Ainda que hajam poucas referências históricas sobre guerreiras mulheres em Roma, houveram gladiadoras mulheres durante o período. Embora não fossem tão numerosas como os homens, elas chegaram a ter bastante popularidade entre os amantes dos duelos nas arenas.
Assim como acontecia com gladiadores, as mulheres também lutavam para garantir o entretenimento do povo romano. Por causa do alto custo de treinamento em manutenção das guerreiras, nem sempre elas eram mortas no combate.
Além disso, relatos históricos apontam algumas diferenças entre os combates femininos e masculinos. A princípio, as gladiadoras não eram escravas, mas mulheres livres. Ou seja, a classe era formada por mulheres bem nascidas que entravam nas arenas em busca de aventura e fama.
História das gladiadoras
Também chamadas de gladiatrix, ou gladiatrices, as guerreiras aparecem em documentos históricos variados. Em 63 dC, Tácito escreveu que Nero organizou jogos com atrações incomuns, incluindo as gladiadoras. O imperador gostava de forçar esposas de senadores a se enfrentar na arenas e fez isso para divertir o Rei Tirídates, da Armênia.
Além disso, escritores como Marcial e Estácio também mencionaram as batalhas femininas. Segundo eles, já no reinado de Domiciano, havia novidades como combates noturnos e com anões, bem como a participação de mulheres nas arenas.
Já o poeta Juvenal, registrou relatos da guerreira Mevia, que caçava javalis com uma lança na arena. Petrônio também citou gladiadoras em lutas sobre bigas realizadas em Roma. Com o passar dos anos, as lutas entre gladiadores ganharam cada vez mais popularidade. As mulheres, inclusive, passavam por treinamentos semelhantes ao dos homens.
Provas históricas
A primeira evidência história da existência das mulheres guerreiras se deu com uma peça arqueológica encontrada numa antiga cidade do Império Romano. Atualmente, o local corresponde a Bodrum, no litoral da Anatólia, na Turquia. Na peça de mármore, estão duas gladiadores prontas para o combate, Amazona e Achillia.
Além disso, há uma estátua de bronze de cerca de 2 mil anos, exposta no Museum für Kunst und Gewerbein de Hamburgo, na Alemanha. A estátua mostra uma mulher segurando uma espada de lâmina curva. Por muito tempo, pensava-se a espada se tratava de um strigil, uma lâmina utilizada para raspar o suor e a sujeira do corpo.
Em 2001, um grupo de arqueólogos descobriu o esqueleto de uma mulher romana em Londres. O corpo foi sepultado com itens associados com o mundo das batalhas, ou seja, ela era possivelmente uma guerreira. Anos depois, em 2010, outro esqueleto de uma suposta guerreira foi encontrado em Credenhill, no condado de Herefordshire, Inglaterra.
Espetáculo
As batalhas entre mulheres eram espetáculos que, assim como as de homens, aconteciam nas arenas romanas. Por outro lado, também era comum que elas participassem de festas particulares de nobres. Mais tarde, entretanto, a participação em arenas foi restrita a escravas.
Assim como os homens, as gladiadores também batalhavam com os seios à mostra, desprotegidos. As lutas delas, no entanto, eram consideradas combates exóticos. Além de combates entre si, elas também lutavam contra animais, como tigres e leões. De acordo com alguns relatos, algumas foram obrigadas a enfrentar até mesmo pigmeus.
Por volta do ano 200, o imperador Lúcio Sétimo Severo baniu os duelos entre gladiadoras. Alguns historiadores, entretanto, acreditam que as lutas continuaram ocorrendo por algum tempo depois, em eventos clandestinos.
Fontes: Mega Curioso, Obvious Mag, Aventuras na História
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