O dia 30 de dezembro de 1977 vai ficar marcado na prisão no condado de Garfield (Colorado). A fuga de Theodore Robert Cowell, o Ted Bundy. Ele aproveitou o momento das festividades de fim de ano para planejar a própria fuga, mas não imaginou que seria tão fácil.
Ele estava há seis anos preso por assediar e tentar sequestrar Carol DaRonch. No entanto, o próximo julgamento do assassinato de Caryn Campbell já estava marcado para daqui 15 dias. Assim, ele precisava escapar antes.
Aos 31 anos, ele conseguiu escapar da prisão pela porta da frente e garantiu sua liberdade. Os guardas só perceberam sua fuga no dia seguinte, o que foi tempo suficiente para ele iniciar a sua nova trajetória.
Andando e pedindo caronas, ele chegou na tranquila cidade de Tallahassee, na Flórida. O local escolhido por ele foi morar nas vizinhança na Universidade do Estado da Flórida. Essa que será o cenário dos próximos crimes do serial killer.
Infância de Ted Bundy
Theodore, ou melhor, Ted, nasceu em novembro de 1946. Ele teve uma infância bem tumultuada e com muita falta de atenção e menosprezo por parte da família e conhecidos.
Ele relatou que, na rua, nunca teve amigos, e dentro de casa a relação era estranha. Ele vivia com os avós, mas seu avô era violento e agredia a avó.
A história nunca foi real para ele. Sua mãe, Eleanor Louise Cowell, não o assumiu. Ele foi criado como se ela fosse sua irmã e os seus avós, os pais adotivos.
Um cara comum
É bem característica de um seria killer ser considerado um cara comum. Com Ted Bundy não foi diferente e é bem aquele ditado que as aparências enganam.
O assassino tinha olhos azuis e cabelos escuros. Além disso, estava sempre bem arrumado e era bastante simpático com todos. Não tinha relações próximas, mas sempre conquistava a todos e se destacava em seus trabalhos.
Apesar das relações tumultuadas em casa e o fato de não ter amigos, não o impediram de se apaixonar. Sim. Ele namorou algumas garotas, mas se apaixonou mesmo por Elizabeth Kloepfer. O romance do casal foi duradouro e ele se tornou um bom padrasto para a pequena Tina.
O início da vida de crimes
Em 1974, Ted Bundy decidiu cursar direito na Universidade de Utah, próximo a sua casa. E foi nesse cenário que os crimes começaram a acontecer e a chocar o país.
As garotas começaram a desaparecer, mas logo depois descobriram que elas, na verdade, estavam sendo sequestradas, abusadas e mortas.
Os crimes começaram a ser desvendados com Carol DaRonch. Ted tentou atacá-la, mas ela entrou em luta corporal com ele e conseguiu escapar. Carol conseguiu chamar a polícia e descreveu as características físicas do homem, assim como do Volkswagen que ele dirigia.
A polícia de Washington identificou restos mortais em uma floresta. Ao analisar, descobriram que todos eram das mulheres que estavam desaparecidas. Desde então, todas as evidências e descrições chegavam a Ted Bundy e ele passou a ser procurado pela polícia.
Mas, apenas em agosto de 1975 ele foi preso, acidentalmente, pela polícia. Até lá. Ted viajou pelos Estados Unidos e assassinou outras mulheres.
Primeira prisão
Apesar de toda a polícia estar atrás de Ted Bundy, ele foi preso acidentalmente em um fiscalização de rotina. A polícia de Utah avistou um Volkswagen suspeito por estar com as faróis apagados e não obedecer a ordem de parar.
Quando a polícia alcançou Ted, encontraram no carro alguns itens estranhos, com por exemplo, algemas, picador de gelo, máscara de ski, pé de cabra e meia-calça com buracos. Inicialmente ele foi preso por suspeita de roubo.
Quando descobriram que ele era um dos caras mais procurados dos EUA, a polícia logo chamou Carol DaRonch para fazer o reconhecimento. Carol confirmou as suspeitas e ele foi preso por tentativa de sequestro.
Enquanto ele estava na prisão, a polícia reuniu as provas para acusá-lo também do primeiro homicídio no Colorado. Esse seria de Caryn Campbell, de 23 anos.
Assim da prisão de Utah ele foi transferido para o condado de Garfield, no Colorado. Foi nessa oportunidade que ele preparava sua própria defesa e planos de fuga.
Primeira fuga
O julgamento de Ted Bundy começou no tribunal de Pitkin, em Aspen, no Colorado. Ele aproveitava as horas na prisão para praticar atividades e manter o porte físico. Até então ninguém sabia que na verdade ele estava era praticando atividades de resistência.
