Como aconteceu o primeiro ciberataque do mundo?

O primeiro ciberataque da história aconteceu na França. Envolveu diversas pessoas. E deu (muito) certo, pelo menos por 2 anos. Até que alguém morreu.

Como aconteceu o primeiro ciberataque do mundo?

Se você acha que uma ‘rede de notícias’ é coisa atual, muito se engana. De acordo com o que a história conta, o primeiro ciberataque aconteceu no século 19, na França.

Para entender melhor: essa ‘rede de notícias’ era um sistema de telégrafo com torres interligadas.

Cada estrutura possuía braços móveis de madeira em seu topo. E cada combinação de braços correspondia a letras e números. Era através dessas torres que as informações eram transmitidas por toda a França, em questão de minutos.

O primeiro ciberataque da história

Essa era uma rede de monopólio estatal. Em 1834, os irmãos banqueiros François e Joseph Blanc negociavam títulos na Bolsa de Bordeaux, que ficava quase 600 km de Paris.

Isso, em termos franceses, significa cruzar quase todo o país, de norte a sul. Ou seja, uma informação demorava diversos dias para chegar pelo correio. Para tentar driblar essa situação, muitos negociantes trabalhavam com mensageiros ou pombos-correio.

O que nem sempre dava muito certo. E no final das contas ninguém conseguia dados privilegiados. Foi quando os irmãos Blanc tiveram uma ideia.

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O golpe do ciberataque

Como aconteceu o primeiro ciberataque do mundo?

Basicamente, funcionava assim: um dos irmãos observava diariamente a movimentação de títulos do governo. Assim, sempre que acontecia uma oscilação significativa nos valores, ele enviava um pacote à esposa do diretor do telégrafo de Tours (uma cidade no meio do caminho entre Bordeaux e Paris).

Assim, dentro do pacote havia meias – se os preços estivessem caindo. Ou cheio de luvas – caso estivessem subindo. Essa tática funcionava porque ela era dona de um armarinho, ou seja, não levantaria quaisquer suspeitas. Dessa forma, assim que ela recebia os pacotes, o diretor do telégrafo preparava o código correspondente e um funcionário (que também estava no esquema) transmitia de forma protegida a mensagem criptografada, para o outro irmão Blanc (em Bordeaux).

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“Isso porque o código tinha uma tecla “backspace” que significava que o receptor deveria ignorar o caractere imediatamente anterior ao “backspace”. Ou seja, quando o funcionário transmitia a informação privilegiada da Bolsa seguida do “backspace”, essa mensagem deveria seguir direto, sem interceptações, até o fim da linha.”

A morte do ciberataque

Essa linha que passava por Bordeaux era vigiada por Pierre Renaud, o ex-diretor do telégrafo de Lyon. Com um telescópio ele captava todas as informações levadas aos banqueiros, que as recebiam com dois dias de antecedência. O que era, praticamente, uma eternidade se levarmos em consideração a época.

Esse esquema funcionou muito bem por dois anos!Só quando o funcionário de Tours ficou doente é que as coisas perderam o controle. Antes de morrer ele revelou o esquema a um amigo, no intuito de que ele herdasse a função.

O problema é que o diretor do telégrafo da cidade negou todo o esquema. E, o homem irritado por não conseguir entrar no esquema, revelou tudo à polícia.

Não condenação do primeiro ciberataque

O que já era de se esperar. Afinal de contas, naquela época jamais se havia pensado que algo assim pudesse acontecer. Os irmãos Blanc não foram condenados. Mas o caso influenciou na legislação francesa por mais um século.

Depois do escândalo, o governo criou uma lei que determinava que os meios de comunicação não deveriam ser usados para fins privados sem o consentimento do Estado. Assim, a comunicação foi monopólio do governo francês até 1998, quando as leis liberais da Comunidade Europeia forçaram uma mudança.

Fonte: Super

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