O Pizzagate foi uma polêmica que explodiu durante as eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos. Nesse ano, Hillary Clinton, que concorria à presidência, foi acusada, sem qualquer prova, de estar envolvida em uma rede de tráfico infantil e prostituição que teria conexões com uma pizzaria.
Os desdobramentos dessa teoria da conspiração foram preocupantes. Além de manchar a campanha de Hillary, os estabelecimentos citados, como a pizzaria Comet Ping Pong, sofreram diversas ameaças. O caso evidenciou um importante debate sobre os perigos da desinformação, especialmente em tempos eleitorais.
E aí, vamos saber mais sobre essa polêmica? Continue com a gente!
O que foi o Pizzagate?
O Pizzagate foi uma das maiores fake news que circularam durante a campanha presidencial de 2016, nos Estados Unidos. Tudo começou quando os e-mails de John Podesta, chefe de campanha de Hillary Clinton, foram hackeados e divulgados.
A teoria conspiratória alegava que Hillary e outros membros do Partido Democrata estariam envolvidos em uma rede de tráfico sexual infantil, operando secretamente no restaurante Comet Ping Pong, em Washington, D.C.
Apesar de não haver nenhuma evidência, essa mentira se espalhou rapidamente nas redes sociais e chegou a ter consequências perigosas para todos os envolvidos.
Como surgiu o Pizzagate?
Como a gente já mencionou, essa primeira grande fake news ganhou força com o vazamento de e-mails do responsável pela campanha de Hillary Clinton. Em março de 2016, os e-mails de John Podesta foram divulgados pelo WikiLeaks, uma página conhecida por publicar informações confidenciais, especialmente relacionadas ao governo dos EUA. A partir daí, teorias da conspiração começaram a circular.
Diante disso, ao analisarem as mensagens, alguns perfis notaram a repetição de certos termos e começaram a especular sobre o que eles significavam. No Twitter, rumores se espalharam rapidamente, afirmando que a polícia teria descoberto um suposto esquema de pedofilia e que Hillary Clinton seria a grande mentora por trás desse esquema.
Quais foram os desdobramentos do Pizzagate?
A partir da divulgação dos e-mails do líder de campanha de Hillary Clinton, grupos de extrema-direita começaram a criar teorias sobre o conteúdo compartilhado. Um dos alvos dessas teorias foi John Podesta, que teria entrado em contato com uma rede de pizzarias Comet Ping Pong.
Então, o que parecia uma interação comum, sem nada de errado, logo virou um problemão para a campanha e outras figuras envolvidas.
Ao analisarem os e-mails, que incluíam questões relacionadas à culinária, usuários de plataformas como Twitter e 4chan interpretaram as mensagens como códigos secretos. Expressões como “sorvete” passaram a ser vistas como código para “garota de programa”, e “queijo” foi interpretado como “menina pequena”.
Infelizmente, o problema não ficou restrito à internet. A empresa Comet Ping Pong e seus funcionários começaram a receber ligações com ameaças de morte. A situação atingiu seu ponto mais crítico quando Edgar Welch, um homem que acreditava nessas teorias, foi preso após invadir o restaurante e disparar tiros no local.
O mais impressionante foi que, mesmo preso, ele não mostrou arrependimento ou deixou de acreditar que tudo não passava de uma conspiração.
Em entrevista ao New York Times, o proprietário da pizzaria Comet Ping Pong, James Alefantis, expressou sua indignação:
Essa teoria da conspiração insana e fabricada nos colocou sob ataque constante. Passei dias tentando limpar essa bagunça e proteger minha equipe e amigos de serem aterrorizados.
Além da Comet Ping Pong, uma cafeteira e outra rede de pizzarias também foram alvos de ameaças e ataques, recebendo inúmeras ligações ameaçadoras.
Como foi a desmistificação do Pizzagate?
Diante dessas circunstâncias complicadas, várias pessoas decidiram ir ao restaurante como forma de resposta às fake news que se espalharam, além do assédio e das ameaças de morte, demonstrando apoio e reforçando que tudo não passava de uma grande farsa, que estava causando prejuízos e colocando a vida dos envolvidos em risco.
O jornal The New York Times e o site Snopes.com foram fundamentais para ajudar a verificar os fatos e desmistificar essa teoria conspiratória. A polícia do distrito de Columbia também entrou no caso e declarou que as acusações eram completamente fictícias.
Assim, ficou comprovado que tudo era uma mentira, já que nenhuma vítima de pedofilia ou tráfico humano procurou ajuda policial, além da ausência de provas físicas que pudessem sustentar as acusações.
E aí, o que achou de saber um pouco mais sobre essa teoria da conspiração? Conta pra gente! Aproveite e leia também: 22 curiosidades sobre os EUA que você não sabia