Peixe sente dor? Especialistas dão parecer sobre estímulos nos animais

Por muito tempo, biólogos seguiam o consenso de que peixes são incapazes de sentir dor, mas novos estudos sugerem algo diferente.

Peixe sente dor? Especialistas dão parecer sobre estímulos nos animais

Sentir dor é uma das formas que o organismo tem para alertar o ser humano – e algumas espécies animais -, de que alguma coisa está errada. Atualmente, biólogos sabem que mamíferos e aves são capazes de sentir dor, mas uma questão ainda divide os cientistas: peixe sente dor?

Por muito tempo, os cientistas acreditavam no consenso que peixes não possuem terminações nervosas o suficiente para que estímulos se transformassem em dor. No entanto, relatos mais recentes podem sugerir um panorama diferente sobre o assunto.

De acordo com novas evidências científicas, é possível que os peixes sejam capazes de sentir dor. Além disso, ela teria influência direta sobre o comportamento dos animais.

Função biológica

Peixe sente dor? Especialistas dão parecer sobre estímulos nos animais
Newsweek

A dor é um estímulo causado a partir do envio de mensagens de terminações nervosas espalhadas por todo o corpo. É graças a essas terminações que reagimos ao, por exemplo,  encostar numa superfície muito quente, sofrer uma pancada ou corte ou mesmo estar com alguma doença ou infecção.

Por mais que sentir dor seja incômodo, isso serve a um propósito bem simples: defender o organismo. Ao se ver diante de uma situação que oferece riscos à saúde ou à segurança do corpo, a dor surge como forma de alertar de algo errado.

Dessa maneira, o cérebro interpreta os estímulos como dor para que a gente esteja ciente que algo não está de acordo com o padrão.

Visão inicial

Peixe sente dor? Especialistas dão parecer sobre estímulos nos animais
Independent

Durante muito tempo, cientistas acreditam que o número de terminações nervosas dos peixes não seria suficiente para captar estímulos que causa dor. Sendo assim, esses animais estariam ao lado de répteis e anfíbios, outros vertebrados que não sentem dor.

Um estudo realizado nos Estados Unidos foi publicado na revista científica Fish and Fisheries, com teses defendendo a incapacidade desses animais em sentir dor. Segundo os dados apresentados, mesmo quando fisgados com anzóis e se rebatendo durante a pescaria, não haveria dor.

Essa reação seria apenas uma resposta natural e inconsciente ao processo de captura do animal.

Nova teoria: peixe sente dor

Peixe sente dor? Especialistas dão parecer sobre estímulos nos animais
Live Science

Apesar do consenso inicial, novos estudos passaram a defender que sim, peixe sente dor. Segundo a Dra. Lynne Sneddon, da Universidade de Edimburgo (Escócia), algumas espécies de peixes exibem mudanças na fisiologia e no comportamento diante de substâncias nocivas.

A partir dessa observação um grupo de pesquisadores passou a fazer novos testes no sistema nervoso das criaturas. Os resultados, então, demonstraram que as trutas possuem 58 receptores no cérebro. Entre os diferentes estímulos que esses receptores respondem, estão os de ordem, mecânica, térmica e química.

Ainda que algumas dessas reações não sejam suficientes para comprovar dor, elas somaram-se a outras informações. Quando os peixes foram injetados com ácido acético nos lábios, por exemplo, começaram a esfregar a região nos pedregulhos e paredes do tanque. A mudança de comportamento, então, é o sinal de que os peixes sentem dor.

Como saber se o peixe está com dor

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Smithsonian

Caso você queira saber se um peixe está sentindo dor ou com outro problema, é preciso observar seu comportamento com frequência. Geralmente, qualquer mudança na rotina dos animais pode indicar a existência de algum problema.

Entre as mudanças mais simples estão nado irregular, falta de apetite, prostração, busca de ar na superfície e esfregamento em pedras ou outras áreas. Além disso, quaisquer mudança de aparência, como a presença de manchas, também pode indicar alguma irregularidade na saúde do animal.

Fontes: Petz, Pesca Gerais, Mega Curioso

Imagens: Hakai, Independent, Live Science, Smithsonian

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