Você entraria na Universidade de Oxford? Descubra como é a seleção

Se você acha difícil o vestibular brasileiro, se prepare! Conheça algumas perguntas da seleção da Universidade de Oxford e descubra se você entraria.

A Universidade de Oxford está entre as melhores do mundo e, com certeza, está também entre as mais difíceis de se ingressar. Isso porque, ao contrário dos vestibulares no Brasil, os avaliadores britânico são estão atrás de respostas exatas, mas de argumentação.

Como você vai ver ao longo da lista, divulgada pela própria Universidade de Oxford, a maioria das perguntas feitas nas entrevistas de seleção não contam com respostas certas ou erradas.

Os professores querem que os futuros universitários mostrem os conhecimentos que obtiveram ao longo da vida e como são capazes que elaborar soluções e respostas criativas e funcionais a partir disso.

Para incentivar

O problema é que nem todo mundo compreende a proposta da entrevista. Uma prova disso é que dos 45 mil candidatos à Universidade de Oxford, em 2016, apenas 8,6 mil conseguiram uma vaga na instituição.

Para aumentar o número de aprovados e desmistificar o processo seletivo, a própria universidade publica todos os anos uma lista com as perguntas realizadas no ano anterior e as respostas que os professoras esperavam ouvir.

Abaixo, você confere algumas dessas perguntas e entende um pouco melhor como é a filosofia da universidade.

Descubra se você entraria na Universidade de Oxford:

1. Biologia (Owen Lewis, Brasenose College)

Se você tivesse que escolher entre salvar florestas tropicais ou barreiras de corais, qual você salvaria?

Nesse caso, os examinadores não buscam uma resposta exata. A intenção é que o candidato a entrar na Universidade de Oxford saiba argumentar sobre o problema, fale sobre os impactos da destruição ambiental, defenda sua opinião de forma argumentativa.

Para isso, no entanto, ele não precisa de conhecimentos detalhados. Até mesmo os conhecimentos gerais do estudante, as curiosidades que ele lê na internet e toda sua bagagem ao longo da vida podem somar para enriquecer a resposta.

2. Engenharia (Byron Byrne, Department of Engineering Science)

Como você projetaria uma barragem de gravidade para represar água?

Essa pergunta tenta investigar a habilidade do candidato de aplicar os conhecimentos sobre física e matemática em novas situações e testa também seu interesse e entusiasmo pelo campo de estudo.

Sobre a resolução do problema, espera-se que o candidato determine as forças que agem sobre a barragem antes de considerar a estabilidade da barreira quando submetida à ação dessas forças. Quando a pessoa reconhecer que a água também pode empurrar a barragem, a expectativa é que ele construa expressões matemáticas simples que possam prever quando isso vai ocorrrer.

3. Literatura Inglesa (Lucinda Rumsey, Mansfield College)

Após o enorme sucesso da série de livros de Harry Potter, a autora, JK Rowling, acaba de publicar um livro para adultos. De que forma, na sua opinião, escrever livros para crianças é diferente de escrever para adultos?

Para responder a pergunta, o candidato não precisa, necessariamente, ter lido os livros de J.K.Rowling, infantis ou para o público adulto; embora citar a autora seja uma forma mais fácil de conectar as pessoas e garantir que todo mundo conhecerá o mínimo que seja sobre o assunto, afinal, todo mundo conhece Harry Potter.

Na responta, no entanto, o que os avaliadores esperam é que o candidatos falem sobre as formas como os escritores desenvolvem o conjunto de suas obras e escrevem para públicos diferentes. Os avaliadores também querem saber se o estudante está lendo de forma ponderada e consciente, se é capaz de pensar como um crítico literários e assim por diante.

4. Ciência dos Materiais (Steve Roberts, St Edmund Hall)

Quão quente precisa estar o ar dentro de um balão para que ele seja capaz de erguer um elefante?

Conforme os examinadores, nenhum candidato até hoje conseguiu a uma temperatura exata no tempo reservado para a resposta, ou seja, 10 minutos. Mas, antes mesmo de fazê-la eles explicam ao estudante que perguntas desse tipo tentam avaliar o quão rapidamente o estudante consegue chegar ao cerne do problema e se ele consegue usar os recursos matemáticos para ter uma noção da resposta, usando pelo menos aproximações enquanto trabalha com fórmulas e tendo em mente as unidades.

5. Filosofia, Política e Economia (Dave Leal, Brasenose College)

Quando eu estava na escola, na década de 1970, falava-se que um dia seríamos atingidos por uma crise previdenciária. A discussão se arrastou durante os anos 80 e 90, até que tivemos uma crise previdenciária. E nada havia sido feito para nos preparar para ela. Será que existe um problema com o sistema político británico, nos impedindo de lidar de maneira sensata com problemas de médio e longo prazo quando são identificados?

O que os examinadores querem ouvir, nesse caso, é uma reflexão sobre a democracia e suas limitações. Os estudantes, por exemplo, podem argumentar sobre os diferentes métodos de votação, pode refletir sobre a responsabilidade do próprio eleitorado e sobre as condições para que um candidato obtivesse permissão para concorrer ao parlamento.

6. História (Stephen Tuck, Pembroke College)

Imagine se não tivéssemos qualquer registro histórico sobre o passado, exceto tudo aquilo relacionado a esportes. Quanto poderíamos descobrir sobre o passado com base exclusivamente em esportes?

Esse tipo de pergunta é mais comum para entrevistar candidatos que citam os esportes entre os interesses, mas pode também ser aplicadas a outras áreas de interesse, como filmes, teatro ou música, por exemplo.

