Sonambulismo é uma condição que se manifesta durante o estágio mais profundo do sono. Ainda que não tenha causas desconhecidas, a condição surge durante o sono não-REM, principalmente em pacientes do sexo masculino.
Estima-se que por volta de 1 a 15% da população mundial já tenha exibido ao menos um episódio de sonambulismo da vida. Além disso, existem fatores de risco que podem aumentar as chances de desenvolvimento.
O sonambulismo é identificado especialmente por hábitos como conversas ou caminhadas durante o sono. Pode acontecer em episódios curtos ou de até 40 minutos de duração, uma ou mais vezes ao longo da noite.
O que é o sonambulismo
O sonambulismo é classificado como uma parassonia, ou seja, um distúrbio do sono caracterizado por muitos movimentos. Durante os episódios, o sonâmbulo é capaz de realizar atividades motoras, mesmo sem ter consciência de suas ações.
As ondas cerebrais do sonâmbulo continuam adormecidas, mas passam por um estado de transição entre sono e vigília. Isso explica, por exemplo, porque sonâmbulos não lembram nada (ou quase nada) que fizeram ou falaram durante os episódios. Cada episódio tem início cerca de uma a duas horas depois do início do sono e pode se repetir durante a noite.
Geralmente, o sonambulismo surge na infância e dura até por volta de 12 a 13 anos, mas adultos e idosos também podem ser afetados.
Causas e fatores de risco
Como as crianças passam por um período de desenvolvimento do sistema nervoso, é natural que surjam episódios de sonambulismo durante a fase. Mais tarde, durante a adolescência, eles tendem a desaparecer.
Nos casos em que aparecem em adultos, episódios podem estar ligados a outros problemas de saúde que afetam o sono. Entre as principais motivações estão: privação do sono (noites mal dormidas), distúrbios psiquiátricos (depressão e ansiedade), respiratórios (apneia do sono, asma), febre, consumo de álcool e outras drogas, medicamentos que interferem no mecanismo do sono, bexiga cheia, ruídos, temperatura desagradável, entre outros.
Além disso, existem indícios de que o sonambulismo possa ter raízes genéticas. Sendo assim, é comum que pais sonâmbulos percebam a repetição dos sintomas em seus filhos.
Sintomas de sonambulismo
O principal sintoma do sonambulismo já está sinalizado no próprio nome da condição. Ou seja, ambular – outra palavra para andar – enquanto sonham. Nesses momentos a pessoa está quase sempre de olhos abertos, mas não apresenta nenhuma expressão.
Além disso, a pessoa pode conversar e realizar tarefas do dia a dia, como arrumar a cama, trocar de roupa, abrir e fechar portas e janelas ou até mesmo comer e ir ao banheiro. Uma vez que são ações rotineiras, o corpo repete sem interferência do cérebro, o que pode gerar acidentes no processo.
Mesmo que tenha ficado ativa por grande parte da noite, geralmente o sonâmbulo não apresenta sinais de cansaço.
Tratamento
Quando acontece em episódios esporádicos, o sonambulismo não é motivo para preocupação. Por outro lado, caso seja recorrente, pode precisar de tratamento. Isso porque a repetição pode começar a gerar constrangimento no sonâmbulo, ou ainda criar episódios de perigo e agressividade.
Para isso, os pacientes são submetidos a tratamentos que podem incluir medicamentos que atuam no padrão de sono. Entre eles, estão alguns antidepressivos e benzodiazepínicos. Em alguns casos, tratamentos de psicoterapia e técnicas de relaxamento também podem ajudar a aliviar a condição. O sonambulismo, entretanto, não tem cura.
Anteriormente, costuma-se acreditar que um sonâmbulo não deve ser acordado, mas isso não é verdade. O risco para isso é criar uma confusão no sonâmbulo, que vai estar perdido ao acordar. A melhor solução nesses casos é tentar guiar o sonâmbulo de volta para a cama, para que ele volte a dormir.
Fontes: Drauzio Varella, Minha Vida, H9J, Vitalgas
Imagens: Morsch, Terry Cralle, Backpacker, LA Times, Sleep Judge