A hipótese do Vale da Estranheza pode ser aplicada em duas ciências: a astrobiologia e a robótica. Em ambas, analisa-se a maneira pela qual o ser humano enxerga outras formas de vida: a artificial, de um robô; ou a ausência de vida inteligente fora da Terra, pelo menos até o momento.
Hipótese planetária
O Vale da Estranheza é uma hipótese proposta pela primeira vez em 2015, segundo a qual o surgimento de formas de vida inteligentes altamente avançadas pode ser um evento raro no universo. Essa hipótese sugere que, após a formação de planetas hospitaleiros, existe uma “janela temporal” de poucos milhões de anos quando a vida pode se desenvolver e evoluir. Depois disso, as condições do planeta mudam e tornam-se hostis para a vida, impedindo a sua evolução para formas mais complexas.
O que é a hipótese do Vale da Estranheza?
A hipótese sugere que a vida inteligente é uma raridade no universo devido à janela temporal limitada durante a qual as condições do planeta são propícias para o seu surgimento e evolução. Alguns exemplos de personagens fictícios conhecidos que retratam essa hipótese incluem os personagens de ficção científica “The Andromeda Strain”, de Michael Crichton e “War of the Worlds” de H. G. Wells.
Qual é a origem dessa hipótese?
A hipótese do Vale da Estranheza foi proposta pela primeira vez por astrobiólogos da Universidade de Pensilvânia, nos Estados Unidos, em 2015. Eles baseiam sua hipótese em dados da astronomia e biologia, as quais sugerem condições raras para o surgimento da vida e ainda mais restritas para vida avançada
Teorias em relação ao Vale da Estranheza
Algumas teorias em relação ao Vale da Estranheza incluem a ideia de que a vida inteligente é muito rara no universo, expressa no Paradoxo de Fermi, por exemplo, e que talvez sejamos os únicos seres inteligentes existentes. Entretanto, outra teoria sugere vida inteligente em outros planetas, mas diferente e difícil de detectar.
Críticas a essa hipótese
A ideia de que a vida surgiu em outros planetas e evoluído para formas avançadas, mas que ainda não foi detectada devido à nossa tecnologia limitada é uma das críticas à hipótese do Vale da Estranheza. Outra crítica é de que a hipótese é baseada em suposições e modelos teóricos.
Hipótese robótica
O professor de robótica, Masahiro Mori, do Japão, apresentou a hipótese pela primeira vez, em 1970. O Vale da Estranheza é um conceito aplicado na robótica e Inteligência Artificial (AI, na sigla em inglês), assim como na computação gráfica, design e estética. O androide Data da série “Star Trek: The Next Generation” e o robô Ava do filme “Ex Machina”, são vistos como personagens do Vale da Estranheza. Ambos são tão realistas e avançados que causam estranheza nas pessoas; ao mesmo tempo, no entanto, são claramente diferentes de seres humanos reais.
O que é a hipótese do Vale da Estranheza?
Segundo a hipótese, quando réplicas humanas se comportam de forma semelhante, mas não idêntica a seres humanos reais, elas provocam repulsa nos observadores humanos. À medida que a aparência do robô se aproxima cada vez mais de um ser humano, a reação das pessoas tende a se tornar positiva e com maior empatia. O padrão também se aplica aos sites de Inteligência Artificial com aplicações em textos, imagens, sons e vídeos. A sensação inicial de estranheza e medo cede geralmente à “maravilha” que o ser humano sente, despertando empatia com as novas tecnologias.
Teorias em relação ao Vale da Estranheza
A hipótese do Vale da Estranheza foi popularizada por David Levy em seu livro “Love and Sex with Robots”, de 2007. A explicação científica mais aceita do Vale da Estranheza foi a de Thalia Wheatley, psicóloga do Dartmouth College. Segundo ela, nosso cérebro conta com um sistema de avaliação de estímulos que nos impede de escolher um parceiro com problemas de saúde. Ou seja, nosso cérebro interpreta isso como um “defeito”. Ou ainda, como uma ameaça à preservação da espécie.
Críticas a essa hipótese
A ideia de que robôs e IAs representam uma ameaça a empregos e à atividade criativa humana é uma das críticas à hipótese. Robôs, atividades como jornalismo, literatura, artes, e até profissões tradicionais como advocacia e medicina, enfrentam esse fenômeno. O uso de aplicativos para motoristas causou insegurança no começo. A tendência, entretanto, é que as atividades se acomodem e coexistam com adaptações.
A hipótese do Vale da Estranheza é uma realidade à qual nos adaptamos, à medida que as novas tecnologias surgem e passam a fazer parte de nossa vida cotidiana.
Fontes: Super, A Mente Maravilhosa