Há muitos anos a medicina e a ciência lutam para conseguir encontrar a cura do vírus HIV, e parece que estamos cada vez mais perto dessa realidade. Recentemente, foi anunciado que uma segunda pessoa conseguiu se curar do problema. Poucos dias depois, o mundo recebe a notícia de que uma terceira pessoa também foi curada.
O terceiro anuncio veio durante a Conferência Sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas, em Seattle, nos Estados Unidos. O chamado “paciente de Düsselforf”, foi submetido ao mesmo tipo de transplante de medula óssea pelo qual passaram os outros dois pacientes que também teriam sido curados.
A pesquisadora Annemarie Wensing, da Universidade de Medicina Central de Utrecht (Holanda), em entrevista concedida à New Scientist, contou que o paciente alemão ficou três meses sem tomar os medicamentos antivirais e as biópsias coletadas do intestino e dos gânglios linfáticos dele não apresentaram sinal da presença do microrganismo.
A procura da cura
A pesquisa para a cura do HIV ainda está em andamento. Após 12 anos após o anúncio dos resultados da cura do primeiro paciente, ainda não é possível ter certeza da eficacia da cura, e nem saber como será a recuperação do terceiro. O vírus pode estar simplesmente “adormecido”.
O vírus HIV entra nas células, se esconde e impede que o sistema imunológico o encontre, dificultando o tratamento. Por isso o tratamento com antirretrovirais tornou-se o mais eficiente nas últimas décadas, com menos efeitos colaterais. Ainda assim ele não consegue eliminar a doença .
A comunidade científica precisa de mais resultados, já que outras duas pessoas que também fizeram o transplante de medula óssea ainda estão tomando medicação antivirais. Um futuro número crescente de casos de sucesso contra o HIV pode abrir espaço para que cientistas digam com confiança que a cura foi encontrada.
Primeiro paciente
Timothy Ray Brown, de 52 anos, hoje vive na Califórnia, Estados Unidos. Ele ficou conhecido como o “paciente de Berlim” em 2007, e é considerado a primeira pessoa do mundo a vencer o vírus do HIV.
Diagnosticado com leucemia, Brown passou por dois transplantes de células-tronco após os médicos não verem progresso com a quimioterapia. . “Ele ficou muito abatido com todo o procedimento”, relatou Steven Deeks, especialista em aids da Universidade da Carolina, nos Estados Unidos. 12 anos depois, no entanto, não havia mais vírus HIV detectado no organismo do paciente.
Em entrevista ao jornal The New York Times, Timothy descreveu sua possível cura do HIV como “surreal”.”Nunca pensei que existiria uma cura enquanto eu estivesse vivo”, afirmou.
“Nós sempre nos perguntamos se a condição dele, na qual houve uma destruição massiva do sistema imune, foi a razão porque ninguém foi curado além de Timothy”, explica o especialista Steven Deeks.
Segundo paciente
O segundo possível curado do vírus do HIV foi o “Paciente de Londres”, divulgado pela Revista Nature. Ele também foi diagnosticado com um câncer. Ele foi submetido a um transplante de células-tronco em 2016. Ele seguiu com um tratamento antiviral até que os médicos interromperam o processo. Nos 18 meses seguintes à cirurgia, exames de sangue não identificaram mais o HIV.
Os pesquisadores, então, fizeram o anúncio sobre a história do paciente anônimo. Porém, eles só se sentirão confiantes em classificar o caso como cura após três anos do desaparecimento do vírus.
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Fonte: Galileu
Imagem: Portal GRP Com Veja Sapo Sapo