Quem nunca abriu mão de ver um filme legendado porquê gostava mais da dublagem? Inegavelmente, essa técnica possibilita um melhor entendimento da mensagem que está sendo passada no longa.
A dublagem é tão aceita no Brasil que existem filmes que ficaram marcados pela voz do dublador, e não pela do ator que originalmente interpreta o personagem. Contudo, poucos sabem como funciona a arte da dublagem e como ela surgiu no mundo.
Como surgiu a dublagem?
Primordialmente, o cinema não tinha o recurso de voz. Todos os filmes eram mudos e alguns continham legenda. A legenda, portanto, servia para ajudar quem estava vendo o longa a entender melhor a história contada.
Porém, em 1925 começam a surgir alguns filmes com som, o que causou uma revolução no mundo do audiovisual. Mas, só em 1930, é que podemos dizer que a dublagem surge, inventada por Jacob Karol.
Com o surgimento da dublagem, aliás, a qualidade sonora dos filmes melhorou muito. Isso porque os recursos de isolamento de som eram muitos escassos. Consequentemente, isso fazia com que os técnicos de cinema tivessem muita dificuldade de captar a voz do ator junto com a imagem.
Contudo, com a invenção de Jacob Karol, os cineastas conseguiram realizar o feito de sincronizar a voz e a imagem ao mesmo tempo. Dessa forma, era possível gravar cenas externas em condições adversas. Mas a maior vantagem que a dublagem trouxe foi a possibilidade de um mesmo filme ser entendido em várias línguas diferentes ao redor do mundo.
No Brasil, a arte de dublar começou, a princípio, nos desenhos animados. Somente em 1938, no Rio de Janeiro, que o primeiro filme começa a ser dublado no país. O longa em questão era A Branca de Neve e os Sete Anões do Walt Disney.
Como é feita?
Dublar nada mais é do que substituir a voz original de alguma produção cinematográfica por uma do idioma em que o filme está sendo exibido.
Parece simples, mas para se tornar um dublador é preciso fazer cursos de de teatro e dublagem para aprender a interpretar a dramaturgia, amenizar sotaques e regionalismos, respiração, domínio da voz, dicção e sincronização.
No entanto, ao contrário do que muita gente pensa não é preciso ter uma voz bonita para poder ser um dublador. Todavia, é necessário ter toda a capacitação necessária para conseguir dar vida ao personagem utilizando apenas a sua voz.
O mercado de dublagem no Brasil
No Brasil, o mercado de dublagem é bem grande. São mais de 500 profissionais atuando nesse ramo que já é reconhecida pelo Ministério do Trabalho como uma profissão. Em São Paulo, um dublador recebe por hora gravada cerca de R$ 125, 83.
Contudo, o dublador é um trabalhador autônomo que deverá buscar por conta própria trabalhos em estúdios no Brasil. Por isso, ele normalmente não tem muito controle de quanto ganhará por mês. Atualmente, existem 30 estúdios em São Paulo e 20 no Rio de Janeiro.
Filmes e séries que a dublagem fizeram a diferença
Procurando Nemo (2003)
Certamente você já ficou com a essa música na cabeça “Continue a nadar, continue a nadar” que é cantada pela personagem Dory nesse clássico da Disney. E a famosa cena em que ela tenta falar “baleiês”? A responsável por interpretar e deixar marcado para sempre na história a voz dessa peixinha no Brasil foi a Maíra Góes.
Scooby-Doo, Cadê Você? (1969)
Quem teve infância com certeza se lembra da famosa frase “Scooby-Doo, cadê você, meu filho?” dita pelo dublador Mário Monjardim. Com toda a certeza, a frase e a voz eram marcas registradas do desenho animado.
A Era do Gelo (2002)
A dublagem do ator Tadeu Mello no personagem Sid, o bicho preguiça, conseguiu sobretudo aproximar o filme animado das brasilidades do nosso país.
Dragon Ball Z (1989)
Por mais que algumas pessoas não conheçam esse desenho, a voz do dublador Wendell Bezerra certamente marcou o mundo dos desenhos animados. Sobretudo, ele interpretava o personagem Goku e, até hoje, é lembrado pelos fãs do desenho japonês.
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Fonte: Economia.uol AdoroCinema Maximalstudio
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