Lucrécia Borgia: a história por trás da filha do papa durante o Renascimento

Durante o Renascimento, a importante família Borgia nutriu boatos sobre casos incestuosos, suborno e mortes envolvendo a nobre Lucrécia Borgia.

Lucrécia Borgia: qual a história por trás da filha do papa renascentista?

Lucrécia Borgia, a famosa nobre que viveu durante o Renascimento italiano, nasceu na cidade de Subiaco, perto de Roma, em 18 de abril de 1480. Aliás, Lucrécia era filha de um cardeal da Igreja e sua amante.

Seu pai, o cardeal Rodrigo Borgia, se tornou o papa Alexandre VI em 11 de agosto de 1492, quando Lucrécia tinha 12 anos. Dizem que ele usou o suborno para ganhar sua eleição para o papado.

Em suma, os Borgias eram de origem espanhola e Rodrigo Borgia nasceu na Xactiva, perto de Valência. Seu nome de nascimento era Roderic Llancol de Borja, mas mais tarde foi alterado para sua forma italiana.

Os pais de Rodrigo eram Jofre Lancol e Isabella Borja, irmã do Cardeal Alfonso Borja. Em 1455, Alfonso Borja foi elevado ao papado como Papa Calisto III, tornando Rodrigo sobrinho de um papa.

A família de Alexandre VI significava tudo para ele. Ele amava seus filhos profundamente. Todavia, seu amor pelos filhos era tão excessivo que o levou a muitos de seus piores erros, principalmente com Lucrécia, certamente sua favorita. Saiba mais sobre ela a seguir.

Qual a origem de Lucrécia Borgia?

Como você leu acima, o pai de Lucrécia era um cardeal na Igreja Católica quando ela nasceu. Já, sua mãe, Vannozza Cattanei, foi amante de Rodrigo Borgia por alguns anos e também era mãe de dois filhos mais velhos de Rodrigo, Giovanni e Cesare ou César.

Depois que Rodrigo se tornou papa como Alexandre VI, ele promoveu a carreira da igreja para muitos parentes com o sobrenome Borgia.

Não se sabe muito sobre a infância de Lucrécia Borgia, mas por volta de 1489 ela morou com a prima de terceiro grau de seu pai, Adriana de Mila, e a nova amante de seu pai, Giulia Farnese, que era casada com o enteado de Adriana.

Desse modo, Adriana, uma viúva, cuidava de Lucrécia, enquanto ela estudava no convento de Santo Sisto nas proximidades.

Quando o cardeal Rodrigo foi eleito papa em 1492, ele começou a usar esse cargo em benefício da família. Cesare, um dos irmãos de Lucrécia, tornou-se arcebispo e, em 1493, tornou-se cardeal. Além disso, Giovanni tornou-se duque e lideraria os exércitos papais.

Como foi a vida de Lucrécia Borgia?

Lucrécia Borgia: qual a história por trás da filha do papa renascentista?

Muitos acreditam que Lucrécia era uma mulher libertina e perversa. Aliás, houve até rumores de que ela possuía um anel oco no qual armazenava veneno. Também houve especulação de que ela tinha relacionamentos incestuosos com seu irmão Cesare e com seu pai.

Mas, ela foi realmente a personificação do mal ou foi vítima de calúnia? As histórias sobre ela eram realmente verdadeiras? Em suma, pode-se argumentar que Lucrécia era apenas um peão.

Alguns historiadores afirmam que sua família se aproveitou de sua lealdade e a usou para promover suas ambições. Desse modo, ela se casou três vezes, cada vez para fazer avança a luta pelo poder dos ambiciosos Borgias. Confira a história de seus casamentos abaixo.

Primeiro casamento

A família Sforza em Milão era uma das famílias mais poderosas da Itália e havia apoiado a eleição do Papa Alexandre VI. Assim, um membro da família Sforza, Giovanni Sforza, era o mestre de uma pequena vila de pescadores chamada Pesano. Foi com ele que Alexandre arranjou casamento com Lucrécia, para recompensar a família Sforza por seu apoio e para unir suas famílias.