Ele estava planejando a primeira fuga, que muito exigiria dele ter boas condições para aguentar tudo que enfrentaria pela frente. Em junho de 1977, ele estava sozinho na biblioteca e aproveitou para colocar o plano de fuga em ação. Ele pulou da janela no segundo andar e seguiu em direção às montanhas de Aspen.
Para se esconder e não ser novamente capturado, ele se abrigou em uma cabana na floresta e passou fome e frio. Mas, não demorou muito para ser capturado. Então, com seis dias de fuga e sem ter como sobreviver, ele voltou a Aspen com 11kg a menos.
Mas, o sorriso simpático e galanteador nunca deixou de aparecer diante as câmeras.
Nova prisão, nova fuga
Agora que já contextualizamos um pouquinho, nós vamos voltar à história que iniciamos esse texto. Novamente na prisão, ele planejava com muito mais cuidado a segunda fuga, afinal dessa vez ele não queria voltar.
Na noite do dia 30 de dezembro de 2020, ele aproveitou as preparações dos festejos de fim de ano e escala reduzida de funcionários na prisão para colocar em prática a segunda fuga.
À noite, no momento do jantar, ele não fez a refeição. Na cama, colocou também uma pilha de livros e o cobertor por cima para simular o seu corpo.
A fuga dele só foi percebida horas depois no dia seguinte. Ele vestiu um dos uniformes dos guardas e saiu pela porta da frente da prisão de Garfield.
Por incrível que pareça, ele percorreu mais de 2 mil km e chegou à Flórida para colocar em prática os novos crimes. Agora sim, ele estava preparado para chocar ainda mais o país.
Flórida
Ele não esperou muitos dias após a sua fuga para começar os próximos crimes. Ao passo que, em 14 de janeiro de 1978, ele invadiu a casa de fraternidade Chi Omega, na Universidade da Flórida, matou duas estudantes e feriu outras duas Karen Chandler e Katy Kleiner. Elas ficaram tão gravemente feridas que não conseguiram reconhecer Ted Bundy.
Após o crime na casa de fraternidade, ele ainda queria cometer outro crime, mas desistiu por medo de ser capturado.
Morte de Kimberly Leach e nova prisão
Ainda na Flórida, Ted Bundy cometeu novos assassinatos. Contudo, dessa vez a vítima foi a pequena Kimberly Leach, de 12 anos.
Mas, você deve estar se perguntando como Ted sobrevivia, não é mesmo? Ele roubava carros e cartões de crédito, além do mais utilizava identidade falsa para se tornar irreconhecível.
Uma semana após o crime contra Kimberly, Ted é preso por dirigir um dos veículos roubados. Ao todo, ele ficou 46 dias em liberdade, mas foram as vítimas da Flórida que conseguiram condená-lo.
Nos julgamentos, era ele mesmo quem fazia suas defesas e, tão confiante era na sua liberdade, que assim mesmo recusou os acordos oferecidos pela justiça.
Julgamentos
Até nos julgamentos, Ted era sedutor e muito teatral. Assim ele usava dos mesmo artifícios para convencer os juris e a população que era inocente.
No primeiro julgamento, em 25 de junho de 1979, a estratégia não deu certo e, então, ele foi condenado pelas duas mortes das mulheres da Casa da Fraternidade da Universidade.
O segundo julgamento na Flórida, em 7 de janeiro de 1980, e Ted também foi condenado pela morte Kimberly Leach. Apesar de mudar a estratégia e ele não ser o próprio advogado, o juri já estava convencido da sua culpa e o condenou à sentença de morte.
Confissões
https://www.youtube.com/watch?v=XvRISBHQlsk
Logo após o fim do julgamento e a sentença de morte já determinada, Ted concedeu entrevistas a jornalistas e relatou alguns pequenos detalhes dos crimes.
No entanto, foi para alguns investigadores que ele confessou o assassinato de 36 mulheres e deu muitos detalhes dos crimes e ocultação dos cadáveres.
Diagnósticos
Durante o período de pré e pós-julgamento vários testes psiquiátricos foram realizados. Entre eles alguns identificam transtorno bipolar, transtorno de personalidade múltipla ou transtorno de personalidade antissocial. Mas suas características apresentadas nos crimes e tribunais foram tantas, que os especialistas não chegaram ao fator determinante.
Execução
O momento da execução foi muito esperado pela população, que comemorou nas ruas Raiford, na Flórida. Afinal, foi nesse estado que muitos crimes foram cometidos brutalmente e assustaram a cidade, até então considerada pacata.
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Fontes: Galileu¹; Galileu²; Observador.
Imagem de Destaque: Canal Ciências Criminais.