A Flurona é um apelido que a comunidade científica ainda não adotou oficialmente para determinar a combinação do novo coronavírus com a gripe, que em inglês é flu. Ou seja, se torna uma coinfecção por Covid-19 e Influenza.
Além disso, a comunidade científica já esperava que alguma hora fosse acontecer uma contaminação simultânea por dois vírus. Nesse caso, é a Flurona. Felizmente, há uma solução para que a doença não se espalhe como, por exemplo, o distanciamento social e vacinas.
A confirmação da Flurona ocorre quando os dois testes para a Covid-19 e a Influenza dão positivo para ambas as doenças. De acordo com o infectologista e diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, a coinfecção ou contaminação dupla por dois vírus não é algo raro.
O que é e como ocorre a Flurona?
Vale lembrar que a Flurona não é um novo tipo de vírus ou uma mutação da combinação dos dois patógenos. Portanto, é somente um fenômeno que acontece quando uma pessoa se infecta com a Covid-19 e a Influenza ao mesmo tempo.
Segundo o infectologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo (BP), João Prats, este caso é similar ao da coinfecção por dengue, zika e chikungunya. São vírus de famílias distintas, por isso, não há chance delas se fundirem.
De acordo com o especialista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), Álvaro Furtado, a Flurona acontece porque a dupla de vírus são do tipo de transmissão respiratória. Sendo assim, utilizam o mesmo tipo de técnica. Ademais, quando alguém já está com um dos vírus fica mais fácil de pegar o outro também devido a baixa imunidade.
A dupla contaminação é grave?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou por meio de nota que ainda analisa como os dois vírus interagem. Além disso, o órgão ressaltou que o predomínio dos casos de Flurona não são altos.
Segundo o especialista da SBIm, ter a coinfecção não quer dizer uma piora no quadro. Além disso, o infectologista do Hospital Emílio Ribas, em São Paulo, Jamal Suleiman, informou que as chances da Flurona ser grave ainda são quase nulas se a pessoa tomou a vacina.
Influenza ou Covid-19 irá predominar?
A OMS ainda avalia as possibilidades já que a Influenza demonstra mais força no começo de sua contaminação no organismo. No entanto, o novo coronavírus piora no decorrer do sétimo ou décimo dia. O infectologista da BP explica que não terá um vírus predominante nesses casos, porém, não é impossível.
Dois anos de pandemia e só agora a Flurona aconteceu?
Não, a Flurona sempre esteve presente já que desde o surgimento da Covid-19, a Influenza também não deixou de existir. No entanto, a propagação era menor desde o início da pandemia do novo coronavírus.
O virologista professor da Universidade Feevale, no Rio Grande do Sul, Fernando Spilki, explicou que a gripe continuou a circular. Contudo, devido ao distanciamento social, o uso de máscaras e as doses da vacina ficou mais difícil para a Influenza. Porém, a coinfecção se tornou mais forte após uma maior flexibilização.
Além disso, a variante ômicron facilita ainda mais para a dupla infecção por possuir grande potencial de transmissibilidade.
Como saber se está com Flurona?
Devido às similaridades da Covid-19 com a Influenza, é fácil confundir ambas as infecções. Por isso, é necessário fazer os testes para as duas doenças. Só assim saberá com certeza se foi contaminado ou não.
Vacinas são eficazes?
Sim, as vacinas são eficazes. Contudo, somente para casos graves, tanto para a Covid-19 quanto para a Influenza também. Portanto, qualquer um está sujeito a pegar os vírus, mas ele não conseguirá vir com força total.
É importante dizer também que a utilização da máscara é essencial já que a vacina disponível para gripe ainda não é eficaz contra a H3N2.
Métodos de prevenção
Como já dito anteriormente, as técnicas para escapar de ambos os vírus são:
- Usar máscaras
- Lavar as mãos com frequência
- Uso de álcool em gel
- Distanciamento social
- Auto imunização com doses de vacina
Casos no Brasil
Um adolescente de 16 anos recebeu a confirmação de estar com Flurona após fazer dois exames em laboratórios diferentes no Rio de Janeiro. Já houve o registro de 3 casos no Ceará. Sendo assim, foram dois bebês de um ano e um homem de 52.
Ademais, também teve casos de coinfecção em moradores da Bahia, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Rondônia e São Paulo.
Sintomas
A Covid-19 pode manifestar diferentes tipos de sintomas. A variante do novo coronaírus ômicron, por exemplo, pode demonstrar:
- Dor de garganta
- Dor no corpo, principalmente na região da lombar
- Congestão nasal (nariz entupido)
- Problemas estomacais e diarreia
Já as variantes da Covid-19 delta e gama podem se manifestar por meio da:
- Perda de olfato e paladar
- Dor no corpo
- Dor de cabeça
- Fadiga muscular
- Febre
- Tosse
No caso da Influenza, os sintomas podem surgir em forma de:
- Febre alta
- Calafrios
- Dores musculares
- Tosse
- Dor de garganta
- Intenso mal-estar
- Perda de apetite
- Coriza
- Congestão nasal (nariz entupido)
- Irritação nos olhos
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