Todo mundo sabe que a maternidade significa uma mudança radical na vida da mulher. A chegada de um filho faz com que a mulher teste seus limites físicos e mentais. Isso tudo, claro, sem contar que dar á luz costuma ser bem doloroso, mas disso o mundo inteiro já sabe.
Mas, o que quase ninguém sabe sobre o assunto é que a maternidade tem um lado “ruim”, cheio de aspectos que amedrontam e fazem as mães, especialmente as de primeira viagem, a se perguntarem porque nunca ninguém comentou com elas sobre esse outro “lado da moeda”.
Foi inspirada nas dificuldades do primeiro ano de sua vida como mãe, que a blogueira britânica Gylisa Jayne, mãe da linda Lily, desabafou em seu perfil, no Facebook. Como você ver ter a oportunidade de conferir abaixo, no post, ela falou sobre as coisas dolorosas que teve que descobrir sozinha sobre a maternidade, sobre a solidão que sentia e sobre o fato de não ter mais privacidade, nem mesmo na hora de se depilar.
O texto, como você confere a seguir, se chama “As coisas que ninguém me contou” e questiona porque ninguém diz que o quanto é difícil se tornar mãe. Conforme Gylisa, nem mesmo sua própria mãe se preocupou em contar a ela o quanto poderia ser doloroso e complicado em alguns aspectos.
O desabafo da blogueira contou com mais de 70 mil compartilhamentos e fez com que inúmeras mulheres se manifestassem sobre o assunto e compartilhassem seus momentos de fraqueza durante esse processo de se tornar mães.
Leia, na íntegra, o desabafo sobre o lado “ruim” da maternidade:
“As coisas que ninguém me contou.
Houve vários momentos durante o meu primeiro ano de maternidade em que eu pensei “por que ninguém me falou sobre isso…!”.
Eu acho que os conselhos sobre o parto deveriam ser passados em um escritório, onde nos mostram uma grande televisão (como na escola) em que poderíamos assistir a um vídeo com todas as partes da maternidade que ficam de fora das aulas de educação sexual, dos updates das colegas de Facebook da sua mãe e de todas as outras pessoas!
Por exemplo, ninguém me contou que é perfeitamente normal admitir que você não “amou” seu bebê quando ele estava saindo de você. Isso é ok. Eu me senti do mesmo que jeito que quando vi minha placenta naquela tigela – morbidamente interessada no que aquilo parecia – mas não, obrigada, eu realmente não gostaria de abraçar isso.
Ninguém me disse que os pontos na sua vagina podem realmente doer até mais do que dar à luz um bebê de 3 kg.
Ninguém me disse que amamentar DÓI MUITO. Dói, ok? Qualquer um que diz que não deveria doer está somente meio certo. Se tem dor, é um sinal de pega incorreta – mas é, também, um sinal de que o seu mamilo está sendo agressivamente sugado (presume-se) pela primeira vez. Leva uma semana ou duas para ficar mais fácil. Mas eu juro – fica! E aí o seu parceiro pode tirar fotos fofas de você sorrindo com seu filhote ao invés de estar rangendo os dentes e chorando.
Ninguém me disse que TODO MUNDO teria uma opinião sobre o seu bebê – como alimentá-lo, como vesti-lo, como chamá-lo, como carregá-lo, por que você deve embalá-lo somente por cinco segundos por dia, ou então ele será um mimado, ou como você é uma péssima mãe se não o carregar 24 horas por dia, 7 dias por semana… E assim por diante.
Ninguém me disse um jeito educado de falar às pessoas que gostam de dar opinião para CAÍREM FORA.
Ninguém me disse que eu definitivamente NUNCA mais ficaria sozinha novamente. Isso inclui ir ao banheiro, tomar banho e me depilar. Principalmente quando eles ficam mais velhos e acham que ver você depilando a virilha é algo realmente interessante, e você reza para que isso não os traumatize para o resto da vida…
Ninguém me disse que, quando você se acostuma a não ficar mais sozinha, você sente falta deles durante a soneca porque eles são tão fofos. Tão fofos… Oh, Deus, ela está abrindo os olhos? Fuja. Fuja agora!
Ninguém me disse que os efeitos da gravidez duram por eras… Então, basicamente, você fica grávida por mais ou menos dois anos. Como um elefante. É o quão gorda você se sente agora.
Ninguém me disse que comer biscoitos e beber chá seria uma dieta saudável. Porque não é. Mas faz com que você atravesse o dia – então quem se importa?
Ninguém me disse que ter um bebê poderia fazer com que eu odiasse meu marido às vezes. Que, de vez em quando, eu iria preferir um carinho do nosso bebê. Que isso pareceria extremamente injusto. Mas, por outro lado, ninguém me disse que ver meu marido brincando/fazendo carinho/ cuidando do nosso bebê iria me fazer querer explodir de felicidade. E em seguida fechar bem minhas pernas antes que ele sugira outro.
Ninguém me disse que, apesar de sentir que eu não conseguiria fazer nada disso, que eu não saberia nada sobre maternidade, meus instintos não me falhariam. Admirar o jeito de outra pessoa fazer as coisas não deveria fazer com que eu questionasse o meu jeito.
Ninguém me disse que é normal se sentir louca depois de ter um bebê. Sentir-se solitária, com medo, estranha e não se reconhecer mais como si mesma. Ninguém me disse isso, então eu achava que não poderia contar para ninguém como eu me sentia, até que um dia falei para alguém, coloquei tudo para fora e acabei compartilhando minhas palavras com milhares de vocês. E vocês todas admitiram sentir o mesmo.
E então vocês todas me disseram que esses sentimentos não duram para sempre. Que de vez em quando eles voltam, e que a gente tem vontade de fugir, mas vocês todas disseram – cada uma de vocês – que isso melhora. Que fica mais fácil. Que vai ficar tudo no passado. Que vai valer a pena.
E que não é para sempre.”
E então, acha que a moça é somente uma mãe desnaturada ou que ela tem razão em tornar público esse “outro lado da maternidade”? Não deixe de nos contar seu ponto de vista sobre o assunto nos comentários.
Agora, já que falamos em maternidade, não deixe de ler (e se surpreender) com essa outra matéria: Bebês aprendem a sorrir para manipular os adultos, segundo a Ciência.
Fonte: Catraca Livre