Uma das verdades inconvenientes da nossa sociedade é que as mentiras são necessárias. Seja para se proteger ou para proteger as pessoas ao nosso redor, muitas vezes mentir pode parecer a principal alternativa.
Até mesmo nas conversas mais casuais, a mentira está presente em frases simples como por exemplo “tudo bem”. Apesar disso, as consequências podem ser terríveis, capazes de arruinar relações ou reputações.
Também é importante destacar que, além das motivações causais para mentir, existem patologias que favorecem o hábito, como a mitomania. Nesses casos a condição se manifesta como doença e precisa de um tratamento por profissionais especializados.
Principais causas para mentiras casuais
Autodefesa
As mentiras podem ser utilizadas como prática de autodefesa, ou seja, um mecanismo de proteção em situações variadas. Quando alguém é acusado de algo, por exemplo, mentir pode ser a forma mais apressada e fácil de fugir da culpa. Além disso, esse tipo de resposta pode surgir como forma de camuflar fraquezas e inseguranças em casos de baixa autoestima.
Controle
Uma outra motivação comum para a mentira é a vontade de exercer o controle sobre diferentes pessoas ou situações. Nesses casos, a ideia é mentir a fim de manipular situações e garantir quadros que beneficiam o mentiroso ou um grupo aliado. Por causa disso, é comum que esse hábito seja característico de relações abusivas, sejam interpessoais ou entre instituições.
Medo
Muitas vezes as mentiras surgem como uma reação de medo diante de alguma situação. Nesses casos, o indivíduo é motivado pelo desejo de não confrontar algum problema e, dessa maneira, cria um cenário mentiroso. Esse medo pode estar relacionado aos mais variados cenários, como aceitação social e individual, ou desejo de manter uma imagem e reputação intactas, por exemplo.
Inclusão
Assim como a mentira pode surgir pelo medo de não pertencer a algum grupo, pode nascer pelo desejo de inclusão nele. Sendo assim, os mentirosos partem de cenários fantasiosos para convencer outros ao seu redor de seu valor ou feitos interessantes. Em alguns casos, esse hábito pode surgir como efeito de supressão de algum déficit de autoestima, coberto pelo fato mentiroso.
Aumentar a verdade
As mentiras também podem surgir para complementar histórias verdadeiras que ganham detalhes extras para valorização. Isso é comum em pessoas que querem valorizar suas narrativas, a partir do floreio de fatos falsos mesclados com os reais. Isso pode surgir tanto em parceria com as outas motivações já listadas ou simplesmente pelo desejo de que a realidade realmente tivesse ocorrido como na versão mentirosa, por exemplo.
Mitomania: as mentiras patológicas
Quando as mentiras passam a fazer parte do cotidiano da pessoa, podem indicar um quadro de patologia mais grave. O distúrbio é chamado de mitomania e é caracterizado pela mentira compulsiva, mesmo quando ela não tem uma motivação clara.
Dessa maneira, o mentiroso começa a inserir eventos fantasiosos e manipulações em qualquer assunto. Além disso, o próprio mentiroso pode passar a acreditar em suas versões falsas como verdadeiras.
Em quadros mais graves, a mitomania pode surgir em combinação com outras condições, como bipolaridade, esquizofrenia, psicose e transtorno de personalidade, por exemplo.
Fontes: Psicólogos Berrini, Gaúcha ZH, Uai
Imagens: stuff, CHM, Michael’s House, Wall Street Journal, Paul Elkman Group, Distractify, Sintropia
