O lábio leporino é um tipo de malformação congênita também conhecida como fissura labial, fenda palatina e goela de lobo. A condição começa na lateral do lábio superior, que fica dividido em dois. Além disso, em alguns casos essa divisão pode se estender até outras áreas, assim como gengiva, maxilar superior e nariz.
Nos casos classificados como fenda palatina, essa abertura pode atingir todo o céu da boca. A condição também pode estar relacionada ao desenvolvimento de úvula bífida. Nesses casos, a úvula (ou campainha da garganta) também aparece dividida.
Por fim, o desenvolvimento do lábio leporino começa ainda no desenvolvimento do embrião e é mais comum em pessoas de etnia amarela. Por outro lado, é menos presente em pessoas de etnia negra.
Causa de lábio leporino
Por mais que o número de diagnósticos em pacientes acometidos com lábio leporino tenha aumentado, permitindo a sobrevida dos portadores da condição, suas causas ainda são desconhecidas.
No entanto, é possível apontar alguns fatores de risco ligados diretamente ao surgimento da malformação. De acordo com dados do Hospital Sírio-Libanês, a maior parte dos casos surge exatamente pela combinação de fatores genéticos e hereditários com ambientais. Entre eles, por exemplo, estão deficiências nutricionais e algumas doenças maternas durante a gestação, bem como exposição a radiação, certos medicamentos, álcool e fumo.
Uma hipótese levantada por um estudo do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) sugere que o desenvolvimento de lábio leporino pode ser provocado pela deficiência na metabolização do ácido fólico pela mãe. Isso porque os genes feitais ficam com a constituição afetada.
Diagnóstico
O diagnóstico de lábio leporino e fissura labial pode ser feito ainda durante a gestação. Exames de ultrassom são capazes de analisar o corpo do bebê, o que permite a detecção das lesões na região dos lábios.
No entanto, existem casos que as lesões podem não ser detectadas. Isso acontece em casos em que elas são muito pequenas ou pela posição do bebê na hora do exame não permitir a observação.
Enfim, o diagnóstico permite reconhecer todas as variações de fendas nos lábios e partir da 14ª semana de gestação. Caso a malformação seja detectada, os pais serão orientados às possibilidades de tratamento da condição.
Tratamento para fissura labial
A malformação nos lábios e palatino podem gerar uma série de problemas de saúde para o paciente. Entre os principais, estão má nutrição, distúrbios respiratórios, de fala e audição, infecções crônicas e alterações na dentição.
Os procedimentos para tratar a condição começam já nos três meses de vida do paciente e é feito em tapas de tratamento, na intenção de garantir uma recuperação eficaz e sem efeitos colaterais. O primeiro passo é fechar o palato ósseo, para poder alongá-lo. Só depois dessa fase concluída, é tratamento parte para uma segunda etapa. Nesse momento, a criança provavelmente terá que utilizar um aparelho ortodôntico, a fim de poder cobrir a fenda e se alimentar normalmente.
Geralmente, o tratamento dos casos de lábio leporino só pode ser realmente finalizado após a formação total dos ossos da face, que se dá por volta dos 18 anos.
Além disso, por conta da influência de caráter estético, também é comum que provoque quadros de problemas emocionais, de socialização e de autoestima. Dessa maneira, o tratamento deve ser feito por especialistas de várias áreas. Além dos médicos na área de cirurgia plástica, otorrinolaringologia, odontologia, fonoaudiologia, por exemplo, é preciso incluir acompanhamento psicológico.
Fontes: Colgate, Drauzio Varella, Brasil Escola, Hospital Sírio Libanês, Revista Crescer
Imagens: Natalia Vian, POA 24 Horas, Vix, Mariza Ferreira