Você já ouviu falar em cristais de tempo? Eles são um novo estado da matéria proposto em 2012 pelo cientista e físico ganhador do Prêmio Nobel, Frank Wilczek, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, EUA). Para esclarecer, dentro deles, os átomos repetem um padrão ao longo do tempo. Isto é, ao contrário dos cristais normais (como sal ou diamante), onde sua estrutura se repete no espaço.
Para a ciência, essa descoberta é de extrema relevância, sobretudo, nos campos como metrologia, para o projeto de relógios mais precisos ou na computação quântica. Assim, os cristais de tempo podem ser usados para simular estados fundamentais ou projetar computadores quânticos mais robustos.
Além disso, estima-se que em até duas décadas serão desenvolvidas aplicações bem fundamentadas, baseadas em cristais de tempo, que permitem desvendar os ainda misteriosos mecanismos que regem o funcionamento do cérebro, segundo os pesquisadores.
Os testes no supercomputador Proteus
Como lido acima, esses novos cristais de tempo são caracterizados por fazerem um movimento periódico no tempo. Ademais, os cientistas envolvidos nos estudos demonstraram que certas transições de fase dinâmicas que aparecem nas raras flutuações de muitos sistemas físicos, se quebram espontaneamente a simetria translacional no tempo.
Desse modo, para realizar as simulações deste trabalho, os cientistas utilizaram o supercomputador Proteus, pertencente ao Instituto Carlos I de Física Teórica e Computacional da Universidade de Granada, considerado um dos mais potentes e avançados supercomputadores de cálculo científico geral da Espanha.
Assim, usando simulações e ferramentas de análise espectral, os pesquisadores mostraram a relação entre as chamadas transições de fase dinâmica (DPT) e cristais de tempo. E ainda que eventos raros podem ser caracterizados por uma transformação da dinâmica microscópica das partículas.
Em suma, o que se pretende com essas pesquisas é fazer analogias entre cristais de tempo e sistemas de rede complexos em que se estudam as propriedades que conectam os elementos, no caso, os neurônios.
Onde os cristais de tempo são encontrados?
Eles são encontrados em íons, diamantes e gases. Com efeito, os pesquisadores afirmam que os resultados são de grande importância para a comunidade científica. Além disso, elas abrem um novo caminho na tentativa de compreender o tempo e sua particular simetria.
Enquanto isso, em um nível muito mais prático, novas maneiras de criar cristais de tempo estão sendo descobertas. Embora os cristais de tempo tenham muitas aplicações, por enquanto, os cientistas estão trabalhando para aperfeiçoar a maneira de fabricá-los e entendê-los melhor para uso posterior em diferentes campos.
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Fontes: Inovação Tecnológica, Gizmodo, BBC
Fotos: Vix