Também conhecida como Semente do Mal, Mary Bell era uma criança que chamava a atenção por sua aparência angelical. Com um rosto típico de atrizes mirins de comerciais de TV, ela possuía chamativos olhos azuis e costumava usar trancinhas que ajudam a construir sua imagem inocente.
Entretanto, ao fim da década de 60, a garota surpreendeu a Inglaterra e o mundo depois de protagonizar dois casos brutais e surpreendentes.
Com apenas 11 anos de idade, Mary Bell foi acusada de matar violentamente outras duas crianças.
Infância de Mary Bell
Primeiramente, desde o início da vida, Mary Bell passou por diversas formas de abusos físicos e psicológicos. Sua mãe, uma prostituta com perturbações mentais, tentou assassiná-la por diversas vezes, além de ter outros hábitos violentos. Mary era drogava com frequência – com anfetaminas – e tinha o rosto esfregado na urina, caso fizesse xixi na cama.
Além disso, mesmo criança a menina era oferecida como produto para clientes dos serviços da mãe. Dessa maneira, já aos 5 cinco anos de idade ela era forçada a fazer sexo oral em homens adultos.
O acúmulo de abusos fez com que a Mary apresentasse comportamentos agressivos logo cedo. A menina começou a descontar as frustrações e abusos em animais, como gatos e cachorros. A princípio, torturava os bichos com alguma frequência, mas passou a matá-los. Na escola, ela também era agressiva, praticando técnicas de estrangulamento em colegas de turma.
Crimes
Um dia antes de completar 11 anos, em 25 de maio de 1968, Mary Bell acabou cometendo o seu primeiro crime contra um ser humano. Com a ajuda da amiga Norma Bell, de 13 anos, a garota estrangulou uma outra criança até a morte. A vítima era Martin Brown, um menino de apenas três anos de idade.
Em julho do mesmo ano, foi a fez de Mary estrangular outra criança. Brian Howe, de quatro anos, também teve a pele dos genitais esfolada com uma faca e a barriga marcada com as letras M e N. A princípio, os investigadores acharam que o caso poderia se tratar apenas de uma brincadeira de crianças que deu errado, e não de um homicídio.
Nos dois casos o comportamento de Mary Bell após as mortes foi muito suspeito. Na morte de Martin, a menina chegou a levar a tia da vítima até o local onde o corpo fora encontrado, revelando que o achara ali. Além disso, visitou a mulher em algumas ocasiões fazendo perguntas como “você sente falta do Martin?”; Você chora por causa dele?”
Já no caso de Brian, Mary apresentava comportamentos suspeitos durante o funeral. Segundo o inspetor James Dobson, a menina ria e esfregava as mãos enquanto observa o caixão.
Resolução dos casos
Por fim, detidas como suspeitas pela polícia, Mary Bell e Norma Bell (que não eram parentes, apesar do mesmo sobrenome) acusaram uma a outra da autoria dos crimes. Em júri popular, Norma acabou inocentada, enquanto Mary foi declarada culpada dos dois homicídios, além de outros quatro estrangulamentos.
Além disso, a garota foi diagnosticada como “uma psicopata ardilosa e sem remorsos”. Sobretudo, chegou a afirmar que matava por prazer e emoção.
Presa, ela participou de várias tentativas de fuga, além de se envolver em relações amorosas e casos de abuso sexual na cadeia. Apesar das polêmicas, aos 23 anos ela ganhou o direito de liberdade condicional, por ter cumprido 12 anos de prisão.
Liberada, ele recebeu o direito de reconstruir a vida em anonimato, inclusive com uma nova identidade. No entanto, a mulher chegou a ser expulsa de várias cidades em que viveu, assim que moradores descobriam a verdade do seu passado.
Atualmente, Mary Bell ainda vive sob a lei do anonimato. Além dela, a ordem também atua sobre sua filha, seu neto e todos outros possíveis descendentes da família. Enfim, sua biografia pode ser conferida no livro Gritos no Vazio, escrito por Gitta Sereny com a ajuda da própria personagem.
Fontes: Aventuras na História, Canal Ciências Criminais, Mega Curioso
Imagens: News Beezer, Owlcation, IDN Times, hai