Acredita-se que a dança catira surgiu no século XIX como uma expressão musical urbana e com influências da mistura de negros, portugueses e indígenas. Desse modo, outros ritmos tiveram destaque na formação cultural da música popular brasileira além da Catira ou Cateretê, como o lundu e a habanera. No início, o Cateretê era apenas uma melodia sem acompanhamento de instrumentos musicais. Inclusive essa melodia fazia parte da liturgia católica, cujo objetivo era catequizar os índios.
Todavia, o Cateretê (ou Catira) tem sua origem muito discutida. Alguns dizem que ela veio da África junto com os negros, outros acham que é de origem espanhola, enquanto alguns estudiosos afirmam que ela é uma mistura com origens africana, espanhola e portuguesa.
Portanto, o cateretê (ou catira) no Brasil, é conhecida desde os tempos coloniais tendo sido incluída pelo Padre José de Anchieta nas festas religiosas de São Gonçalo, São João e de Nossa Senhora da Conceição, da qual era devoto. Inclusive, teria sido o Padre Anchieta quem compôs os versos apropriados para que os homens pudessem dançar este ritmo. Atualmente, ela é dançada por homens e mulheres em diversas regiões do país.
Definição e coreografia
O cateretê, como lido acima, é uma dança do folclore brasileiro caracterizada pela batida dos pés e mãos dos dançarinos. Apesar de ser dançada por homens e mulheres, na maioria das vezes a coreografia é executada por homens camponeses. Dessa forma, os grupos de ‘catireiros’ ou dançarinos de catira podem ser formados por seis a dez componentes embalados por uma dupla de violeiros, que tocam e cantam a moda.
A catira se tornou uma dança típica do interior do Brasil que eleva a cultura caipira nos estados de Mato Grosso, Paraná, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e no interior de São Paulo.
Portanto, a coreografia do cateretê apesar de ser uniforme, varia em certos aspectos de região para região. Além disso, frequentemente ela é apresentada com dois violeiros e dez dançarinos.
Como dançar o Cateretê
Para dançar a Catira é preciso organizar os dançarinos em duas fileiras opostas, e nas pontas de cada fileira ficam os violeiros que conduzem a dança com sua cantoria. Inclusive é um dos violeiros que dá o sinal para os dançarinos começarem os passos de bate-pé, bate-mão e pulos. Esse ritmo de passos é alternado até o final da dança.
Ao finalizar a cantoria, os catireiros fazem uma roda e giram batendo os pés alternados com as mãos conhecida como ‘serra acima’ e em seguida fazendo movimentos da esquerda para a direita, conhecidos como ‘serra abaixo’. Em suma, os violeiros são os únicos que cantam e também interagem com a coreografia dos dançarinos.
Por fim, a Catira se encerra com a divisão das fileiras encabeçadas pelos músicos, onde os integrantes trocam de lugar e voltam ao ponto inicial. Essa sequência é chamada de ‘recortado’. Posteriormente, os violeiros finalizam com o “levante”, onde os dançarinos repetem todos os movimentos como as batidas de pés, mãos e pulos.
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Fontes: Sete Mboots, Rodeowest, Toda Matéria, Nova Escola
Fotos: Pinterest