A Síndrome de Noé também é conhecida como transtorno de acumulação de animais, uma doença mental que faz com que a pessoa que a sofre mantenha um grande número de animais em casa, geralmente cães e gatos, sem lhes fornecer os cuidados básicos.
Isso tem consequências muito negativas tanto para a pessoa que sofre com isso quanto para os animais. Saiba mais sobre essa condição abaixo.
O que é a Síndrome de Noé?
O transtorno de acumulação de animais ou Síndrome de Noé, é um transtorno psiquiátrico que consiste em acumular um grande número de animais de estimação em casa sem lhes dar o mínimo de cuidados.
É um problema que tem graves consequências tanto para os próprios cães e gatos (muitas vezes mal alimentados e mal socializados, doentes…), como para as comunidades e os afetados.
Um estudo realizado na Espanha sobre a Síndrome de Noé, pelo Instituto de Pesquisa Médica do Hospital del Mar (IMIM), analisou 27 casos com uma média de 50 animais. Com efeito, 75% deles em más condições físicas, com feridas e infecções doenças.
A complexidade do acúmulo de animais é que ele representa um problema triplo: o transtorno do acometido, a falta de saneamento que às vezes acaba afetando até os vizinhos e a falta de bem-estar dos animais. Não é comum que parem de alimentá-los, mas é comum que tenham doenças e procriem de forma descontrolada.
Causas
O acúmulo patológico de animais é um comportamento complexo que pode ter origem em múltiplos fatores. Geralmente são consequência de uma série de experiências traumáticas (geralmente durante a infância) que dão origem a estilos disfuncionais de afiliação social e levam ao desenvolvimento de comportamentos aditivos e compulsivos.
Às vezes, quem sofre desse transtorno mascara sua doença explicando-a como atividades de resgate de animais ou até diz que trabalha como abrigo ou como protetor animal.
Em suma, os acometidos pela Síndrome de Noé, são perfis muito manipuladores. Isso signfica que eles sabem fazer os outros acreditarem que o que fazem é louvável e perfeitamente justificável.
Sintomas da Síndrome de Noé
Às vezes, pode parecer que a linha entre esse transtorno mental e a vontade de cuidar dos animais com responsabilidade é tênue. Para detectar se uma pessoa sofre desse distúrbio, os seguintes pontos devem ser levados em consideração:
- Acumulação excessiva de animais compulsivamente;
- A pessoa não permite a entrada na casa de outras pessoas;
- Incapacidade de cuidar adequadamente dos animais e manter padrões mínimos de bem-estar animal: falta de higiene, espaço, bem como cuidados veterinários, má nutrição, etc. (Como resultado dessas condições, os animais muitas vezes sofrem de problemas de saúde e comportamentais).
- Negação do problema: os pacientes que sofrem desse transtorno não reconhecem que têm algum problema. Ou seja, do ponto de vista deles, estão ajudando os animais, já que na maioria das vezes são resgatados da rua.
Tratamento
A pessoa com Síndrome de Noé se percebe como um benfeitor dos animais, que geralmente são cães ou gatos de rua. E ao tentar abordar o assunto, a pessoa pode apresentar um comportamento agressivo para defender sua condição, da qual não tem conhecimento.
Por fim, a ajuda de um psicólogo ou especialista no assunto poderá identificar com mais precisão a condição da pessoa que pode estar passando por essa situação e auxiliá-la no processo.
Bibliografia
P Calvo, C Duarte, J Bowen, A Bulbena e J Fatjó. Características de 24 casos de entesouramento de animais na Espanha. Bem-Estar Animal . Doi: 10.7120/09627286.23.2.199.
Fontes: Delegado Bruno Lima, Psicologia Online, Amigo Não Se Compra