Lenda da vitória-régia: como é essa história?

Você conhece a lenda da vitória-régia? É uma narrativa incrível que conta a origem mítica dessa linda planta. Confira aqui!

A lenda da vitória-régia é uma popular narrativa do folclore brasileiro e que teve a sua origem na Região Norte do Brasil. Essa é uma história indígena que conta como surgiu a vitória-régia, que é uma planta aquática que simboliza a flora amazônica.

Esse tipo de narrativa é bastante difundida nos mitos indígenas com o objetivo de explicar a existência de alguns elementos típicos da natureza local, assim como a famosa lenda da mandioca.

Em resumo, a lenda da vitória-régia também se trata de uma indígena que, após a sua morte, se transformou nessa flor bela e perfumada que se abre apenas à noite. Essa transmutação é explicada e justificada a partir de suas ações em vida, conforme veremos a seguir.

Como é a lenda da vitória-régia?

 

A lenda da vitória-régia narra a história de Naiá, uma jovem e belíssima indígena de uma aldeia tupi do Norte do Brasil que se apaixonou perdidamente por Jaci, uma divindade que se apresentava como a Lua.

Segundo os mitos que alguns povos acreditavam, inclusive a própria Naiá, Jaci, ao aparecer à noite, tocava e beijava o rosto de algumas das moças mais belas das aldeias e, então, as transformava em estrelas no céu.

Como Naiá queria muito permanecer ao lado de seu grande amor, Jaci, sempre que o astro despontava no céu noturno, a indígena ficava admirando o luar com esperança de ser escolhida para virar a próxima estrela e, assim, poder ficar próximo ao seu objeto de desejo.

Conforme o desejo de Naiá foi aumentando, os outros integrantes de sua aldeia a alertavam de que se Jaci a escolhesse, ela deixaria de ser uma indígena. No entanto, Naiá não se importava e se apaixonava cada mais vez pela Lua.

A fim de ser notada pela divindade, a bela jovem passou a subir as colinas, enquanto todo mundo já estava dormindo, para admirar o luar.

Porém, ainda que Naiá se esforçasse bastante, Jaci não percebia o interesse dela, o que acabou a deixando cada vez mais obcecada, a ponto de ela parar de comer, de beber e de dormir, apenas para admirar o motivo de sua paixão.

Mesmo com todo o afinco e persistência de Naiá, ela ainda não havia conquistado seu objetivo, mas não desistia de seu propósito.

Desfecho e origem da vitória-régia

Certa noite de luar, a jovem, completamente exausta com a sensação de que sua persistência era vã, se sentou à beira de um igarapé para descansar e se surpreendeu ao ver o reflexo de Jaci em suas águas. Logo, a indígena se atirou no corpo d’água com a intenção de, finalmente, se aproximar de seu amado.

No entanto, Naiá foi mergulhando cada vez mais para longe da beira e para partes mais profundas do igarapé até que não conseguia mais, devido ao seu cansaço, retornar ao seu ponto de partida. Em razão disso, a indígena se afogou e perdeu sua vida ainda tentando ser escolhida pela divindade para se transformar em uma estrela.

Após se dar conta de toda a persistência de Naiá, Jaci se comoveu com o ocorrido e resolveu homenagear a jovem. Como o grande sonho dela de se transforma em uma estrela, assim foi feito, porém ela não virou uma estrela comum, mas, sim, uma estrela que brilhava nas águas dos rios e igarapés: uma vitória-régia, cujas flores, perfumadas e belas, se abrem apenas à noite e que seriam vistas sempre sob a luz do luar e que é considerada como a estrela das águas.

Importância das lendas

O folclore brasileiro é muito rico em lendas, que, assim como a lenda da vitória-régia, são consideradas como patrimônio cultural e histórico. Afinal, através das lendas, elementos da sabedoria popular são passados de geração para geração.

As lendas têm o poder de transmitir tradições e ensinamentos relacionados à preservação e à valorização da natureza e tudo o que há nela. Além de contar histórias míticas sobre as origens da natureza, dos alimentos, da música, danças etc.

Quanto à lenda da vitória-régia, ela traz ensinamentos sobre um amor impossível, sobre como é importante seguir seus sonhos e aquilo que acha verdadeiro. Porém, há limites que devem ser considerados.

Fontes: Toda Matéria, Brasil Escola, UFMG, MEC.

 

Outras postagens