Na cosmovisão indígena, Sumé é o deus que rege as leias e a sabedoria. Dessa maneira, ele é responsável por transmitir boa parte dos conhecimentos importantes nas sociedades que o veneram. Dentre eles, por exemplo, destacam-se cozimento e aplicações da mandioca.
A história descreve o personagem como um homem barbudo e branco, com vestes longas e claras. Além disso, diz-se que ele é capaz de flutuar no ar e chega ao mundo vindo do mar.
Ainda que várias origens e diferentes tenham características próprias, todas as vertentes convergem para esse conjunto de características gerais.
Lenda
De acordo com as principais visões da história de Sumé, ele era um homem extremamente sábio. Sendo assim, ele ajudou diversos povos indígenas com informações essenciais para a sobrevivência das aldeias. Entre os principais conhecimentos, por exemplo, estão domínio do fogo, noção do tempo e das estações e organizações sociais.
Os principais conhecimentos dados pelo deus, no entanto, foram a manipulação da mandioca e a criação de anzóis para pesca, com a ajuda de espinhos.
Além disso, Sumé também teria sido responsável por ensinar os indígenas a plantar, colher, curar e zelar pelos mortos. Vertentes diferentes de suas habilidades ainda incluem outros conhecimentos, como pintura e tatuagens.
A princípio, o deus ensinava tudo o que sabia de graça, mas acabava cobrando um certo preço. Sumé insistia em acabar com hábitos como poligamia e canibalismo, o que irritava caciques. Por causa disso, o deus foi recebido a flechadas numa certa manhã.
As armas magicamente feriram os atiradores mortalmente, o que impressionou os presentes. Logo após o episódio, Sumé desapareceu voando sobre as ondas do mar e nunca mais voltou. Antes de ir, porém, prometeu voltar para disciplinar os povos indígenas.
Origem de Sumé
O nome Sumé era utilizado por indígenas em referência ao deus branco associado ao apóstolo São Tomé. Durante sua passagem pela América, gerou lendas similares em regiões como Peru, Colômbia, Cuba, Costa Rica e México.
Em Itapuã, Espírito Santo, uma rocha com pegadas do santo produziu um culto que durou até meados de 1950. No lugar, foram erguidas uma palhoça e uma cruz.
Os povos Tupinambás também apresentaram as mesmas pegadas na praia de Paripe, em Salvador. Atualmente, inclusive, o local recebe o nome de Praia São Tomé em homenagem ao santo que inspirou Sumé.
Apear dos relatos, ainda há muitas dúvidas sobre as supostas aparições do santo, visto como um deus branco.