Mangá é o nome dado às histórias em quadrinhos japonesas. Apesar de semelhante às HQs ocidentais, a mídia tem algumas características bem particulares.
A palavram é formada pela união dos vocábulos man = involuntário e gá = desenho/imagem. Sendo assim, mangá é literalmente desenho involuntário.
As primeiras versões de mangás surgiram ainda no século XI, por meio de caricaturas cômicas. Entretanto, só mais de 600 anos depois, o termo foi efetivamente criado, em 1814.
História do mangá
No século XI, caricaturas chamadas de “chôjûngiga” já davam início às primeiras histórias em quadrinhos no Japão. A partir do século XIX, então, o pintor Katsushika Hokusai publicou o primeiro encadernado com histórias desenhadas de forma sequencial.
Na época, o Oricom Shohatsu (Teatro das Sombras) já era popular por percorrer vilarejos do Japão feudal e apresentar histórias de fantoches. Eventualmente, as mesmas histórias passaram a ser ilustradas em papel, gerando os primeiros mangás.
Ainda que já fizessem parte da cultura japonesa, as histórias só passaram a ser publicadas a partir da década de 20. Mais tarde, por volta da década de 40, finalmente ganharam fama e deram início aos mangás como conhecemos.
No entanto, durante a Segunda Guerra Mundial os quadrinhos tiveram a publicação interrompida. Em 1945, com o fim da guerra, eles foram retomados e surgiram como opção de lazer para muitos, já que havia poucas atividades restantes.
No Brasil, o primeiro mangá só foi publicado em 1988, pela editora Cedibra. As artes, entretanto, eram invertidas para que a leitura fosse feita de maneira tradicional. A partir dos anos 200, a Conrad publicou Dragon Ball e deu início aos mangás publicados em formatos originais.
Características dos mangás
Uma das principais características de traços de mangá surgiu com os trabalhos de Osamu Tezuka, no pós-guerra. A partir daí, vários desenhistas e autores passaram a copiar os traços com olhos grandes e expressivos.
Além disso, os mangás são marcados pela leitura da direta para esquerda. Por causa disso, é comum que mangás publicados no Brasil tenham uma alerta na última página, já que leitores desavisados pode achar que ela é a primeira.
Os mangás também se diferenciam pela forma como são publicados. Como são lançados em revistas periódicas, por capítulos, seus volumes chegam a ter até 200 páginas. Dessa maneira, as histórias costumam ser mais longas e aprofundadas do que a de quadrinhos ocidentais.
A forma de publicação, inclusive, faz com que eles geralmente sejam impressos em preto e branco e papel jornal. É comum que mangás de sucesso acabem ganhando adaptações em anime.
Tipos de mangá
Kodomo
Em japonês, kodomo é a palavra para crianças. Sendo assim, os mangás desse tipo são aqueles voltados para o público infantil, com mensagens importantes e lições de moral.
Shounen
Assim como os kodomo, o gênero é determinado pelo significado da palavra em japonês: shounen é o mesmo que garoto. Esses são os mangás mais populares no ocidente, com histórias de ação, aventura, esportes, etc. Entre os principais nomes, estão sucessos também dos animes, assim como Cavaleiros do Zodíaco, Yu Yu Hakusho, Yu-Gi-Oh, Dragon Ball Z, Naruto e One Piece.
Shoujo
Se os shounen são os mangás para garotos, os shoujo são para garotas. Esses costumam ter traços mais leves, artes menos carregadas e histórias com mais romance. Entretanto, obras de ação e aventura também são comuns. Os nomes mais populares são Sakura Card Captors, Sailor Moon, Glass Mask e Orange.
Seinen
Públicos adultos e mais maduros também recebem mangás dedicados. Os seinen são voltados para temas adultos e traços mais pesados, com histórias mais profundas, assim como os clássicos Akira, Ghost in the Shell e Vagabond.
Josei
Assim como os shoujo fazem paralelo com os shoune, os josei são a contraparte dos seinen. Também são obras adultas e maduras, mas focadas em tramas de cotidiano e romance, para mulheres. Se diferenciam dos shoujo principalmente por investir em mais realismo e sexualidade do que em fantasia.
Hentai / Seijin
No ocidente, as obras de teor erótico e pornográfico são conhecidas como hentai, mas no Japão recebem o nome seijin. O estilo teve origem em gravuras do período Edo e pode ter histórias de todo tipo, do terror à comédia.
Yaoi / Yuri
As obras yaoi e yuri são variantes dos mangás shoujo, voltadas para histórias com relações homo-afetivas. As histórias yaoi focam em relacionamentos masculinos, enquanto as yuri focam nos femininos. Dependendo do grau de maturidade da história, ela pode ou não incluir elementos hentai.
Fontes: Fabio Shin, Brasil Escola, Super, Editora JBC, Aficionados
Imagens: Japanese Talk Online, Artsy, SO Japan, Pic Click, rebloggy, Niadd, My Anime List, CBR, down the tubes, knoow