De origem africana, o baobá representa a luta dos negros no Brasil. Além de ser uma árvore de grande porte, com traços marcantes, o baobá também simboliza a força e a resistência. Acredite, aquela árvore citada na história do livro O Pequeno Príncipe por, Antoine de Saint-Exupéry, é real.
O baobá pode ter até 25 metros de altura, com até 11 metros de diâmetro. Devido a aparência dos galhos, que se parecem com raízes, a árvore também pode ter vida longa, ou seja, existir por milhares de anos. Uma curiosidade é que os galhos parecem secos, porque ficam sem folhas durante nove meses por ano.
Origem do Baobá
Há, basicamente, oito tipos de baobá, sendo seis deles com origem em Madagascar, um do Senegal e outro da Austrália. Mesmo com origem na África, o pesquisador francês Michel Adanson foi o primeiro a registrar a espécie, que na ciência é conhecida como Adansonia Digitata. O baobá pertence à família das malváceas, próximo ao hibisco e à malva.
O baobá é a árvore que representa Madagascar e que também recebe o nome de embodeiro, imbomdeiro ou calabaceira. Ainda assim, o baobá é o emblema nacional do Senegal, vista como uma árvore sagrada por inspirar lendas, ritos e poesias. Para exemplificar, no Senegal diz-se que o defunto que for enterrado dentro do tronco permanece com a alma viva, enquanto a árvore existir.
Em outros países acredita-se que as sementes foram transportadas por navegantes portugueses e árabes. Apesar do livro O Pequeno Príncipe relatar que o baobá cresceria rápido, destruindo o planeta, na verdade, ela tem o desenvolvimento lento. Contudo, isso explica os milhares de anos que a planta é capaz de sobreviver.
Escultura do tronco
Não é atoa que o tronco do baobá é robusto, pois existe uma explicação. O interior do tronco é oco e, por isso, durante o período de chuva a árvore é capaz de armazenar água. Assim, o baobá consegue passar pelo longo período de seca também sendo resistente ao fogo. Há registros de que o armazenamento pode chegar em até 100 mil litros de água.
Ademais, o baobá também ficou conhecido como “árvore garrafa”. Ainda assim, é comum que algumas pessoas usem o tronco como santuários, moradia, bares e até mesmo como prisão.
Propriedades do Baobá
Não é apenas como reservatório de água ou abrigo, mas também pode-se aproveitar outras partes do baobá. Por exemplo, os frutos, também chamados de mukua, são ricos em vitamina c, cálcio e potássio. Enquanto isso, as cascas servem para a fabricação de de tecidos e corda. Já as folhas possuem ação medicinal e também são consumidas como tempero.
Ainda assim, das sementes são extraídas um óleo que possui vitamina F e A, e ômega 3,6 e 9. Entretanto, outro fato curioso é que o fruto parece coco verde com miolo seco, coberto com um pó, cujo sabor é agridoce. Além disso, a floração do baobá acontece apenas durante uma noite.
O óleo, basicamente, é usado na pele como tratamento para psoríase e eczema. Já o pó é utilizado para diarreia, asma, reumatismo e anemia. Contudo, outras partes da árvore podem ser encontradas como remédio para febre, malária, sarampo, problemas digestivos e catapora.
Baobá no Brasil
No Brasil não há uma data certa de quando o primeiro baobá foi plantado, porém, estima-se que os sacerdotes africanos o trouxe após o descobrimento. No entanto, pode-se encontrar a árvore em alguns estados, tais como: Mato Grosso, Goiás, Rio de Janeiro, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará e Alagoas.
Um dos baobás brasileiros com 350 anos e cerca de 15 metros está localizado na Vila de Nossa Senhora do Ó, em Pernambuco. O maior exemplar está no Rio de Janeiro com 25 metros.
Veja os lugares onde encontrar baobás
Madagascar
Apesar do maior número de espécies estar em Madagascar, a maior para está na Avenida dos Baobás que está localizada na estrada de Morondava a Belo-sur-Tsiribihina.
Botsuana
Nessa país há uma lenda de que um rei perseguido pelo povo foi salvo por ter se escondido dentro do tronco de um baobá. Ainda assim, diz-se que por castigo de Deus a árvore tem a aparência invertida, ou seja, com a raízes para cima. Em Botsuana é possível encontrar a espécie na estrada de Nata a Kasane, no corredor de Trans-Kalahari e em Gweta.
Africa do Sul
Na África do Sul os baobás receberam até nome próprio como, por exemplo, Gleoncoe, que tinha cerca de 50 metros de altura, porém caiu em 2009. Com 32,8 metros de circunferência está o Sagole, que pode ser visto em Tshipise e Pafuri.
O Sunland tinha um bar dentro do tronco, com o nome de “The Baobar”, porém partiu ao meio em 2017. Ainda podem ser vistos baobás na Reserva Natural Musina, no parque Kruger e em Soutpansberg
Namíbia
No deserto da Namíbia tem a Árvore 1063, um baobá que foi considerado um monumento nacional em 1051. Em Outapi tem outro exemplar da árvore, o Baobá Ombalantu.
Tanzânia
É próximo ao lago Manyara, em um parque, que há alguns baobás. Eles também existem no Parque Nacional de Ruaha.
Austrália
Fora do território africano, Kimberley é a única região australiana onde é possível encontrar os baobás. Apesar de não haver registros de como a espécie chegou ao local, a Adansonia gregorii (tipo endêmico) é diferente dos baobás da África.
Índia
Na Índia há uma história de que o Krishna, nome de um Deus na cultura indiana, teria levado as sementes do Baobá para o país. Além disso, tem o nome de árvore dos desejos, com exemplares espalhados por Savanur, nas ruínas de Mandu e no Estado de Gujarat.
Gostou de saber mais sobre esta árvore nativa da África? Então leia sobre o Pau-brasil – origem do nome, história e curiosidades
Fontes: Giuliana Flores Mega Curioso El País Britânica Escola
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