O trevo-de-quatro-folhas é conhecido especialmente por ser uma planta responsável por trazer a sorte a quem encontra. Além disso, é comum que cada uma das folhas seja atribuída a um sentido específico. Além da sorte, são eles a esperança, a fé e o amor.
A origem da representação do trevo como amuleto é muito antiga, datando de milhares de anos atrás, na Mitologia Celta. Desde então, o símbolo tem sido representado em ilustrações, gravuras, estátuas, tatuagens e vários outros.
Dentre os vários motivos pelos quais a planta foi associada à sorte, um dos principais é a raridade que ela possui.
Por que o trevo-de-quatro-folhas dá sorte?
A associação do tipo de trevo com a sorte está principalmente na dificuldade de encontrá-lo. Isso porque o normal para a espécie em questão é possuir apenas três folhas, sendo que o desenvolvimento de quatro trata-se de uma anomalia.
O trevo está incluso nas plantas do gênero Trifolium, que significa exatamente três folhas, em latim. No entanto, a verdade é que o que entendemos como folhas são folíolos, que são subdivisões de uma folha. Ou seja, todos os trevos possuem – em tese – somente uma folha, dividida em três ou quatro folíolos.
Quando há o desenvolvimento de quatro folíolos – popularmente chamados de quatro folhas -, há uma mutação genética rara na planta. É por isso, portanto, que encontrar um trevo nessa variante é tão raro.
Estima-se que exista apenas um deles em cada 10 mil da mesma espécie.
Origem da lenda
Os primeiros povos a terem contato com a planta foram ingleses e irlandeses das antigas sociedades celtas. Nesses grupos, os druidas – considerados filósofos e conselheiros – acreditam que um trevo-de-quatro-folhas era sinal de sorte e poderes naturais.
De acordo com alguns relatos da mitologia, inclusive, acreditava-se que a anomalia – hoje entendida como mutação genética – era responsável por influência direta das fadas. Dessa maneira, encontrar uma dessas plantas seria poder carregar uma amostra de um poder sobrenatural consigo.
O formato com quatro folhas, um número par, e a distribuição em cruz também eram motivos que adicionavam a crença. Isso porque a distribuição das folhas nessa versão era associada a valores sagrados, mesmo antes do cristianismo, bem como com plenitude e equilíbrio.
Quatro folhas
Além da relação com as fadas e com as lendas celtas, o número quatro carrega importante significados simbólicos. Ao longo da história, é possível perceber a influência do numeral em diferentes sociedades.
Grécia: o matemático Pitágoras considerava o 4 um número perfeito, associado diretamente a Deus.
Numerologia: o número 4 é associado a noções como estabilidade, solidez e segurança. Em algumas interpretações, também indica organização e racionalidade.
Cristianismo: na Bíblia, o número em aparece em alguns momentos em relações a totalidade e universalidade, especialmente no Apocalipse – com os quatro cavaleiros, por exemplo. Além disso, o Novo Testamento conta com quatro evangelistas e a cruz cristão tem quatro extremidades.
Natureza: na natureza também é possível encontrar subdivisões em quatro em algumas situações, como nas fases da lua (nova, crescente, minguante e cheia), fases da vida (infância, juventude, maturidade e velhice), elementos (água, fogo, ar e terra) e estações do ano (primavera, verão, outono e inverno).
Onde encontrar trevos-de-quatro-folhas
A versão do trevo com mais de três folhas é extremamente rara, com chance de 1 em 10 mil. Sendo assim, ainda que seja possível encontrar um local com condições favoráveis para o nascimento da espécie, o desafio de se deparar com a mutação é tamanho.
Dito isso, a maior probabilidade de encontrar um trevo-de-quatro-folhas está na região da Irlanda. Isso porque as colinas locais são revestidas com trevos em diversos ambientes.
É por causa disso, inclusive, que a planta está presente em vários símbolos nacionais e está relacionada festividades como o Dia de São Patrício (St. Patrick’s Day). No país, existem até expressões como “Lucky O´Irish” (Sorte Irlandesa), que destacam o presente dos deuses e fadas dados por meio da planta.
Fontes: Waufen, Hiper Cultura, Dicionário de Símbolos, O Dia