O deus Shiva é um dos principais da religião hindu. Dentre várias atribuições que recebe, ele também é considerado criador do Yoga e, assim, deus dos yogis.
Além de se referir aos mestres e professores da prática, atualmente, yogi diz respeito a um dos caminhos da evolução mental, que significa destruir algo e construir uma novidade no mesmo lugar.
Dessa maneira, o deus cumpre a mesma função. Isso porque tem a habilidade de devastar tudo a seu redor. No entanto, isso não significa que a destruição é algo negativo. Uma vez que Shiva é também compreendido como um deus restaurador, capaz de transformar o mundo.
Além disso, o deus tem uma personalidade de tranquilidade e positividade. Assim, qualquer ser ou entidade que entra em contato com ele, também recebe sua generosidade.
História de Shiva
De acordo com as antigas tradições da Índia, Shiva costumava visitar a Terra em forma humana. Na forma de um sábio yogi, ele acabou servindo de modelo aos futuros praticantes dessa atividade.
Apesar disso, a sabedoria do deus incomodou o rei dos demônios. Ele decidiu, então, enviar uma cobra naja para matar Shiva, que conseguiu domá-la. Logo após encantar o animal, ele decidiu usá-la como adorno no pescoço e ela se tornou uma de suas companheiras mais fiéis.
Diante disso, o demônio decidiu fazer um novo ataque. Dessa vez, utilizou uma ameaça na forma de tigre. Na nova batalha, Shiva percebeu que não conseguiria controlar a fera, como fez com a naja. O deus acabou matando o felino e passou a utilizar sua pele como roupa.
Os primeiros relatos de adoração ao deus são datados do ano 4.000 a.C., no Neolítico. Nesse período, entretanto, ele era chamado de Pashupati.
O nome é a junção de pashu (animais, feras) com pati (senhor, mestre). Isso porque, entre suas habilidades, ele tinha a capacidade de lidar com suas feras interiores, aceitando a existência de cada uma delas para conseguir transcender a própria existência.
Relações
Assim como em várias outras religiões, a principal divindade do hinduísmo se divide numa trindade. Chamada de Trimûrti, ela agrupa os deuses Brahma (da criação), Vishnu (da preservação) e Shiva (da destruição).
Ao lado de sua companheira, a deusa Shakti, ou Parvati, Shiva também representa o dualismo do universo. Ele também é considerado o pai dos semideuses Khartikeya e Ganesha.
Representação e símbolos
A principal representação de Shiva consiste em um homem de quatro braços sentado na posição de lótus. Dois dos braços ficam sobre as pernas do deus, enquanto os outros dois carregam simbolismos. A mão direita espalmada representa a bênção oferecida e a esquerda segura um tridente.
Chamado de Trishula, o tridente é uma arma utilizada na destruição da ignorância humana. Da mesma forma, o terceiro olho de Shiva (no meio da testa) também tem o poder de destruição da ignorância.
A serpente do deus simboliza o domínio da morte. Ela também representa o kundalini, uma energia de fogo encontrada na coluna, segundo o yoga. Quando o kundalini é despertado, pode ativar centros de energia, ou chakras.
Na cabeça do deus, existe um jorro de água que simboliza o rio Ganges. Segundo as lendas, o rio era tão violento que tinha o potencial de destruir a Terra com sua força. Assim, Shiva permitiu que o rio batesse em sua cabeça antes de seguir seu fluxo normal, para amortecer o impacto.
Há ainda um outro símbolo importante. O lingam, símbolo fálico, representa o pênis. Dessa maneira, é visto como instrumento da criação e da energia masculina utilizada na origem do universo. Por outro lado, a base da figura representa a vagina, indicando que a criação só é possível com a união de masculino e feminino.
Fontes: Antropogenese, Eu Sem Fronteiras, Info Escola, Vya Estelar
Imagens: Bazar Indiano, Nowmastê