O camelo é um mamífero pertencente à família Camelidae e ao gênero Camelus. As espécies são divididas entre camelos selvagens (Camelus ferus) e domésticas (Camelus catrianus).
Encontrados em algumas regiões da Ásia, eles são conhecidos especialmente pela capacidade de ficar longos períodos sem consumir água ou alimentos. Além disso, as corcovas nas costas também são marcas registradas dos animais.
Elas cumprem uma importante função de reserva de energia, especialmente nos períodos de escassez no deserto.
Características dos camelos
Os camelos são animais de grande porte e podem atingir mais de dois metros de altura, com comprimento que varia de 2,25 a 3,45 metros. Além disso, possuem uma cada que pode ter de 35 a 55 centímetros. Com machos maiores que as fêmeas, os adultos podem ultrapassar os 600 kg.
Geralmente, esses animais são encontrados em bandos com 6 a 20 membros, liderados por um macho alfa. Além dele, o grupo também inclui várias fêmeas adultas e seus filhotes. Além de se acasalar com as várias fêmeas do rebanho, o macho também tem a função de protegê-la de outros machos. Para isso, é comum que utilize de mordidas e cuspes.
A gestação das gêmeas dura de 360 a 440 dias e, geralmente, produz apenas um filhote. Eles ficam com o bando até cerca de três a cinco anos de idade, quando desenvolvem a maturidade sexual. A partir daí, os filhotes machos são expulsos pelo líder e passam a viver com outros machos. Em média, um camelo pode viver até 50 anos.
Camelos são herbívoros ruminantes, ou seja, se alimentam de plantas digeridas por quatro estômagos que enviam os bolos alimentares de volta à boca. No entanto, existem algumas criaturas que podem se alimentar de peixes ou pequenos animais, na falta de alimentos, já que vivem em regiões onde a escassez é comum.
Adaptação para o deserto
Além das marcantes corcovas, os camelos possuem o corpo repleto de pelos que podem ser de tons de marrom ou cinza. No entanto, quando há registro de aumento de temperatura no ambiente, é comum que alguns pelos caiam do corpo do animal, especialmente nas regiões da corcova, pescoço, cabeça, pernas dianteiras e cauda.
Outras condições físicas também permitem que eles consigam sobreviver em locais de muito calor, como as poucas glândulas de suor, por exemplo. Dessa maneira, é possível que os animais tenham baixa taxa de transpiração, mantendo a temperatura interna estável. Antes do início da transpiração, os camelos toleram um aumento de até seis graus do color corporal.
Para sobreviver no deserto, eles também contam com longos cílios protegendo os olhos da areia. Da mesma maneira, camelos são capazes de fechar as narinas para proteção durante ventos carregados com muita areia.
Corcovas
As corcovas dos camelos também são importantes adaptações evolutivas da espécie. Isso porque são grandes depósitos de gordura que podem ser utilizados quando os animais não conseguem encontrar alimentos.
Em uma corcova, cada animal pode guardar mais de 35 kg de reserva de gordura. Nesses cenários, elas ficam bem firmes e eretas, indicando boa alimentação, saúde e capacidade de resistir a longos períodos sem alimentos. Sendo assim, é possível perceber que um camelo está mal nutrido quando sua corcova está inclinada e pequena.
Um fato de destaque sobre as corcovas, entretanto, é que os filhotes de camelos não as possuem. Somente depois que eles passam a consumir alimentos sólidos que as protuberâncias apresentam algum desenvolvimento.
Diferente do que muita gente acredita, as corcovas não funcionam como reservatório de água. Mas isso não é um problema, já que os camelos podem beber mais de 75 litros de água de uma só vez.
Camelos e risco de uma nova pandemia
Nos últimos anos, os camelos chamam a atenção de grupos de pesquisadores pelo potencial risco de ponto de origem de uma nova pandemia. De acordo com o Predict – projeto de cooperação internacional entre especialistas em doenças infecciosas financiado pelo governo americano – cerca de 75% das doenças emergentes que afetam humanos surgem em animais.
Uma vez que os camelos são a base de várias comunidades em regiões do nordeste da África, Ásia e Oriente Médio, o contato com essas criaturas preocupa alguns pesquisadores.
Amostras coletadas em animais indicam uma infecção com síndrome respiratória do Oriente Médio (Mers, na sigla em inglês). O novo coronavírus foi classificado com um taxa de mortalidade pelo menos dez vezes mais forte do que a covid-19, por exemplo.
A infecção foi descoberta em camelos da Arábia Saudita, em 2012, e até quatro anos depois já haviam “1.761 casos confirmados em laboratório de infecção com Mers-CoV, incluindo pelo menos 629 mortes relacionadas”, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Fontes: Brasil Escola, Mundo Educação, Britannica, InfoEscola, Mega Curioso, BBC
Imagens: Global News, Adventure, EcoWatch, Storied Hotels, Weekly Times