A perda de memória pode surgir como efeito colateral normal do envelhecimento, mas também pode ser um sinal de problemas cerebrais. No entanto, existem vários sinais a serem observados para definir o tipo da condição e seus efeitos.
Aos primeiros sinais da condição, é importante procurar um médico, especialmente em casos de pessoas mais idosas. Casos em que o paciente está ciente da própria falta de memória geralmente são menos graves e não indicam problemas como demência, por exemplo, mas ainda precisam de atenção.
Dependendo do problema que está afetando a memória e do momento do diagnóstico, a situação pode ser tratada e administrada de forma a evitar danos mais graves.
Tipos de perda de memória
Primeiramente, é importante reconhecer que existem dois tipos de armazenamento na memória. A memória de curto prazo, por exemplo, guarda informações consideradas temporárias, como uma lista de responsabilidades ou compras para o dia.
Quanto mais vezes a memória de curto prazo for acessada, mais chances ela tem de se tornar uma memória de longo prazo. Nesses casos, as informações estão distribuídas em várias partes do cérebro, sendo classificadas e administradas pelo hipocampo.
Quando essas memórias são perdidas, o processo pode acontecer forma temporária ou permanente. No caso da perda temporária, a lembrança pode ser retomada em momentos após o episódio de perda de memória, com consciência do indivíduo. Por outro lado, existem casos em que mesmo sendo relembrado por uma situação ou pessoa, o paciente ainda não consegue lembrar de nada, o que caracteriza a perda permanente.
Principais causas de perda de memória
Idade
A perda de memória associada à idade surge naturalmente com o leve declínio do funcionamento cerebral que acompanha o envelhecimento. Esquecer algumas informações simples, como nomes de pessoas, é normal e não necessariamente indica algum tipo de problema grava de saúde. Isso quando a capacidade de executar outras atividades de rotina fica comprometida, o que poderia indicar casos de doenças mais graves.
Deterioração cognitiva leve
Apesar do termo não ser muito preciso, ele descreve comprometimentos de perda de memória num grau mais grave do que os naturais do envelhecimento, mas menos agressivos do que os efeitos da demência. Geralmente, a perda de memória afeta eventos recentes, mas mantém lembranças do passado intactas. Assim como nas alterações ligadas à idade, não há efeitos sobre outras atividades de rotina, mas o desenvolvimento de demência surge em até três anos em cerca de 50% dos pacientes.
Demência
A perda de memória por demência é comum em adultos idosos, ainda que não seja uma consequência natural do envelhecimento. Além das memórias afetadas, os pacientes também apresentam outros problemas cognitivos, como distúrbios na fala e no comportamento. A condição pode se manifestar de várias formas, sendo a doença de Alzheimer a mais comum delas.
Doença de Alzheimer
A doença de Alzheimer é caracterizada pela formação de placas senis que danifica e neutraliza a ação de alguns neurônios a partir do acúmulo da proteína beta amiloide. Dessa maneira, os pacientes sofrem desgastes que provocam não só a perda de memória, mas problemas de realização de tarefas cotidianas. A gravidade do quadro depende do estágio da condição, podendo incluir situações lapso de memória isolados, frequentes ou extremos. Nos casos mais graves, os pacientes podem ter dificuldade de realizar tarefas sozinhos, incluindo atividades básicas de comunicação, alimentação e higiene pessoal.
Depressão
A depressão também pode causar perda de memória, a partir de uma condição conhecida como pseudodemência. Apesar de ter efeitos e sintomas similares ao quadro de demência, conta com a consciência do paciente diante da falta de memória. Além disso, é possível perceber sintomas como tristeza intensa, distúrbios do sono ou perda de apetite.
Estresse, ansiedade e outros problemas emocionais
Indivíduos submetidos a emoções intensas podem sofrer com quadros de perda de memória. Os lapsos podem estar relacionados a eventos como acidentes, por exemplo, quando o paciente sabe o que provocou a sensação, mas não consegue se lembrar de detalhes do episódio. Além disso, o uso de medicamentos sedativos contra a ansiedade com muita frequência também pode gerar efeitos colaterais que afetam a memória.
Hipotireoidismo
Quando não tratado corretamente, o hipotireoidismo deia o metabolismo mais lento, o que pode prejudicar a atividade do cérebro. Além da perda de memória, os sintomas que acompanham a condição também incluem sono excessivo, pele seca, unhas e cabelos quebradiços, depressão, dificuldades de concentração e cansaço intenso.
Falta de vitamina B12
Geralmente, indivíduos com deficiência de vitamina B12 são veganos sem acompanhamento nutricional, pessoas com desnutrição, alcoólatras ou pacientes com alterações nas funções de absorção do estômago. Quando isso ocorre, é preciso fazer uma suplementação do composto, a fim de garantir o bom funcionamento cerebral e evitar danos como perda de memória.
Uso de drogas
O consumo de drogas é conhecido por provocar alterações de níveis de consciência, mas os efeitos prolongados também podem incluir a perda de memória. Isso porque substâncias presentes no álcool, maconha e cocaína, por exemplo, atuam diretamente sobre os neurônios, prejudicando suas funções com o passar do tempo.
Privação de sono
Dormir menos de 6h por dia também pode prejudicar a memória, já que dificulta a manutenção do cérebro realizada durante o sono. Isso acontece porque é durante o sono que o cérebro, processa, organiza e mantém memórias e conhecimentos importantes adquiridos ao longo do dia, o que não ocorre apropriadamente quando há pouco sono.
Fontes: MSD Manuals, ABneuro, Cognifit, Tua Saúde
Imagens: April Lyons, Diabetes, Caring, Melhor com Saúde, Economic Times, CNN, E Times, Saúde Bem Estar, Dra Márcia Tornavoi, Pharma hoje, Psychiatric Times, SciTech Daily