Quem nunca brincou de caça ao tesouro quando criança? A bem da verdade é que, mesmo depois de adultos, vira e mexe, ainda sonhamos em encontrar lugares perdidos, ou aquele belo pote de ouro no final do arco-íris.
Há algum tempo, não apenas ouro, prata e jóias eram os desejos mais ambicionados por aventureiros e desbravadores – mas isso não quer dizer que não tenham sido o ponta pé inicial ou que não tenham tido influência em algumas decisões, por mais errôneas que tenham sido.
Todo mundo conhece pelo menos uma história de algum personagem, real ou fictício, que saiu em busca de alguma ‘famosa’ cidade perdida.
Caso você não conheça nenhuma, separamos essas para contar aqui e, bem, uma delas aconteceu em terras tupiniquins, quer ver?
Confira as histórias de alguns “lunáticos” que morreram procurando lugares perdidos:
1 – As sete cidades de ouro
De acordo com a história, Francisco Vázques de Coronado foi um importante explorador espanhol (e também conquistador) cuja expedição de 1540 começou na costa ocidental do México, tendo sido ele o primeiro europeu a admirar as belezas do Grand Canyon e a foz do rio Colorado. Aos 20 anos foi governador da província da Nova Espanha (atual México).
Começando a falar dos ambiciosos, é claro que Vázques não ia parar por aí. Ele investiu grandes quantias monetárias (dele e de outras pessoas) em busca das Sete Cidades de Cibola.
No meio do caminho, encontrou o que se tornou a cidade de Zuni Pueblo, não satisfeito continuou a explorar exaustivamente a área desconhecida. Mas acabou se deparando com mais e mais aldeias e a violenta resistência de seus habitantes.
Coronado voltou ao México envergonhado física e moralmente, sendo levado a julgamento por ser um péssimo líder. No final, foi inocentado de ser um criminoso explorar. Fraco e cheio de cicatrizes, morreu no México em 1554.
2 – A procura de ZZZ
Percy Fawcett, um coronel inglês explorador super famoso! Ao longo de meia dúzia de expedições à selva amazônica, Fawcett criou toneladas de mapas de territórios – até então – não mapeados no Brasil e na Bolívia.
Suas perigosas viagens pelo caminho da América do Sul o fizeram uma celebridade, servindo de inspiração para The Lost World, de Sir Arthur Conan Doyle (o criador de Sherlock Holmes) e, de ninguém mais, ninguém mesmo, que o personagem Indiana Jones.
Com o passar do tempo, Fawcett ficou obcecado pela teoria de que a Amazônia abrigava uma antiga raça, muito avançada, que construíra uma metrópole de pedra expansiva em “tamanho e grandeza”, no meio da selva.
Carinhosamente, chamou sua teórica cidade perdida de “Z”. Dedicou sua vida e recursos para encontrá-la. Depois de duas expedições que terminaram por conta de doença, tempo e exaustão, Fawcett começou sua terceira e última busca por Z em 1925, na qual levou seu filho e melhor amigo.
Saindo de Nova Jersey, em janeiro de 1925, Fawcett jurou com excesso de confiança: “Vamos voltar e traremos o que buscamos”. Mas não foi o que aconteceu – como já prevíamos. Os três desapareceram sem deixar qualquer rastro, e pior, cerca de 100 pessoas morreram nos anos que seguinte procurando-os.
O jornalista brasileiro Antonio Callado, por volta da década de 1950 se aficionou pela história de Fawcett, se tornando uma das pessoas a percorrerem os mesmos caminhos de Fawcett, em busca de explicações. Seus registros ficaram para a história no livro “Esqueleto na lagoa verde: um ensaio sobre a vida e o sumiço do Coronel Fawcett”.
3 – O caminho para El Dorado
Talvez uma das histórias mais conhecidas, El Dorado foi uma das maiores obsessões de exploradores. Começando por Sir Walter Raleigh, famoso não por morrer ou desaparecer! Mas, sim, um famoso escritor, poeta e cortesão da Rainha Elizabeth I.
Walter foi quem, supostamente, inventou aquela situação em que um homem coloca seu casaco em uma poça de lama, em ato de cavalheirismo, para que uma mulher possa passar sem se sujar. Apesar disso, assim como os outros nomes de nossa lista, ele queria porque queria encontrar a uma cidade perdida, nesse caso, El Dorado.
De acordo com escritos de diversos exploradores espanhóis, incluindo Juan Martinez, Raleigh se convenceu de que El Dorado era: a) real, b) na verdade uma cidade chamada Manoa, c) localizada na Guiana. Bom, ele não encontrou a cidade.
Nem na segunda tentativa, em 1616 – mas aqui foi quando Lawrence Keymis, um amigo do explorador, decidiu quebrar um tratado de paz e atacar um posto espanhol na Guiana, levando à morte o filho de Raleigh e do velho para a Inglaterra.
No final da contas, Raleigh foi sentenciado à morte pelo Rei James, que ficou bastante zangado pela quebra do tratado de paz e com o explorador gostar mais de ouro do que de espanhóis.
4 – Sem passagem
A Passagem do Noroeste é uma rota marítima através da qual uma pessoa navega do Oceano Atlântico para alcançar o Oceano Pacífico, passando pelo Oceano Ártico, ao invés de cruzar o Canal do Panamá.
Por séculos, exploradores europeus buscaram um caminho aquático pelo continente americano. A diferença desse lugar – a Passagem do Noroeste – é que ele realmente existe, ao contrário dos outros lugares perdidos citados.
A questão aqui é que os exploradores passavam tanto tempo procurando (em vão) por uma passagem navegável em locais onde não era possível passar, por maiores que fossem as tentativas de força bruta através da quantidade ímpia de gelo.
Um dos maiores exemplos de tentativa fracassada de “derrubar” o Polo Norte com um barco gigantesco é a expedição Franklin de 1848, com seus famosos navios HMS Terror e HMS Erebus.
Os navios ficaram irreparavelmente presos no gelo do mar e foram abandonados, apenas para os 129 membros da expedição morrerem, se tornando a pior perda na história da exploração polar britânica.
Por 11 anos equipes de busca tentaram encontrar os navios – sem sucesso. O Terror foi encontrado em 2016, na parte inferior de uma baía no Ártico.
Diante dessas histórias podemos concluir que: se as supostas cidades perdidas existem elas estão realmente perdidas (ou foram muito bem escondidas!) e que nada melhor que os erros dos outros para evitar os nossos!
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Fonte: Grunge