O esperado é que o candidato use a imaginação, partindo do assunto com o qual ele tem familiaridade. As respostas, por sua vez, podem fazer referência às relações de raça, classe, gênero, política internacional, império, desenvolvimento econômico, valores sociais, saúde e assim por diante.

7. Direito (Ben McFarlane, Faculty of Law)

Se a punição para motoristas que param em ruas onde há duas faixas amarelas (na Grã-Bretanha, duas faixas amarelas indicam que não é permitido estacionar) fosse a morte, e se, portanto, ninguém estacionasse nas faixas amarelas duplas, essa lei seria justa e efetiva?

Mais uma vez, não existem respostas certas ou erradas. Nesse tipo de pergunta, o que os examinadores querem é que o candidato reconheçam os vários temas que a questão pode levantar, no entanto, historicamente, as pessoas que distinguem o “justo” do “efetivo” costumam se sair melhor.

8. Medicina (Robert Wilkins, Department of Physiology, Anatomy and Genetics)

Por que o ritmo dos seus batimentos cardíacos aumenta quando você se exercita?

A resposta simples que qualquer candidato pode dar e que é aceita é que a frequência de batimentos tende a aumentar porque é preciso distribuir mais oxigênio e nutrientes para os músculos e remover produtos metabólicos.

No entanto, o que os examinadores poderiam aplicar também questões subsequentes que avaliariam se o estudante compreende o que é preciso haver uma maneira de o corpo saber que tem de aumentar os batimentos e se ele sabe de que maneiras possíveis isso á alcançado.

As respontas, por exemplo, podem incluir a identificação pelo organismo de baixos índices de oxigênio ou altos índices de carbono. O estudante também pode ser convidado a propor outros sinais e formas pelas quais essas possibilidades poderiam ser testadas.

9. Música (Dan Grimley, Merton College)

Se você pudesse inventar um novo instrumento musical, que tipo de som ele faria?

Nessa questão, o objetivo é entender como o candidato use a imaginação de forma crítica. Aliás, como ressaltam os examinadores, a pergunta não se limita à música erudita. São bem-vindas respostas que envolvam uma gama de estilos e gostos musicais, produzidos e consumidores nos lugares mais diversos do mundo.

10. Ciência da Computação (Brian Harrington, Keble College)

Um grupo de piratas possui cem moedas de ouro. Eles têm de dividir o tesouro, mas precisam seguir certas regras:

– O pirata mais ‘graduado’ propõe a divisão

– Todos os piratas, incluindo o mais graduado, votam. Se metade, ou metade mais um, vota pela divisão, ela passa a valer. Se menos da metade aceita a divisão, o pirata mais graduado é lançado ao mar e é feita uma nova votação.

– Os piratas agem de forma lógica e se preocupam apenas em obter o máximo de ouro possível

Considerando-se esse contexto, que divisão deve ser proposta pelo pirata mais graduado?

Nesse tipo de problema de lógica, o que os candidatos precisam mostrar é como ele absorve a orientação que recebe, se ele é capaz de dividir o problema em frações menores para depois resolver o todo, aplicando soluções e formas algorítmicas.

Além disso, o que a maioria dos candidatos não sabem é que podem perguntar, caso tenham dúvidas. Os examinadores dizem que eles esperam o diálogo, não que os candidatos fiquem sentados em silêncio.

Solução para o problema dos piratas:

É preciso analisar o que acontece com apenas dois piratas, e então, repetir a operação com os demais. (Fica estabelecido que o pirata líder, o mais “graduado”, tem a letra A. Os outros serão B, C, D etc.)

2 Piratas: O pirata A sugere ficar com todas as moedas. Ele vota em sua sugestão, ela é aprovada. Pirata A leva as cem moedas, pirata B leva zero moedas.

3 Piratas: O pirata A sabe que se fosse jogado ao mar, o pirata C não levaria nada (já que a situação voltaria a ser o cenário anterior, envolvendo dois piratas – e o pirata C passaria a ocupar o lugar do pirata B). Então, o pirata A suborna o pirata C com 1 moeda, o pirata C vota a favor da proposta. Pirata A leva 99 moedas, pirata B leva zero, pirata C leva 1.

4 Piratas: Pirata A sabe que, se ele morrer, pirata C não leva nada (porque novamente, o cenário volta para a situação anterior, envolvendo três piratas, e o pirata C passaria a ser o pirata B). Então, ele precisa de 1 moeda para suborná-lo. Portanto, pirata A leva 99, pirata B leva zero, pirata C leva 1, pirata D leva zero.

5 Piratas: Agora, o pirata A precisa de 3 votos, então ele precisa subornar com 1 moeda cada pirata que ganharia zero moedas caso ele morresse. Assim, o pirata A leva 98 moedas, pirata B leva zero, pirata C leva 1, pirata D leva zero, pirata E leva 1.

6 Piratas: A história é a mesma: pirata A precisa subornar os piratas B e D. Então, o pirata A leva 98 moedas, pirata B leva zero, pirata C leva 1, pirata D leva zero, pirata E leva 1, pirata F leva zero.

7 Piratas: O pirata líder tem de conseguir quatro votos, ou seja, tem de subornar três piratas. Logo, melhor subornar os três que teriam mais a perder caso ele morresse, como os piratas C, E e G.

Resultado Final: Pirata A leva 97 moedas, piratas C, E e G levam 1 moeda cada um e os outros ficam com zero.

E então, você acredita que se sairia bem na seleção da Universidade de Oxford? Agora, falando em seleção para faculdades, você pode gostar conferir ainda: Enem: 4 dicas para aumentar sua nota nas provas.

Fontes: G1, BBC

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