ou kamikaze eram estudantes, e assim eram recrutados em ambientes de estudos, como Universidades. Sendo que o suicídio era difundido como uma escolha, e não uma imposição, contudo a realidade era outra. Desta forma eles usavam de discursos patrióticos aliado a ideias de sacrifício pelo imperador.

O que acaba por gerar um sentimento de culpa. Assim cerca de 6 mil homens foram retirados das suas salas a partir de dezembro de 1943. Sendo que em nenhum momento eles foram convocados para serem suicidas, mas para serem voluntários do projeto kamikaze. Contudo a decisão de morrer ou não estava longe de ser algo totalmente livre.

Treinamento

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Coisas do Japão

O treinamento era muito brutal, onde recebiam instruções como proceder bem como quais partes dos navios atingir. Além de serem instruídos a não fecharem os olhos na hora, para que assim não errassem o alvo. Além de que sempre apanhavam por motivos diversos.

Sendo que as vezes tais atos eram por causa das invejas dos sargentos, que considerava os soldados como filhinhos de papai que vão para a universidade. Ou por apenas não saberem recitar o Decreto Imperial ao Soldado. E assim alegavam que as agressões serviam para “moldar o carater” do soldado kamikaze.

Assim os soldados tinham o seu espirito quebrado e eram reunidos em uma sala onde ouviam um discurso patriótico. Assim eles ouviam sobre o valor que seria se sacrificar pelo imperador bem como era feita a seleção, por meio do “voluntariado”. Sendo que esse ato não eram exatamente voluntário, dado ao tipo de treinamento e pressão psicológica em que eram submetidos.

E chegado o dia da missão os soldados-suicidas escreviam e brindavam com o saquê que ganhavam. Também levavam com si ma bandeira do Japão, espada e armas, caso quisessem o suicídio. Pois eles seriam humilhados caso retornassem sem completar a missão que lhe foi dada. Ou seja, era melhor morrer de qualquer forma do que voltar fracassado.

A cultura da morte

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Aviação em Floripa

Tal cultura está muito ligada ao bushidô, mais especificamente o caminho do samurai, figura muito importante da cultura japonesa. E assim, Nitobe, um cristão que havia estudado nos EUA transformara tais ideias em uma classe guerreira ideológica. Sendo ela de um Estado militarista e de cunho fascista.

Desta forma várias culturas idealistas e patriotas eram disseminadas. Como a defesa de suas esposas, ao pensar que elas poderiam sofrer violências por parte dos norte-americanos. E até mesmo a difusão da ideia da morte como ideologia de estado, relatos esses encontrados em diários de kamikazes. Ou seja, ser um kamikaze era ser um guardião da pátria.

A realidade de um kamikaze

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Aventuras na Histótia

Os kamikazes eram apresentados serenos e sorridentes pela propaganda japonesa, porém a realidade era outra. Assim a maioria deles apresentavam depressão e assim lutavam com si mesmo para racionalizar as suas decisões. Afinal esse voluntariado na prática funcionava de outra forma.

E assim, no dia do ataque eles recebiam um brinde de saque e amarravam a hachimaki na cabeça, uma espécie de faixa. As vezes também possuíam um senninbari, um cinto costurado por mil mulheres, onde cada uma dava um ponto. Sendo que ele funcionava como um amuleto de “corpo fechado” para soldados japoneses.

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Superinteressante

Também escreviam poesias, assim seguindo o exemplo dos samurais que eram condenados ao seppuku (o suicídio honroso). Assim como carregavam ramos de cerejeira na época da florada. Contudo, se eles retornassem acabam sofrendo humilhações dos oficiais, além de agressões físicas até serem enviados a um novo ataque.

Desta forma eles carregavam com si armas e espadas, para poderem se suicidar caso algo desse errado. Ou seja, era desonroso retornar. Além da lenda de que eles eram fechados com solda na cabine dos aviões, e assim seriam impedidos de sair ou tentar fugir.

Consequências

Kamikaze - os pilotos de aviões suicidas do Japão
Sagres

Tais atos dos japoneses acabaram por criar consequências. Desta forma os norte-americanos acreditaram que o Japão era a “vítima ideal” para uma bomba atômica, já que eles se matavam para destruí-los. Criando então a crença de que os japoneses não iriam se render até o último homem cair morto.

E tendo conhecimento disso, o imperador japonesa, Hirohito anunciou a rendição no dia 15 de agosto. Porém ao saber da notícia o almirante Matome Ugaki, sem desdouros e decolou em um Yokosuka D4Y. Assim como anunciou pelo rádio que faria um ataque em Okinawa, onde seus homens haviam caído e seus inimigos se encontravam.

Porém seu ato não foi bem-sucedido, e Ugaki foi encontrado no dia seguinte em uma praia bem como os destroços do seu avião. E observando o seu “fracasso”, Takijiro Onishi, que fora inventor do projeto kamikaze cometeu seppuku, ou seja, se matou. Bem como pediu desculpas, por meio da sua carta de suicídio, a todos os japoneses que morreram.

Ato honroso ou uma completa loucura?

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Fontes: Info Escola, Terra e Uol

Imagem destacada: Fatos Curiosos

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