Já ouviu falar sobre as lendas do Velho Chico? Na verdade, você sabe quem é ele? Então, Velho Chico é ninguém mais, ninguém menos que o Rio São Francisco.
O rio nasce em Minas Gerais e passa por vários estados, como por exemplo Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe até desaguar no mar. Ao todo ele passa por mais de 500 municípios.
Surpreendentemente, as pessoas que vivem próximas ao rio acreditam que ele tem vida própria. E por esse motivo, existem diversas lendas sobre o Velho Chico.
A primeira delas conta a origem do rio. Segundo a história, antes do Velho Chico existir, os índios viviam apenas em chapadões, construíndo suas aldeias.
Conta-se que em uma delas estava Iati, uma mulher noiva de um guerreiro da aldeia. Contudo certo dia ele precisou ir para a guerra juntamente com outros homens.
Lendas do Velho Chico – A origem do rio
Enfim, esses homens eram tantos que acabaram formando um sulco na terra por onde passavam. Por outro lado, Iati ficou desesperada por ter sido deixada por seu noivo, que não voltou da guerra, e chorou muito. Em seguida suas lágrimas acabaram escorrendo no chapadão do alto da serra.
Consequentemente, uma grande cascata se formou com suas lágrimas e elas acabaram formando um rio no sulco criado pelos guerreiros anteriormente. A água seguiu até o norte acabando no oceano. Por fim, o rio São Francisco foi criado.
Lenda do Sono
Esta história conta que todo dia, sem exceção, quando dá meia noite, o Velho Chico dorme durante dois ou três minutos. É durante esse tempo que as almas das pessoas que se afogaram vão para o céu. Além disso, as cobras perdem seu veneno e os peixes ficam no fundo do rio.
Esse momento é tão precioso que até mesmo os barqueiros que estão no rio fazem silêncio e tomam cuidado, isso tudo para não acordar o rio São Francisco. Aliás, para beber água, primeiro é necessário jogar um pedaço de madeira. Caso o rio fique parado, é necessário esperar para não acordá-lo.
Se alguém desobedecer essa regra poderá receber um castigo da mãe d’água e dos peixes, das cobras e até mesmo das almas afogadas que não conseguiram chegar até às estrelas.
Lenda da Mãe D’Água
A Mãe D’Água é uma bela sereia que vive no rio São Francisco. É durante o sono do Velho Chico que a sereia sai do fundo das águas e vem para a superfície procurar uma canoa. A Mãe D’Água se senta nelas para cuidar dos seus belos e longos cabelos verdes cantando para pescadores.
Lenda do Nego D’Água
Assim como a Mãe D’Água, do rio São Francisco esconde o Nego D’Água. Um homem forte e moreno que sai de dentro do rio para ficar batucando nas coxias das barcas e nas proas das canoas. Sua voz é lindíssima, mas a sua risada assusta quem não lhe oferece agrados. Como por exemplo peixes e pinga.
Segundo as lendas do Velho Chico, quem pesca durante a Piracema ou de forma que prejudica o rio e o ambiente acaba tendo sua canoa virada pelo Nego D’Água.
Velho Chico e a lenda do Surubim Beijador
Nessa história conhecemos Anália. A moça era uma cabloca que vivia com um rapaz bastante ciumento na Ilha do Jegue, um vilarejo ribeirinho. Certa vez, em uma noite de lua cheia, o homem agrediu Anália, deixando-a com o rosto todo desfigurado.
Posteriomente a moça foi até o quintal e começou a lavar seu rosto no rio São Francisco. Mesmo sentindo muita dor e com bastante raiva e vontade de se vingar, Anália acabou dormindo na beirada do Velho Chico. Ela estava tão próxima que as ondas da água chegavam a tocar no seu rosto.
Em seguida ela acordou recebendo o beijo de um grande surubim. Seus beijos estavam lentamente tirando todos os machucados que ainda ficaram no rosto da cabloca. Surpreendentemente, Anália encontrou seu companheiro morto ao chegar em casa. Ele havia se engasgado com uma espinha de peixe, de surubim.
Conta-se que até os dias atuais os ribeirinhos do rio São Francisco tratam suas mulheres com muito carinho. E, caso haja alguma discussão na casa, não é servido surubim. Além disso, também dizem que durante a lua cheia o Surubim Beijador aparece na superfície do Velho Chico para alegrar os casais.
Lenda da Serpente da Ilha do Fogo
Certa vez uma linda menina que vivia em Juazeiro acabou perdendo a hora de voltar para casa por ficar muito tempo se admirando no reflexo da água do rio São Francisco. Conta-se que quando o sino da igreja começou a badalar no final da tarde, a menina se transformou em uma gigante serpente terrível.
Lenda do Gritador
Então, segundo a história, um vaqueiro foi vaquejar em plena sexta-feira santa. Contudo, ele acabou sumindo juntamente com a montaria e a rês. Por fim, o vaqueiro sumiu se tornou uma assombração e dizem que é normal escutá-lo pelas caatingas. Além disso, também é possível escutar, durante a sexta-feira santa, o trote do seu cavalo e o barulho da rês que sumiram junto com ele.
Velho Chico e a famosa lenda do Minhocão
Por fim, temos a lenda do Minhocão, uma das mais famosas entre as histórias sobre o Velho Chico. Enfim, essa lenda fala sobre um grande animal, metade peixe e metade serpente, que vive no rio. Ele persegue embarcações, sendo capaz até de provocar naufrágios e assusta os ribeirinhos.
Além disso, por consegue se mover dos subterrâneos das águas até chegar na Terra, esse animal também pode desmoronar barracos e casas nos vilarejos. Segundo Saint-Hilaire em um registro do final do século XIX, o Minhocão pode ter uma forma de surubim gigante, assim como de um pássaro grande com o pescoço comprido e fino.
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Fontes: Xapuri, Facebook, Cbhsaofrancisco e Onorte