Cinco dias após o rompimento da barragem em Brumadinho, e os números da tragédia só aumentam a cada momento. Até hoje, no fechamento dessa matéria, são contabilizados 65 mortos e 292 pessoas desaparecidas. Além disso, os rejeitos de minério de ferro da Mina do Feijão, no Rio Paraopeba, já encobrem uma área de 10 quilômetros quadrados, ou seja, a contagem e a procura ainda estão bem longe de acabar.
Em 2015, por volta de três anos atrás, uma tragédia ambiental semelhante acontecia o rompimento da barragem do Fundão, em Mariana. As duas barragens, que romperam em menos de cinco de anos de diferença entre uma e outra, pertencem a maior mineradora do Brasil, a Vale.
Já aconteceram vários desdobramentos decorrentes dessa que já é o maior desastre natural que o Brasil já vivenciou. Além da ajuda de uma equipe do exército de Israel no resgate – que não está agradando muito o exército brasileiro – e o posicionamento do diretor da Vale, afirmando que a empresa não tem culpa alguma, na manhã desta terça-feira (29) os engenheiros da barragem foram presos.
Se você acha que essa situação já está no limite, saiba, que mais tragédias podem estar a caminho de se tornarem reais. Dezenas de barragens podem estar a um passo de romperem, e o Segredos do Mundo te conta um pouco mais.
Novas barragens podem romper
A Agência Nacional de Águas (ANA) revelaram resultados alarmantes. Em relatório de 2017, condições vulneráveis foram expostas em 45 barragens brasileiras, incluindo problemas de manutenção e ausência de dados. A fiscalização e o levante de informações a respeito das barragens são escassos e mal feitos, levando que tais tragédias sejam iniciadas.
Ao todo, a ANA conta 24 mil barragens cadastradas. Entre elas, somente 14 mil são consideradas regularizadas. Já 570 barragens a Agência sequer sabe quem é o responsável. Se 45 apresentam estado de alerta, 723 das barragens cadastradas apresentam algum tipo de risco. São barragens feitas à montante, modelo mais barato, que utiliza somente a compactação de terra, sem sistemas de drenagem de água especiais ou diques, e ainda construídas próximas e acima de zonas com presença humana.
Mas ainda pode ser pior, pois estima-se que o número de barragens em estado de risco seja ainda maior. Isso por que somente 3% das barragens do país são fiscalizadas anualmente. Seriam necessários mais de três décadas para que a fiscalização chegasse ao menos ao fim da lista de barragens catalogadas. Isso é uma consequência da falta de profissionais e investimentos.
Velhos problemas e possíveis 45 futuros problemas
Em 1986, uma tragédia – crime – dessa natureza aconteceu pela primeira vez. Mas desde então, a situação só piorou cada vez mais. O presidente em exercício já chamou o IBAMA de indústria da multa e afirmou ter interesse em diminuir ainda mais as penalidades e exigências para empresas desse porte e tipo, como as mineradoras. Se a situação já está ruim, com 124 funcionários para fiscalizar mais de 24 mil mineradoras, pode piorar ainda mais.
A lista das 45 barragens que apresentam maior risco de rompimento traz 5 reservatórios em Minas: Barragem Mina Engenho 1 e 2, em Nova Lima, B2 e B2 auxiliar, em Rio Acima – ambas na região metropolitana de Belo Horizonte – e Água Fria, em Ouro Preto. A seguir, segue a lista dessas barragens no resto do Brasil.
Alagoas
- Barragem de Prado
- Barragem de São Francisco
- Piauí, Gulandim
- Bosque IV
- Canoas
Bahia
- Barragem de Apertado
- Araci
- Cipó
- Luiz Vieira
- RS1
- RS2
- Tabua II
- Zabumbão
- Pinhões.
Espírito Santo
- Duas Bocas
- Santa Julia
- Alto Santa Julia
Mato Grosso do Sul
- Barragem de Lajeado
- Esteio
- Cabeceira do Onça
Pernambuco
- Jucazinho
Rio de Janeiro
- Juturnaíba
- Gericinó
Rio Grande do Norte
- Barbosa de Baixo
- Riacho do Meio
- Passagem das Traíras
- Marechal Dutra
- Calabouço
Rio Grande do Sul
- Capané
- Santa Bárbara
Sergipe
- Sindicalista Jaime Umbelino de Souza
Tocantins
- Calumbi I, II
- Taboca
- PA Destilaria
Ceará
- Jaburu I
São Paulo
- Americana
- Pirapora
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Fonte: Hypeness
Imagem: RP10
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