Listeria é o nome dado ao gênero que compreende seis espécies diferentes de bactérias. Dentre elas, duas são consideradas patogênicas: L.monocytogenes, que ameaça humanos, e L. ivanovii, com alvo principal em animais ovinos e bovinos.
Ainda que seja patogênica para seres humanos, a L.monocytogenes pode estar presente em alimentos de origem animal ou vegetal. É por isso, portanto, que é importante ter cuidados preventivos para fugir de contaminações.
As bactérias do gênero Listeria são conhecidas por serem bastonetes gram-positivos, aneróbios facultativos e de movimento por flagelos. Além disso, as espécies vivem em ambientes com temperatura de 0 a 42ºC.
Riscos de contaminação
As principais formas de transmissão para humanos consiste na infecção de animais. Antes mesmo das criaturas serem encaminhadas à indústria, podem contaminar-se por meio de fezes de aves ou outros animais, bem como em fontes de água contaminada.
A contaminação por bactérias Listeria monocytogenes é perigosa, pois pode causar listeriose. A doença afeta principalmente pessoas com sistema imunológico abalado, sendo mais perigosa para bebês, mulheres grávidas e idosos.
Em 2017, a África do Sul viu o pior surto mundial documentado da história, com 107 mortes e 852 casos confirmados. Entre os casos, 42% foram registrados em bebês recém-nascidos, com menos de um ano.
Por outro lado, raramente pessoas saudáveis sofrem com infecções causadas por bactérias Listeria.
Sintomas de listeriose
Segundo dados coletados nos EUA, a listeriose desenvolve-se em cerca de 1.600 pessoas por ano, sendo fatal em um caso a cada cinco. Geralmente, as vítimas mais comuns são grávidas, recém-nascidos, idosos e pacientes com sistema imunológico enfraquecido, como aqueles que tem HIV.
Em grávidas, a chance de contrair a doença é cerca de dez a vinte vezes maior do que em outras pessoas. Por outro lado, é raro que as gestantes sofram com sintomas ou morram pela contaminação. O maior risco, nesses casos, é contaminar o feto, que pode morrer.
Quando sobrevivem, dois terços dos bebês contaminados com Listeria no útero podem sofrer com sepse (infecção da corrente sanguínea) ou meningite.
Entre os principais sintomas conhecidos, estão a sensação de calafrios, febre e dores musculares, bem como enjoo, vômito e diarreia. Em média, esses sintomas somem em um prazo máximo de uma semana.
Quando há desenvolvimento de meningite, também pode haver dor de cabeça, rigidez do pescoço, confusão e perda de equilíbrio.
O diagnóstico pode ser feito por meio da coleta de sangue ou punção lombar, a fim de coletar o líquido cefalorraquidiano, que circunda o cérebro e a medula espinhal.
Prevenção
Uma vez que a Listeria monocytogenes contamina humanos a partir de alimentos, a principal forma de fugir do contágio é tratá-los antes de cozinhar. Para isso, portanto, é importante remover partes dos alimentos, como as cascas, e colocá-los em altas temperaturas, já que não sobrevivem em ambientes acima de 42ºC.
Já na indústria, o processo de prevenção consiste em monitorar os alimentos. Dessa maneira é possível fazer um controle microbiológico e garantir que nenhum alimento esteja contaminado.
Pensando nisso, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento desenvolveu o Programa de Controle de Listeria monocytogenes em Produtos de Origem Animal Prontos para Consumo. Ele consiste numa série de normas que devem ser aplicadas pelas empresas de produção e fiscalização dos produtos.
Além disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) também determina uma série de padrões de qualidades para alimentos.
Nome Listeria
Inicialmente, a bactéria foi isolada pela primeira vez em 1926 pelo cientista Dr. Everitt Murray. Na época, no entanto, ela recebeu o nome de Bacterium monocytogenes.
Foi só depois de algum tempo que ela recebeu o nome Listeria monocytogenes, em homenagem ao Lorde Joseph Lister. O Lorde foi reconhecido por seu pioneirismo em práticas cirúrgicas antissépticas com ácido carbólico.
Ainda que fossem mal recebidas na época, suas técnicas revolucionaram o combate a infecções causadas por problemas de esterilização na medicina. O conjunto de práticas de Lister recebia o nome de Listerismo.
Fontes: Neo Prospecta, MSD Manuals, BBC
Imagens: Safe Bee, Everyday Health, Food Safety Brazil, Contagion Live, connect food