Lobo-guará: características, comportamento, reprodução e ameaças

Típico da América do Sul, principalmente do Brasil, o lobo-guará é o maior canídeo do continente e cultiva hábitos solitários e nada ferozes.

Lobo-guará - características, hábitos e risco de extinção do lobo brasileiro

O lobo-guará é um animal canídeo, assim como cães, lobos e raposas. É encontrado em alguns países da América do Sul, mas predominantemente no Brasil.

Suas principais características (a pele vermelha e a cauda curta) estão descritas em seu nome científico: Chrysocyon brachyurus. Isso porque chryso significa vermelho; cyon, cão; brachy, curta; e urus, cauda.

Até mesmo o termo guará, tem origem no tupi-guarani aguará, que quer dizer vermelho. O lobo também é chamado por outros nomes, assim como lobo-de-crina, lobo-vermelho, aguará e aguaraçu.

Apesar do nome popular da espécie se referir a lobo, o animal está mais próximo de pequenos canídeos sul-americanos do que propriamente dos lobos. Ainda assim, é o maior canídeo do continente, podendo chegar a 115 cm de comprimento, cauda de 50 cm e 30 kg.

Características do lobo-guará

Lobo-guará - características, hábitos e risco de extinção do lobo brasileiro
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Além do tamanho, o lobo-guará também é conhecido por sua pele avermelhada. Ela é dominante na maior parte do corpo, com exceção dos focinhos, membros e uma crina de pelos pretos.

Ainda que seja um lobo, este animal tem hábitos alimentários onívoros. Isso significa que ele se alimenta de animais, como insetos artrópodes, roedores e aves de pequeno e médio porte, como também frutos. Sua fruta favorita, inclusive, é a lobeira, também chamada de fruta-do-lobo. Ele também costuma se alimentar de araticum.

Por conta da alimentação dos frutos, o lobo-guará acaba sendo extremamente importante para espalhar sementes pelos ambientes em que vive.

Hábitos

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O lobo-guará mantém hábitos catemarais, ou seja, agem durante o dia e a noite. Entretanto, preferem sair durante os períodos de transição, no amanhecer, no entardecer e a noite.

Além disso, o lobo não costuma ser feroz. Isso porque só ataca quando está caçando ou se sente ameaçando, preferindo ficar distante dos humanos.

Diferente das outras espécies, conhecidas por viverem em grupos, tem hábitos solitários. Ele costuma viver em áreas abertas, como campos de Cerrado ou Pampa. As pernas longas servem para a caça nesses ambientes, já que posicionam o animal acima do capim alto, pronto para enxergar presas.

A solidão, entretanto, é quebrada durante a temporada de reprodução, entre abril e junho. Machos e fêmeas passam a compartilhar um território, mas ainda vivem sozinhos, ou seja, não caçam juntos.

A fêmea tem uma gestação que dura de 56 a 67 dias e gera de um à sete filhotes por ninhada. Logo após o nascimento, o lobo tem os pelos totalmente pretos, que vão ganhando tons avermelhados ao longo da vida. Os filhotes ficam dentro das tocas até cerca de sete semanas, e com um ano já estão maduros e podem se reproduzir.

Ameaça de extinção

Lobo-guará - características, hábitos e risco de extinção do lobo brasileiro
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O lobo-guará é uma das espécies que aparece constantemente na lista de vulnerável do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Isso quer dizer, portanto, que ele está ameaçado de extinção.

Um dos motivos é o desmatamento das áreas em que a espécie vive e a expansão urbana para essas regiões. Isso faz com que muitas vezes os lobos estejam próximos de comunidades humanas. Nesses cenários, muitos animais chegam até fazendas e começam a caçar galinhas, o que faz com que fazendeiros ordenem que eles sejam caçados, daí o risco de extinção da espécie.

Além disso, esses lobos são vítimas constante de atropelamento. Os acidentes podem acontecer enquanto os animais cruzam estradas para se deslocar ou estão no meio delas tentando se alimentar de carcaças. Segundo o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres de Campo Grande (MS), cerca de 70 animais são vítimas de atropelamento anualmente no estado.

Fontes: Info Escola, Campo Grande News, Toda Matéria, Brasil Escola

Imagens: BioDiversity4All

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