Estromatólitos, o que são? Onde encontrar e sua importância para a vida

Os Estromatólitos são formados por rochas que se sobrepõe ao longo do tempo em águas salgadas, além de serem os fósseis vivos mais antigos do planeta.

Os estromatólitos consistem em tipos de rochas em camadas, além de serem os fósseis vivos mais antigos do planeta Terra. Pois, corresponde a três quartos do caminho de volta a origem do Sistema Solar. Por exemplo, o mais antigo foi encontrado em Morrison, na Austrália, e em Byerly et al, na África do Sul, onde datavam 3,5 bilhões de anos.

A princípio, essas rochas são construídas por colônias de organismos microscópicos fotossintetizantes chamados cianobactérias. Além disso, ocorrem em ambientes marinhos de águas quentes e rasas. Ademais, durante a variação da maré, sedimentos se acumulam em águas rasas, e as bactérias crescem sobre eles, formando montes.

No entanto, atualmente é bem difícil de encontrar estromatólitos. Pois, são comumente vítimas de variadas erosões. Além disso, eles dependem, para sobreviver, de água altamente salina. Porém, ainda é possível encontrar alguns deles espalhados, principalmente na Austrália, que contribuem com o registro do passado do planeta Terra.

O que são os estromatólitos?

Ciclo Diferente

O termo estromatólito advém do grego, onde strôma significa o que cobre, e líthos significa pedra. Assim sendo, significa, literalmente, rocha em camadas. Em síntese, os estromatólitos consistem em fósseis vivos, e mais antigos do planeta Terra. Isto é, a existência dessas rochas corresponde a três quartos do caminho de volta a origem do Sistema Solar.

Por outro lado, são estruturas de crescimento recifal em forma de lentes, domos ou montículos. Além disso, são gerados por associações de bactérias fotossintetizantes em ambientes marinhos de águas quentes e rasas.

Formação

Espaço Ciências

A princípio, essas rochas, denominadas estromatólitos, são construídas por colônias de organismos microscópicos fotossintetizantes chamados cianobactérias. Logo, durante a variação da maré, sedimentos se acumulam em águas rasas, e as bactérias crescem sobre eles, construindo camadas milimétricas até formar montes. Isto é, formam uma rede filamentosa, recoberta por uma mucilagem orgânica, que fixa o carbonato de cálcio do meio circundante.

Assim, vão construindo uma estrutura em camadas que é criada pela agregação de grãos formados a partir de detritos, cimentados pelo carbonato de cálcio. Ademais, realizavam a fotossíntese, usando do Sol para obter energia. Além disso, produziam oxigênio, aumentando o volume de oxigênio na atmosfera do planeta.

Desse modo, foi essencial para a história do planeta, permitindo à vida prosperar e evoluir. Pois, além do oxigênio, as cianobactérias foram fontes primordiais de energia nas teias tróficas, impulsionando o desenvolvimento da camada de ozônio.

Por que não existem tantos estromatólitos atualmente?

Pinterest

As esteiras microbiais, que consistem em um conjunto de microrganismos que colonizam uma superfície para criar uma espécie de tapete, são metabolicamente ativas em ecossistemas que conseguem fazer reciclagem de nutrientes. Dessa forma, causam uma intensa decomposição aeróbica da matéria orgânica, dificultando a preservação do fóssil. Então, os componentes da esteira não são totalmente consolidados, fazendo dos estromatólitos vítimas de erosão.

Por isso, não é tão comum ver estromatólitos atualmente. Além disso, essas rochas dependem, para sobreviver, de água altamente salina, que restrinja outras formas de vida marinha concorrente.

Onde podem ser encontrados atualmente?

Os estromatólitos vivos podem ser encontrados somente em ambientes que apresentem lagoas salgadas ou baías ao redor do mundo. No entanto, é possível encontrar alguns em lagos doces. Pois, alguns desses lagos são ricos em magnésio, devido a presença de estruturas formadas de hidromagnesita.

Em suma, a Austrália é internacionalmente conhecida por seu habitat de estromatólitos, vivos ou fossilizados. Logo, alguns lugares que é possível encontrar são:

  • Marble Bar, na região de Pilbara.
  • Reserve Hamelin Pool Marine Nature Reserve, em Shark Bay na Austrália Ocidental.
  • Lagoa Salgada, no norte do Estado do Rio de Janeiro.
  • Lago Salda, na Turquia.
  • Nos lagos Pavilion e Kelly, em British Columbia, Canada.
  • Exuma Bays, nas Bahamas.

Como os estromatólitos registram o passado do planeta Terra?

Globo

Em suma, a melhor maneira para a preservação dos fósseis seria através da litificação precoce, envolvendo a cimentação do carbonato de cálcio. Além disso, realizar os processos de aprisionamento e aglutinação dos sedimentos e precipitação mineral que ocorrem nessas bioconstruções. Dessa forma, estes sedimentos fornecem dados referentes ao desenvolvimento de cada camada laminada, e informando sobre o passado.

Por outro lado, a ativação de mecanismos que aumentam o pH adjacente às cianobactérias e promovem a calcificação das lâminas dos estromatólitos só ocorre quando a pressão parcial de gás carbônico atmosférico cai abaixo de ~0.4%.

Mais antigos

Pinterest

Os estromatólitos mais antigos foram encontrados em rochas sedimentares em Morrison, na Austrália, e em Byerly et al, na África do Sul. Ademais, esses fosseis datavam 3,5 bilhões de anos, do período chamado de Arqueano Recente. Além disso, os estromatólitos tiveram um desenvolvimento rápido durante o Proterozóico, entre 1000 a 900 milhões de anos atrás, chegando ao máximo no final desse mesmo período.

A redução de gás carbônico durante o período Proterozóico acarretou efeitos na calcificação de cianobactérias. Por exemplo, uma menor concentração de carbono inorgânico dissolvido. Desse modo, elevou o pH da água, fazendo com que cristais isolados de carbonato de cálcio circundassem as células bacterianas. Então, florações de cianobactérias planctônicas começaram a precipitar carbonato na coluna de água, onde a acumulação sedimentar dominou as plataformas oceânicas.

Por outro lado, induziu a ativação de mecanismos que aumentaram novamente o pH adjacente às células, promovendo a calcificação de lâminas, bainhas in vivo entre os filamentos de cianobactérias. Logo, no final do período houve um declínio de abundância e diversidade de estromatólitos. Como consequência do aumento do pastejo feito por herbívoros e da bioturbação do sedimento. Portanto, isso possibilitou maior espaço de colonização do meio por organismos metazoários, que são os animais multicelulares.

Por fim, as evidências disso foram observadas através de registros encontrados referentes à fauna local de Ediacara, na Austrália. Isto é, onde ocorrem os mais antigos fósseis de metazoários tornando esta ocorrência de tais fósseis uma das mais importantes do mundo.

Então, se você gostou dessa matéria, também vai gostar dessa: Planeta Terra – Origem, camadas, movimentos, curiosidades sobre a Terra.

Fontes: BBC, Bate papo com Netuno, Globo

Imagens: Magnus Mundi, Ciclo Diferente, Freepik, Pinterest, Espaço Ciências

Outras postagens