Luxor, a “cidade perdida” do Egito Antigo de 3.000 anos

Coberta pelas areias do Egito, os arqueólogos descobriram o que é considerada a maior cidade do império egípcio, conhecida como Luxor ou Aton.

Luxor - conheça a 'cidade perdida' do Egito Antigo de 3.000 anos

Luxor era a antiga Tebas, que foi a principal capital do Egito. Luxor também é chamada de “Cidade de Ouro Perdida” e foi redescoberta pelos arqueólogos que a consideram a maior cidade antiga já encontrada no país. Além disso, também é conhecida como “Aton” e data do reinado de Amenhotep III, o nono rei da décima oitava dinastia, que governou o Egito de 1391 a 1353 a.C.

Posteriormente, o local foi usado por seus sucessores, incluindo Tutancâmon, de acordo com a equipe egípcia que fez a descoberta.

Amenhotep III herdou um império que se estendia do rio Eufrates, no atual Iraque e Síria, ao Sudão e morreu por volta de 1354 a.C. Ele governou por quase quatro décadas, um reinado conhecido por sua opulência e a grandeza de seus monumentos. Saiba mais sobre sua história abaixo.

O reinado de Amenhotep III na antiga Luxor

Luxor - conheça a 'cidade perdida' do Egito Antigo de 3.000 anos
Fonte: Lonely Planet

Amenhotep ou Amenófis III era filho e sucessor de Tutmés IV, que, como seu neto Tutancâmon, ascendeu ao trono muito jovem. No início de seu reinado, Amenhotep III casou-se com Tiye, que foi a esposa favorita do rei durante seu reinado de trinta e oito anos.

Em suma, o reinado de Amenhotep III foi um período de prosperidade e paz, que o Egito não experimentou novamente até o reinado de Ramsés II. Ademais, seu governo resultou em um desenvolvimento artístico sem precedentes.

Inclusive, monumentos glorificando Amenhotep III, seu reinado e os deuses foram construídos em todo o Egito. Entre os mais famosos, além do templo funerário de Kom el-Hettân e seus famosos colossos, está o Templo de Luxor, concluído por Ramsés II.

Amenhotep III, como os reis que o precederam e o sucederam, também implementou um programa de construção em Karnak, onde embelezou o templo de Amon-Rá. Na Núbia, os templos de Soleb e Sedeinga, devotados respectivamente a Amenhotep III, que foi deificado durante sua vida, e sua esposa Tiye, são atestados monumentais da presença do Egito ao sul de suas fronteiras.

O legado de Amenófis

Entre os altos funcionários e cortesãos mais proeminentes do rei, Amenófis, o filho de Hapu e muito próximo de Amenhotep III, entrou para a história. Como arquiteto e ‘diretor de todas as obras do rei, Amenófis construiu os Colossos de Memnon e provavelmente dirigiu a construção do templo funerário de Amenhotep III.

Ele foi uma figura tão importante que Amenhotep III concedeu-lhe o direito de construir seu próprio pequeno templo funerário na margem oeste de Tebas, aliás, uma honra que normalmente era reservada apenas aos faraós.

É provavelmente por essas razões que, séculos mais tarde, Amenófis foi divinizado junto com outras grandes figuras da história faraônica, como Imhotep, o arquiteto da pirâmide construída na necrópole de Ṣaqqārah.

Descobertas em Luxor

Fonte: Lonely Planet

Na margem oriental do Nilo a recém descoberta cidade de Luxor atesta a idade de ouro do Egito Antigo. Como resultado, os arqueólogos encontraram diversos vestígios e monumentos importantes no local. Alguns dele incluem:

Esqueleto e túmulos de pedra

Encontrar os restos mortais de governantes antigos não é incomum no Egito, mas um esqueleto desenterrado em Aton intrigou os arqueólogos.

Eles a encontraram com os braços estendidos e uma corda amarrada nos joelhos e a equipe ainda está investigando por que e como essa pessoa morreu. Além disso, em outro local próximo os pesquisadores descobriram um cemitério inteiro, bem como túmulos de pedra consistentes.

Parede de alta segurança

Uma estrutura incomum descoberta no local é uma parede em ziguezague, cujo desenho é incomum nas escavações egípcias. A parede tem apenas uma entrada, e por isso acredita-se que ela era fortemente guardada ou pelo menos usada para controlar a entrada e saída de quem estava atrás dela.

Carne

Luxor - conheça a 'cidade perdida' do Egito Antigo de 3.000 anos
Fonte: Lonely Planet

E que tal uma carne de 3.500 anos? Certamente, uma das descobertas menos aprazíveis da escavação na cidade é um recipiente cheio de carne cozida ou seca. O recipiente tem a seguinte inscrição: “Ano 37, carne preparada para o terceiro festival Heb Sed do matadouro do pátio de Kha, feita pelo açougueiro luwy.”

Padaria em Luxor

Além de um açougue Aton também tinha uma padaria próspera. Os arqueólogos encontraram uma estrutura incrivelmente intacta com uma área para cozinhar e preparar alimentos, completa com fornos e cerâmica de armazenamento de pães. Ademais, ferramentas associadas à fiação e tecelagem também foram descobertas no local.

Bairros em Luxor

Fonte: Lonely Planet

Por fim, devido ao impressionante estado de preservação, os arqueólogos identificaram em Luxor sete bairros residenciais diferentes, bem como centros industriais e administrativos. Desse modo, a descoberta revela muito sobre a cultura e economia de Aton, com evidências da metalurgia e da fabricação de vidros.

Todavia, o que ainda não se sabe o por quê de abandonarem Aton. Acredita-se que os governantes Akhenaton e Nefertiti tenham realocado a capital de seu império na cidade de Amarna um ano após a construção de algumas das descobertas.

Então, achou este conteúdo interessante? Pois, leia também: Nefertiti – Quem foi a rainha do Egito Antigo e curiosidades

Fontes: Infoescola, National Geographic Brasil

Fotos: Lonely Planet

Outras postagens