Lucrécia tinha 13 anos quando se casou com Giovanni Sforza em 12 de junho de 1493. Todavia, o casamento não foi feliz. Ao longo de quatro anos, Lucrécia queixou-se de seu comportamento. Giovanni também acusou Lucrécia de maus-tratos.

Com efeito, a família Sforza se voltou contra o papa; Ludovico provocou um ataque dos franceses que quase custou a Alexandre seu papado. O pai de Lucrécia e seu irmão Cesare começaram a ter outros planos para Lucrécia: Alexandre queria mudar as alianças da França para Nápoles.

No início de 1497, Lucrezia e Giovanni se divorciaram. Borgias iniciou o processo de anulação do casamento, acusando Giovanni de impotência e não concretização do casamento. Por fim, Giovanni concordou com a anulação em troca de manter o dote significativo que Lucrécia trouxera para o casamento.

Segundo e terceiro casamento

Lucrécia Borgia: qual a história por trás da filha do papa renascentista?

O segundo casamento de Lucrécia foi com Alfonso de Aragão, duque de Bisceglie e príncipe de Salerno (filho ilegítimo de Alfonso II, rei de Nápoles). Este marido foi misteriosamente assassinado; alguns dizem por César, irmão de Lucrécia, já que ele aliou-se aos franceses contra Nápoles.

O interessante é que o papa Alexandre queria que César se casasse com a filha e herdeiro legítimo do rei de Nápoles, mas a princesa real se recusou a aceitar um filho ilegítimo de um papa como marido. Assim, o rei de Nápoles ofereceu seu filho ilegítimo à filha ilegítima do papa, aliás, uma combinação mais razoável.

De qualquer forma, o assassinato de Alfonso acabou com a aliança dos Borgia em Nápoles em favor de uma aliança francesa muito mais desejada. Além disso, Lucrécia estava livre para se casar novamente.

A próxima aliança que o Papa buscou foi com o duque de Ferrara, Modena e Reggio. Este foi o casamento mais significativo para Lucrécia Borgia. Um casamento arranjado e totalmente político, onde marido e mulher se entregaram a muitos casos extraconjugais.

A própria Lucrécia era conhecida por ter três amantes durante este casamento. Entretanto, nenhum historiador pode dizer que seu casamento foi infeliz, mas o casal parecia ter um respeito mútuo e algum tipo de compreensão.

A filha do papa era na época uma duquesa encarregada de governar o Ducado quando seu marido estava ausente. Ela provou ser uma grande governanta. Assim, eles tiveram muitos filhos (entre 6 e 8, o que não se sabe com exatidão).

Como foi o fim da vida de Lucrécia Borgia?

Durante seus últimos anos em Ferrara, Lucrécia Borgia era querida e respeitada. Tudo indica que a duquesa era uma cidadã exemplar. Seu pai extravagante e controlador, o papa Alexandre VI, morreu em 18 de agosto de 1503 aos 72 anos.

Ele e Cesare adoeceram com febre alguns dias depois de jantar com o cardeal Adriano Corneto. Embora César tenha se recuperado, Alexandre não o fez. Ele fez uma confissão e os últimos ritos foram administrados a ele. Aliás, dizem que ele estava aparentemente muito arrependido antes de sua morte.

Apesar dos crimes de Alexandre, Lucrécia apoiou o pai e nunca o denunciou, muito menos seu irmão César. Ela sofreu outra perda quando seu filho Rodrigo faleceu em agosto de 1512, aos 12 anos.

Além disso, a própria Lucrécia não teve uma vida longa. Ela tinha apenas 39 anos quando morreu na cidade de Ferrara. Sua morte, em 24 de junho de 1519, resultou de complicações no parto de sua última filha, Isabella Maria d’Este.

Isabella Maria morreu em 14 de junho de 1519, dez dias antes do falecimento de sua mãe. No entanto, Alfonso, duque de Ferrara, viveu por mais alguns anos e morreu em 31 de outubro de 1534 aos 58 anos.

Não há conhecimento suficiente sobre a filha do papa para confirmar categoricamente ou negar se ela foi cúmplice das atividades criminosas de seu pai e irmão. Além disso, as denúncias de envenenamento, centradas em Lucrécia, foram feitas por inimigos dos Borgias e nunca foram comprovadas.

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