Toda pessoa religiosa ou não, certamente já deve ter ouvido sobre as Pragas do Egito. Aliás, essa é uma das mais dramáticas e curiosas passagens da Bíblia. Em suma, segundo a religião, tudo acontece durante um confronto entre Deus e um Faraó, rei egípcio, resultando em 10 pragas arrebatadoras.
Ou seja, a nação de Israel que Deus criou para adorá-lo e representá-lo foi escravizada no Egito, e ele exigia sua libertação por meio de seu servo, Moisés. Enquanto o Faraó continuava a resistir a Moisés, Deus infligia ao Egito uma série de pragas. À medida que o impasse se prolonga, as pragas se tornam mais severas, eventualmente levando à morte todos os primogênitos do Egito. Mas quais eram essas pragas, por que elas foram criadas e quais teorias existem sobre essa passagem bíblica?
Para esclarecer, a história da bíblia conta que depois que Faraó recusa as súplicas de Moisés para libertar os israelitas escravizados, Deus envia dez pragas para pressionar o governante egípcio. A cada vez, o Faraó promete libertar os israelitas, mas reverte sua decisão quando a praga acaba – até a última. Nesse sentido, as dez pragas são: água transformando-se em sangue, infestações de sapos, piolhos, moscas, pestilência de gado, furúnculos, granizo, gafanhotos, escuridão e por fim, a morte dos primogênitos.
Como resultado, a ideia de relacionar as histórias da Bíblia a descobertas arqueológicas é algo que há muito tempo fascina os estudiosos. Isso quer dizer que, ao longo dos anos, os cientistas ficaram curiosos para saber se essa passagem pode ter sido baseada em algum evento real que tenha sido comprovado cientificamente. Confira a seguir quais foram as pragas enviadas e principais teorias que giram em torno desse episódio.
Quais foram as dez pragas do Egito?
Segundo a história religiosa, como o Faraó se recusou a libertar os israelitas, Deus decidiu puni-lo, enviando dez pragas ao Egito. Estes incluíam:
A peste de sangue
Deus ordenou que Aarão (irmão de Moisés) tocasse o rio Nilo com seu cajado – e as águas se transformaram em sangue, de acordo com a bíblia. Como resultado, os peixes do rio morreram e os egípcios não conseguiram beber a água suja.
A praga das rãs
A segunda praga trouxe uma infestação de milhões de sapos. Eles vieram de todas as fontes de água ao redor e inundaram o povo egípcio e tudo ao seu redor.
A praga dos mosquitos
Conforme a bíblia, o cajado de Aarão foi usado novamente na terceira praga. Desta vez, ele atingiu a terra e os mosquitos voaram do pó. A infestação dominou todos os homens e animais ao redor. Os egípcios não conseguiram recriar este com sua magia, dizendo, em vez disso, “Este é o dedo de Deus.”
A praga das moscas sobre o Egito
A quarta praga afetou apenas as terras do Egito e não aquelas onde os hebreus viviam. O enxame de moscas era insuportável, e desta vez Faraó concordou em permitir que o povo fosse para o deserto, com restrições, para fazer sacrifícios a Deus.
A peste do gado
Novamente, afetando apenas os rebanhos dos egípcios, a quinta praga enviou uma doença mortal aos animais de que dependiam para se alimentar. Ele destruiu o gado e os rebanhos, mas os dos hebreus permaneceram intocados.
A praga de furúnculos
O faraó, seus servos, os egípcios e até mesmo seus animais desenvolveram furúnculos dolorosos por todo o corpo. Havia furúnculos até mesmo nos pés do Faraó. Um médico compareceu à corte do Faraó, mas não conseguiu curá-los.
Praga de Gafanhotos sobre o Egito
Deus disse a Moisés para estender sua mão sobre a terra do Egito para trazer uma praga de gafanhotos. Os gafanhotos cobriram a superfície da terra e engoliram toda colheita e todos os frutos das árvores. Depois, não havia nada de verde nas árvores e todas as colheitas dos campos foram destruídas.
A praga do granizo
Deus fez chover granizo, fogo e trovões sobre o Egito e o granizo dizimou todas as colheitas nos campos e derrubou todas as árvores. Além disso, as tempestades de granizo eram incomuns em regiões áridas como o Egito e, portanto, extremamente assustadoras.
Praga das Trevas
Três dias de escuridão total se estenderam sobre as terras do Egito – não as dos hebreus e Moisés, que gozavam de luz durante o dia – na nona praga. Estava tão escuro que os egípcios não podiam enxergar absolutamente nada. Após esta praga, o Faraó tentou negociar a liberdade dos hebreus. Contudo, sua oferta de que eles poderiam partir se seus rebanhos fossem deixados para trás não foi aceita.
A morte dos primogênitos
Por último, o Faraó foi avisado de que a décima e última praga seria a mais devastadora. Deus disse a Moisés que instruísse os hebreus a sacrificarem cordeiros e comer a carne antes do amanhecer. E ainda, usassem o sangue para pintar suas portas.
Os hebreus seguiram essas instruções e também pediram e receberam todo o ouro, prata, joias e roupas dos egípcios. Esses tesouros seriam mais tarde usados para o tabernáculo.
Ainda segundo da história da bíblia, durante à noite um anjo veio e passou por todas as casas hebraicas. O primogênito de cada família egípcia morreria, incluindo o filho de Faraó. Isso causou extremo sofrimento ao Faraó, que por fim, ordenou aos hebreus que fossem embora e levassem tudo o que possuíam.
Teorias sobre as dez pragas do Egito
A primeira teoria da erupção vulcânica argumenta que as pragas foram na verdade, consequências da atividade vulcânica na ilha de Santorini, no sul da Grécia, por volta de 1620-1600 a.C. Ou seja, a teoria sugere que os ventos teriam levado as cinzas vulcânicas para o Egito em algum ponto durante o verão, e os ácidos tóxicos nas cinzas vulcânicas teriam incluído o mineral cinábrio, que poderia ter sido capaz de transformar um rio em uma cor vermelha semelhante ao sangue.
Desse modo, a acidez acumulada na água teria feito com que as rãs saltassem em busca de água limpa. Os insetos teriam ovos enterrados nos corpos de animais mortos e sobreviventes humanos, o que gerou larvas e depois insetos adultos.
Então, as cinzas vulcânicas na atmosfera teriam afetado o clima, com chuva ácida caindo na pele das pessoas, o que por sua vez causava furúnculos. A grama teria sido contaminada, envenenando os animais que a comiam. A umidade da chuva e o posterior granizo teriam criado condições ideais para os gafanhotos infestarem as terras egípcias.
Teoria das Algas
Outra importante teoria, afirma que as algas vermelhas poderiam ter causado as dez pragas do Egito. Em primeiro lugar, as algas teriam sugado o oxigênio dos rios da região, matado os peixes e tornado a água vermelha. Assim como na teoria do vulcão, as rãs então saltavam em busca de comida e morriam. Sem sapos para comer os insetos, as pragas se proliferaram e passaram a se alimentar de cadáveres.
Dessa forma, o desequilíbrio na cadeia alimentar teria atingido moscas e gafanhotos. Além disso, os furúnculos em humanos poderiam ter sido causados por uma doença bacteriana transmitida por moscas ou carne contaminada.
Por outro lado, nessa teoria, a escuridão teria sido decorrente de uma tempestade de areia, o que teria produzido toxinas transportadas pelo ar que poderiam explicar a morte generalizada dos primogênitos.
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Fontes: Infoescola, Hipercultura, DCI
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