O oceano é um dos lugares mais maravilhosos e misteriosos da Terra, repleto de criaturas únicas que exibem características raras. Uma delas é o raro filhote de tubarão-fantasma ou quimera, que foi descoberto por cientistas na Nova Zelândia.
O tubarão-fantasma recém-nascido foi visto a uma profundidade de 1,2 km na costa leste da Ilha Sul da Nova Zelândia, segundo esta matéria da BBC.
A ‘descoberta rara’ foi feita acidentalmente quando uma equipe de pesquisadores do Instituto Nacional de Água e Pesquisa Atmosférica (NIWA), estava realizando um levantamento de arrasto das populações submarinas em Chatham Rise.
Os cientistas acreditam que o bizarro bebê tubarão-fantasma nasceu recentemente, pois sua barriga ainda estava cheia de gema de ovo.
O que é um tubarão-fantasma?
O gênero Hydrolagus é classificado como membro da família dos peixes quimera. Em suma, são peixes cartilaginosos marinhos da ordem quimeroceros. Eles são encontrados principalmente em águas oceânicas quentes em grandes profundidades.
A maioria deles se alimenta principalmente de invertebrados e peixes. Eles provavelmente viveram no período Cretáceo. Até agora, os cientistas conseguiram documentar cerca de 50 espécies de peixes quimera.
Além disso, acredita-se que eles são parentes cartilaginosos de tubarões e raias, ou seja, peixes com esqueletos feitos de cartilagem e não de osso. As fêmeas depositam seus embriões no fundo do mar, onde se alimentam da gema dentro de sua cápsula de ovo antes da eclosão.
Cientistas ainda sabem pouco sobre espécies do fundo do mar
A equipe realizará mais testes e análises genéticas para determinar a qual espécie de tubarão-branco a captura pertence, já que atualmente existem cinquenta e duas espécies conhecidas vivendo no oceano profundo.
“Nosso conhecimento dessa espécie é baseado principalmente em indivíduos adultos. Portanto, a descoberta deste ‘tubarão-fantasma’ recém-nascido é realmente notável”, disse o Dr. Brit Finucci, um dos descobridores da misteriosa criatura.
Desse modo, os autores da descoberta admitem que o maior problema na identificação de espécies do fundo do mar, que incluem o tubarão-fantasma, é que o fundo do oceano ainda é muito inexplorado.
Isso se deve, por sua vez, ao fato de que as expedições a essas áreas são extremamente desafiadoras e muitos lugares são de difícil acesso.
Dr. Finucci aponta que mais informações são necessárias para determinar a qual espécie específica o “tubarão-fantasma” pertence. Até agora, só foi atribuído ao gênero Hydrolagus.
Os cientistas esperam que uma maior exploração da elevação de Chatham ajude a encontrar mais exemplares do misterioso peixe.
“O mais emocionante é que não temos certeza do que realmente vamos descobrir”, acrescenta o cientista.
Conhecendo vários indivíduos semelhantes que podem estar relacionados com o jovem “tubarão-fantasma”, os cientistas vão agora analisar e comparar todas as suas características comuns. Dessa forma, eles querem criar uma classificação biológica concreta.
Quando a criatura foi vista pela primeira vez?
Foi em 2009, que pela primeira vez, biólogos marinhos capturaram um vídeo de um tubarão-fantasma. A raça de tubarão-fantasma de nariz pontudo, às vezes chamada de peixe-rato, foi vista rondando a profundidades de dois quilômetros nas costas da Califórnia e do Havaí, graças a um pouco de “sorte acidental.”
A visão deu aos pesquisadores, conforme essa matéria da Veja, uma maior compreensão do comportamento peculiar do tubarão que se alimenta de fundo que se alimenta de moluscos e vermes e não tem o branco perolado afiado dos tubarões comuns.
Tubarões-fantasmas de aparência semelhante também foram vistos nas costas da América do Sul e do sul da África, bem como no Oceano Índico. Entretanto, acredita-se que o espécime único normalmente vive em zonas abissais ao redor da Austrália e da Nova Zelândia.
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