Lei Rouanet: tudo que você precisa saber sobre a Lei de Incentivo à Cultura

A Lei Federal 8.313, de Incentivo à Cultura, mais conhecida como Lei Rouanet, foi criada em 1991. Vamos saber mais sobre ela!

Lei Rouanet: tudo que você precisa saber sobre a Lei de Incentivo à Cultura

Você sabe o que é a Lei Rouanet e para que ela serve? Em suma, a Lei Federal de Incentivo à Cultura de número 8.313, foi sancionada em 1991 pelo então presidente Fernando Collor de Mello.

Popularmente chamada de Lei Rouanet, a lei brasileira leva o nome do secretário de Cultura à época, Sérgio Paulo Rouanet.

Esta lei surgiu para promover projetos e ações culturais através da política de incentivos fiscais, por meio da qual cidadãos e empresas podem deduzir do Imposto de Renda os investimentos aplicados na área cultural

O que é a Lei Rouanet?

De modo geral, o mecanismo de incentivos fiscais da Lei Rouanet é uma forma de o Estado estimular o apoio da iniciativa privada ao setor cultural através de renúncia fiscal, ou seja, o governo abre mão de parte dos impostos para que as empresas invistam esses valores nas produções culturais.

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Em outras palavras, ela permite que pessoas físicas e jurídicas financiem atividades culturais, e em contrapartida, este valor é abatido no imposto de renda.

Como funciona a Lei?

Basicamente, a Lei Rouanet funciona em três etapas:

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Primeira etapa

A Secretaria Especial de Cultura do Ministério da Cidadania, um grupo de pareceristas e a Comissão Nacional de Incentivo à Cultura definem se um projeto pode ou não captar dinheiro.

Segunda etapa

Se houver aprovação da proposta, o produtor sai em busca de patrocínio, que pode vir de empresas privadas ou de pessoas físicas.

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Terceira etapa

Por fim, quem decide patrocinar repassa uma parte do Imposto de Renda devido a iniciativas culturais, como shows e peças de teatro.

Com efeito, o governo federal abre mãe de parte do Imposto de Renda e encaminha esse recurso a produções culturais.

Quem pode apresentar projetos para se beneficiar da Lei Rouanet?

Desde 1993, estima-se que, com a ajuda da lei, tenham sido injetados R$ 50 bilhões nesse meio, com mais de 27 mil projetos. Aliás, os proponentes que podem se beneficiar desta lei, são:

  • Pessoas físicas com atuação comprovada na área cultural
  • Pessoas jurídicas de natureza cultural com, no mínimo, dois anos de atividade, podendo ser:
  • Organizações públicas da administração indireta (autarquias, fundações culturais etc.)
  • Pessoas jurídicas privadas com ou sem fins lucrativos (empresas, cooperativas, fundações, ONGs, organizações culturais etc.)

Lei Rouanet e PRONAC

O Programa Nacional de Apoio à Cultura, PRONAC, é um conjunto de políticas públicas estabelecidas no âmbito da Lei Rouanet.

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Assim, ele tem como objetivo estimular a produção, distribuição e acesso a produtos culturais, a proteção e conservação do patrimônio histórico e artístico e promover a divulgação da cultura brasileira e da diversidade regional.

Nesse sentido, o incentivo e o fomento abrangem as seguintes áreas culturais: Artes Cênicas, Audiovisual, Música, Artes Visuais, Patrimônio Cultural Material e Imaterial, Museus e Memória e Humanidades.

Polêmicas envolvendo a Lei Rouanet

Desde a sua proposição, a Lei Rouanet tem sido alvo de críticas diversas. Em suma, seus críticos afirmam que as verbas são muitas vezes alocadas mediante critérios políticos; e acabam beneficiando iniciativas que seriam lucrativas mesmo sem qualquer incentivo. Por outro lado, a lei é vista por artistas independentes como a única forma de viabilizar seus projetos.

Uma das mais recentes polêmicas sobre o assunto, envolve o cantor Zé Neto durante show em Sorriso, no Mato Grosso.

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Após o cantor, dupla de Cristiano, alfinetar Anitta e a Lei Rouanet na apresentação, internautas passaram a fazer buscas sobre valores de cachês pagos por prefeituras e órgãos públicos para artistas que se apresentam em shows municipais pelo Brasil.

Durante o evento, Zé Neto disse que ele e seu parceiro musical, Cristiano, não eram artistas que “dependiam de Lei Rouanet”, e que seus ganhos eram frutos dos ingressos vendidos.

“A gente não precisa fazer tatuagem no toba (sic) para mostrar se está bem ou não. A gente simplesmente vem aqui e canta”, disse.

Os comentários do cantor deram a entender que ele estaria falando de Anitta, que já mostrou publicamente que fez uma tatuagem íntima.

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Famosos e fãs da cantora rebateram o sertanejo e passaram a publicar nas redes sociais supostos contratos de shows de duplas pagos com dinheiro público.

Retratação nas redes sociais

Com a repercussão e exposição de cachês altíssimos pagos por órgãos públicos, Zé Neto voltou atrás e chegou a se desculpar publicamente na internet.

O cantor publicou uma série de vídeos no dia 21 de maio para afirmar que não quis incitar o ódio e que respeita o talento de cada um.

“Acho que a gente é livre para escolher o que quiser, cada um tem o seu ponto de vista, tem gente que está do lado de cá e está vendo como funciona, que vão me apoiar. Cada um tem seu posicionamento e independentemente disso, a gente está aqui representando música”, finalizou ele pedindo desculpas novamente e agradecendo quem o apoiou.

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Fontes: Megacurioso, Isto é, Consultorias Quadra

Então, achou interessante saber mais sobre a Lei de Incentivo à Cultura? Pois, leia também: O que já sabemos das eleições 2022; mudanças, datas e renúncias

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