Rá – Origem e mitos por trás do deus egípcio do Sol

O principal deus do Egito, Rá, foi responsável pela criação do universo, de outros deuses e até mesmo de toda a humanidade.

Rá - origem e mitos por trás do deus egípcio do Sol

Rá era a principal divindade da mitologia egípcia, além de ser o deus do Sol. O deus teve um dos cultos mais prósperos da região, uma vez que chegou a ser adorado por aproximadamente vinte séculos.

Principal deus da religião, ele também é o deus criador do mundo, da ordem divina e de todos os outros deuses. Além disso, era também o protetor de todo o Egito.

Ao lado da deusa Ret, sua esposa, Rá foi responsável por dar origem aos principais deuses da mitologia: Shu e Tefnut, Geb e Nut, Osíris, Seth, Ísis e Néftis. O nome Rá, também pode ser representado na forma de Ré, aplicado a deusa. Dessa maneira, as duas divindades seriam, na verdade, formas do mesmo deus.

História de Rá

Rá - origem e mitos por trás do deus egípcio do Sol
Adam J./Medium

De acordo com a mitologia egípcia, existem versões diferentes sobre a origem de Rá. Em uma delas, o deus teria nascido a partir do Oceano Primordial, a partir de uma flor de lótus. Assim, ele saí da flor todos os dias e voltavam durante a noite, protegido pelas pétalas fechadas.

Uma outra versão diz que o deus surgiu como uma fênix. Logo após seu nascimento, teria pousado na Colina Primordial, sobre a Pedra Benben. A pedra se tornou o objeto mais importante do santuário de Rá e ponto de partida para o canto da fênix e toda a criação.

Ainda segundo a mitologia, certa vez o Olho de Rá desapareceu. Este Olho, inclusive, era independente e podia se libertar de seu dono quando quisesse. O deus ordenou que Chu e Tefnut fossem atrás do Olho, que se recusou a voltar. Assim, os deuses e o Olho começaram um combate repleto de suor e lágrimas, de onde surgiram os humanos.

Por causa disso, as palavras para lágrimas e homens são praticamente iguais, na língua dos egípcios: remit e remetj.

Mitologia

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Nirvanic Insights

Os egípcios chamavam o reinado de Rá de Primeiro Tempo. Durante esse período, deuses e homens compartilhavam a vida na Terra e, por ter sido o criador, Rá era rei.

A rotina do deus era rígida e ele visitava todas as províncias do reino ao longo do dia, assim como faz o Sol. Durante as visitas, ele checava a ordem das coisas, mas às vezes era muito duro. Segundo os egípcios, era por isso que alguns dias eram muito quentes.

A dureza de Rá, no entanto, provocava muita revolta da população. Aos poucos, ele foi acumulando inimigos, assim como a serpente gigante Apepe. Apepe reuniu inimigos do rei e armou uma emboscada para assassiná-lo no amanhecer.

Segundo a mitologia, todos os dias o deus do Sol acordava em sua casa, navegava por 12 horas por dia e retornava para casa em um barco noturno. Este barco, no entanto, passava pelo Duat, o mundo das trevas. Ali, ele enfrentava a serpente Apepe todos os dias, numa eterna batalha de dia e noite.

Em poucas ocasiões, a serpente conseguia engolir o barco do deus e vencer. De acordo com os egípcios, eram nesses dias em que o eclipse acontecia.

Fim da vida

Rá - origem e mitos por trás do deus egípcio do Sol
Biswarup Sarkar/Flickr

Quando o deus já estava envelhecendo, vários outros deuses e homens passaram a tentar aproveitar a situação. Até mesmo a deusa Ísis chegou a criar uma armadilha.

Ela criou uma serpente que acabou picando Rá. Se fingindo de inocente, Ísis disse ao deus que a única forma de salvá-lo seria se ela descobrisse o seu nome real. Isso porque o conhecimento seria capaz de dar o poder supremo a alguém. É esse mito que explica como ela acabou ganhando o poder supremo, ao lado do marido Osíris e do filho Hórus.

Frustrado com tantas brigas e intrigas, o deus supremo decidiu se afastar da Terra. Foi nesse momento que ele partiu com os outros deuses e criou a separação entre o céu e a Terra.

Representação

Rá - origem e mitos por trás do deus egípcio do Sol
Ra, The Egyptian God of the Sun/Facebook

A representação de Rá está diretamente ligada ao sol do meio-dia. Por outro lado, ele também era representado por formas de animais, assim como falcão, leão, gato ou o pássaro Benu.

Assim como o sol, o deus também possuía quatro fases: uma no nascer do sol, outra ao meio-dia, uma terceira no pôr-do-sol e a última durante à noite.

O principal santuário de adoração do deus ficava em Iunu do Norte, ou Heliópolis para os gregos. A cidade, inclusive, era uma das mais importantes do Egito por volta de 3 mil a.C.

Por fim, o deus era tão querido pelos faraós que chegou a ter seu nome acoplado ao dos reis. O primeiro governante a fazer isso foi Quéfren, que se consagrou filho de Rá.

Fontes: Toda Matéria, Hiper Cultura, Info Escola

ImagensLearnodo NewtonicNirvanic InsightsBiswarup Sarkar/FlickrAdam J./MediumRa, The Egyptian God of the Sun/Facebook

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