Nuvem de gafanhotos – Como se forma e como impedir que espalhe?

A nuvem de gafanhotos, comum nessa região do mundo, é formada pelo animal da espécie Schistocerca cacellata, nativos da América do Sul.

Gafanhotos são animais que podem causar repulsa em muitas pessoas, alias, alguns insetos são persona non grata entre uma galera. Agora, imagine vários deles, exatamente 400 milhões, voando juntos e causando um estrago imensurável! Esse fenômeno é chamado de nuvem de gafanhotos.

Provavelmente você ficou sabendo que esse fenômeno atingiu a América do Sul, nos últimos dias. Concentrados na Argentina, rumo ao Uruguai, esses gafanhotos sapecas ameaçam chegar à território tupiniquim, o Brasil.

Como o próprio nome sugere, a nuvem de gafanhotos é uma grande infestação desses insetos. Apesar de aparentemente inofensivo, esse grupo de insetos pode trazer danos para as plantações, lavouras e pastagens por onde passam.

Por outro lado, os gafanhotos não fazem mal à humanos e animais e, muito menos, trazem danos à saúde.

Gafanhotos

Gafanhoto
Pexels

Primeiramente, os gafanhotos que constituem esse fenômeno são da espécie Schistocerca cacellata, nativos da América do Sul. Uma curiosidade é que esses insetos são da mesma espécie daqueles que atingiram o Egito, nas famosas pragas bíblicas, enfrentadas por Moisés e seu povo. Outra curiosidade é que o coletivo de gafanhotos é chamado de nuvem, daí o nome do fenômeno.

Os gafanhotos são considerados animais migratórios e que vivem em bandos, portanto, é comum ver essa nuvem viajando por aí. Eles migram tanto para procurar alimento, quanto para efetuar a reprodução.

O tempo de vida do gafanhoto pode alcançar um ano completo. Apesar disso, para saber a extensão da sua vida, de fato, é preciso levar em consideração a espécie, o clima em que vive e as condições do grupo que faz parte.

O que causa a nuvem de gafanhotos

Nuvem de gafanhotos
Nuvem de gafanhotos ataca plantação na Argentina – Senasa

Como dito anteriormente, essa espécie de gafanhoto vive naturalmente em grupos, principalmente na sua fase de reprodução. A espécie Schistocerca cancellata tem duas fases de vida:

  • Ninfa: forma imatura dos gafanhotos, antes de passarem pela metamorfose e chegarem a fase adulta.
  • Fase adulta: momento em que eles começam a se unir, tendo a reprodução como objetivo final.

Por fim, como resultado da mudança climática, ou seja, tempo seco e quente, eles formam grandes nuvens e seguem em busca de alimentos, passando por diversos locais.

Onde começou o fenômeno

Nuvem de gafanhotos na Argentina
Nuvem de gafanhotos atinge a Argentina – Senasa

A primeira informação é de que a infestação, de 2020, começou no Paraguai, onde deixou um rastro de destruição nas plantações de milho. Entretanto, como o fenômeno acontece espontaneamente, não dá pra saber com exatidão onde começou.

Depois foi a vez da Argentina receber a praga. Por lá, a cana-de-açúcar e a mandioca também foram vítimas dos insetos, que podem consumir até mesmo áreas florestais.

Apesar de não haver dados exatos, é estimado que essa nuvem possui cerca de 40 milhões de insetos por km². Além disso, em um único dia, podem percorrer em torno de 150 km. Sobretudo, eles são capazes de consumir a mesma quantidade de vegetação que 2 mil vacas, em um dia de pastagem.

Segundo o governo da Argentina, o Brasil pode ser o próximo à receber a visita dos gafanhotos. Entretanto, a frente fria que está próxima ao sul do Brasil pode evitar que os animais venham para o nosso país.

O governo do Rio Grande do Sul está monitorando os insetos, que ainda continuam na Argentina. O vento está determinando a movimentação deles, que podem seguir para o sul, indo para o Uruguai, ou chegar em nosso país.

Acima de tudo, é válido lembrar que não é a primeira vez que essa praga visita países da América do Sul. Em 1960, ela causou diversos danos à Argentina e voltou a aparecer em 2015, 2017 e 2019. No Brasil, os insetos chegaram em 1930 e 1940, causando grandes problemas nas plantações de arroz, no Sul.

Como lidar e prevenção

O uso de inseticidas é uma forma de eliminar os gafanhotos. Contudo, isso é apenas uma medida paliativa, e que pode não ter um resultado eficaz devido à quantidade de insetos.

A recomendação seria fazer uso de agrotóxicos e manejo integrado de pragas e doenças, uma estratégia que funciona apenas em longo prazo.

Ademais, deve-se fazer um monitoramento periódico desses insetos para eliminá-los logo em seu estágio inicial. Uma das melhores estratégias para controlar a praga é não deixar que a população cresça.

O que você achou da nossa matéria? Gostou? Em seguida indicamos que você leia sobre Taturanas – Vida, hábitos e risco do veneno para seres humanos. Esses insetos também podem te surpreender.

Imagens: Pexels, Colatinaemação, Senasa, Senasa, EB.

Fontes: G1, UOL, Folhavitoria, G1, G1.

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