Em algum momento de sua vida, durante as aulas de Ciências, você deve ter sido apresentado aquelas incríveis experiências básicas, mas muito criativas que toda criança aprende a fazer. Plantar feijões no algodão e fazer uma lâmpada acender com uma batata são ótimos exemplos disso.
Mas, e quando os adultos descobrem que essas experiências podem ser mesmo levadas a sério? Como você vai ver hoje, o lance da batata para acender lâmpadas é um desses casos.
Cientistas da Universidade Hebraica de Jerusalém, em Israel, foram muito além da experiência comum, usando uma batata para gerar energia; e descobriram que esse tubérculo pode manter uma lâmpada de LED acesa por cerca de 40 dias! Dá para acreditar nisso?
Batata mais potente
De acordo com eles, a forma de realizar a experiência da batata foi, praticamente, a mesma ensinada nas escolas e tutoriais da internet, usando placas de metal, fios e lâmpadas. Mas o detalhe, que aumentou a potência dessa energia é que o tubérculo usado havia passado por um processo de cozimento de 8 minutos.
Outro detalhe: ao invés de usar a batata inteira, como é comum se ver por aí, os cientistas a fatiaram em 4 ou 5 pedaços. O resultado foi que eles conseguiram uma eficiência energética até 10 vezes maior!
Como funciona a bateria?
Por que tudo isso aconteceu? De acordo com os cientistas, existe uma explicação lógica para isso tudo, mas antes, é preciso entender um pouco do processo que faz a batata atender a lâmpada.
Segundo os pesquisadores, para fazer uma bateria com material orgânico é preciso, antes de mais nada, dois metais com cargas opostas. Normalmente são usados zinco, que tem eletrodos negativos; e o cobre, com eletrodos positivos.
Daí, com esses metais, o ácido da batata cria uma reação química, que libera elétrons. A energia é liberada enquanto essa corrente flui entre o zinco e o cobre. Até aí, tudo bem.
Agora, o que deixou a energia mais potente é a resistência entre os tecidos orgânicos do tubérculo diminui, facilitando o movimentos dos elétrons no interior da batata e, consequentemente, produzindo mais energia. Somado a isso, a batata fatiada também fez a maior diferença, já que a superfície para essa movimentação era menor.
O dilema da batata
Fantástico, não? Conforme os cientistas, embora seja uma energia de baixa voltagem, a força gerada pela batata, nessas condições especiais, é potente o suficiente para carregar celulares ou laptops, ou mesmo manter um quarto iluminado com uma lâmpada LED por 40 dias inteiros.
O problema agora é que, mesmo sendo uma energia de baixo custo, batatas ainda são alimentos. E, se em muitas partes do mundo a energia é rara, a oferta de alimentos também costuma ser. Dilema complicado, não é mesmo?
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Fonte: BBC Brasil