Prisão de Temer, quais as consequências para o Brasil?

Prisão de Temer, além de dado histórico (2º ex-presidente a ser preso), ainda abala o Brasil em vários sentidos, incluise econômico. Entenda

Como a prisão de Temer pode impactar a Reforma da Previdência

Na manhã de quinta-feira, 21 de março, o Brasil presenciou a prisão de Temer, ou melhor, Michel Temer, o ex-presidente do Brasil. Com isso, o país acumula dois ex-presidentes presos após anos de mandato, sendo que o primeiro é o simbolo do Partido dos Trabalhadores (PT), Luiz Inácio Lula da Silva.

Michel Temer foi levado pela força-tarefa da Lava Jato do Rio de Janeiro. Ele está preso em uma sala de Estado Maior, na superintendência da Polícia Federal. A prisão de Temer é preventiva, ou seja, sem prazo determinado.

Os agentes também prenderam o ex-ministro Moreira Franco no Rio e o coronel João Baptista Lima Filho, amigo de Temer. A PF cumpriu, ao todo, 10 mandados de prisão.

Michel Temer, de 78 anos e integrante do Movimento Democrático Brasileiro, o MDB, antigo PMDB, pegou muita gente de surpresa e desperta uma pergunta chave: quais as consequências do cenário brasileiro?

Em um primeiro momento, o efeito visível foi na Bolsa de Valores. O acontecimento levou o Ibovespa (principal índice da Bolsa) a cair 1,34% nesta quinta-feira para 96.729 pontos. No pior momento do dia, o temor de que a prisão trouxesse desdobramentos políticos mais graves, como por exemplo prejudicando a tramitação da reforma previdenciária, fez com que o recuo do índice chegasse a 2,64%.

Mas a pergunta é: a prisão de Temer pode prejudicar no desenvolvimento da reforma da previdência?

Prisão de Temer e a reforma da previdência

Como a prisão de Temer pode impactar a Reforma da Previdência

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019, da reforma da Previdência, começaria a ser analisada nesta quinta-feira, com a escolha do relator da matéria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Mas foi cancelada. Além do desagrado de parte da base com  que diz respeito as regras da Previdência para os militares, a prisão de Michel Temer também atrapalhoua discussão.

A consequência direta foi a perda de possíveis votos de deputados do centrão, que eram aliados a Temer. A bancada do MDB conta com 34 deputados.  A ação atrapalha a relação entre o governo e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), principal articulador e defensor da reforma na Casa.

O cronograma será prejudicado, de novo. A expectativa é que na próxima quinta-feira, 28 de março, já seja possível ter uma perspectiva de como será o futuro da reforma na Casa. A expectativa era de aprovar a PEC no início do segundo semestre, mas tudo indica que é inviável.

Declaração de Rodrigo Maia

Como a prisão de Temer pode impactar a Reforma da Previdência

Apesar das previsões dizerem que sim, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta quinta-feira, 21, ao Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que a prisão do ex-presidente da República Michel Temer não deve atrapalhar a reforma da Previdência.

É bom lembrar que existe um temor no mercado financeiro e também na classe política de que a prisão de Temer tenha um efeito semelhante ao que ocorreu em 2017, com as delações da JBS, que acabaram impactando negativamente a tentativa anterior de reformar a máquina previdenciária do País.

Prisão de Michel Temer

Como a prisão de Temer pode impactar a Reforma da Previdência

Michel Temer é um dos alvos da Lava Jato. Sua prisão teve como base a delação de José Antunes Sobrinho, dono da Engevix. O empresário informou para a Polícia Federal que pagou R$ 1 milhão em propina a pedido do coronel João Baptista Lima Filho, do ex-ministro Moreira Franco e com o conhecimento do ex-presidente.

A Engevix fechou um contrato em um projeto da usina de Angra 3, que ainda teve as obras concluídas. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a empresa foi subcontratada porque as empresas que haviam vencido a licitação não tinham “pessoal e expertise suficientes para a realização dos serviços”.

Os vencedores eram a AF Consult do Brasil e a Argeplan, empresa do coronel Lima. “No curso do contrato, conforme apurado, o coronel Lima solicitou ao sócio da empresa Engevix o pagamento de propina, em benefício de Michel Temer”, diz nota do MPF.

As investigações apontam que os pagamentos feitos à empresa AF Consult do Brasil causaram o desvio de R$ 10,8 milhões, ao se levar em conta que a empresa não tinha capacidade técnica para cumprir o contrato.

Além desse, Temer também responde a outros 9 inquéritos na justiça.

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Fonte: El País Estadão G1 CB Exame

Imagem: Realidade do Povo

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