A priori, você já viu em filmes ou desenhos animados que as plantas carnívoras são aterrorizantes? Se sim, então, provavelmente você imagina que elas jamais poderiam ser criadas em projetos de paisagismo e de decoração, estamos certos?
Se esse é o seu caso, hoje vamos desmistificar esse conceito contra as belas e injustiçadas plantas carnívoras. Até porque, elas não são monstros comedores de gente. Existem plantas famosinhas por aí, que são super venenosas e mais nocivas que as chamadas carnívoras, como você pode conferir aqui.
Na verdade, elas são apenas plantinhas, assim como as demais. Contudo, apresenta algumas peculiaridades.
Sua aparência exótica e charmosa ao mesmo tempo, aliás, é um bom exemplos disso. Até porque, elas costumam ter cores fortes e chamativas. Ademais, é exatamente por conta de sua aparência que elas chamam tanta atenção e também despertam interesse.
Além do mais, podemos destacar que elas podem ser usadas em jardins e também em ambientes internos da casa. Inclusive, nós iremos te ajudar, caso você se interesse mais por essas plantinhas. Portanto, continue lendo essa matéria, pois ela está recheada de informações.
O que são as plantas carnívoras?
Primeiramente, essas plantas foram descobertas em 1768, pelo botânico inglês John Ellis. Ele ficou maravilhado com a forma como elas conseguem capturar um inseto. Inclusive, é essa a principal característica das plantas carnívoras: são comedoras de insetos, que capturam quando eles posam em suas folhas.
Basicamente, as plantas carnívoras, por habitarem solos pobres em nutrientes, desenvolveram habilidades para digerir pequenos animais. Isso porque precisam absorver mais nutrientes.
Aliás, essa é uma grande diferença das plantas carnívoras para as outras plantas. Até porque, as demais plantas obtêm a energia necessária para sobreviver através da fotossíntese e da retirada de nutrientes do solo.
Outro diferencial dessas plantas é que, ao contrário das plantas comuns, as carnívoras não servem de alimento para outros tipos de animais. Nas verdade, elas invertem esse papel.
Sobretudo, para ser considerada como uma planta carnívora, ela deve apresentar características como, atrair presas, capturá-las e, em seguida, digeri-las. Inclusive, existem controvérsias quanto a isso. Pois, se levar em conta essas características, pode ser que exista uma diversidade de plantas carnívoras.
Porém, alguns estudiosos não consideram que todas as plantas que fazem um dos processos, e até algumas que passam por todas essas etapas, sejam consideradas carnívoras. Portanto, de modo geral, não existe um consenso sobre as classificações de algumas espécies.
Carnívoras ou Insetívoras?
A priori, podemos destacar que a fonte alimentar dessas plantas não se limita apenas à de origem animal. Até porque, assim como qualquer outro integrante verde do mundo vegetal, elas também realizam fotossíntese.
Inclusive, elas só ingerem insetos para complementar a alimentação. Ou seja, para compensar a carência nutricional do ambiente em que vivem.
Por isso, muitos ainda preferem classificá-las como plantas insetívoras. Justamente porque suas principais presas são insetos, como moscas, formigas e pequenos besouros. Porém, as plantas maiores conseguem capturar anfíbios, répteis e até pequenos mamíferos. Ou seja, essas fazem jus ao nome.
Tipos de plantas carnívoras
Sobretudo, como já dizemos, as plantas carnívoras são peculiares e bem diversificadas. Porém, para que você entenda melhor sobre elas, separamos essas diversidades de acordo com algumas classificações e tipos de plantas carnívoras.
Assim sendo, a primeira que vamos destacar é quanto as suas folhas. Em seguida, falaremos a respeito da captura de alimentos.
Folhas armadilhas
Basicamente, as plantas carnívoras possuem folhas modificadas, que inclusive, são chamadas de armadilhas. Assim sendo, essas folhas armadilhas possuem formatos diferentes e também podem agir de formas diferentes. Como por exemplo:
- Armadilhas jaula ou mordedoras: São acionadas quando a presa encosta nelas. Assim sendo, elas fecham e prendendo a presa;
- Armadilhas de sucção ou sugadoras: A presa é “sugada” para uma parte interna da planta quando entra em contato com ela;
- Armadilhas ascídios, jarros ou urnas: Têm formato similar a jarras e no interior têm um líquido digestivo;
- Armadilhas colantes ou adesivas: Têm glândulas “colantes” espalhadas pelas folhas, ou então, por toda a planta, que prendem a presa.
Captura das presas
A priori, as plantas carnívoras, como já destacamos, são vegetais especializados, exóticos e com características anatômicas e fisiológicas particulares.
Assim sendo, diferentemente dos outros indivíduos do reino vegetal, elas não procuram por alimentos. Na verdade, elas atraem suas presas da mesma forma que as flores atraem seus polinizadores.
Ou seja, as plantas carnívoras atraem através do odor de néctar e das cores chamativas. Inclusive, é justamente por isso elas possuem uma aparência mais exótica e fascinante ao mesmo tempo.
Além do mais, podemos destacar que existem algumas espécies que refletem luz ultravioleta e luz polarizada que só os insetos conseguem ver.
Assim sendo, a armadilha delas é, exatamente, o fato de serem atraentes, coloridas e cheirosas flores. E, dentre elas, existem classificações distintas, de acordo com o movimento que fazem para capturar as presas.
Confira agora:
- Plantas carnívora ativas: Essas se movimentam para capturar as presas;
- Plantas carnívoras passivas: Essas não se movimentam para capturar as presas;
- Plantas carnívoras semiativas: Essas realizam movimentos, mas não para capturar o alimento e sim para auxiliar na digestão e absorção dos nutrientes.
Reprodução das Plantas Carnívoras
Primeiramente, para se reproduzirem, assim como a maioria dos vegetais, elas utilizam as suas sementes. Além da polinização, por intermédio de animais como abelhas e pássaros.
Sobretudo, ainda podemos destacar outros métodos. Como por exemplo, o método in-qua, que ocorre quando você cultiva as sementes em copo com água destilada.
Além deste, podemos citar também o método leaf-cutting. Basicamente, ele consistem em cortar um pedaço da planta com o intuito de gerar outra. Porém, esse método deve ser executado com mais cuidado e precisão. Até porque nem todas conseguem se reproduzir dessa forma.
5 exemplos de plantas carnívoras
1. Dioneia
Basicamente, essa planta da família Droceraceae é originária dos pântanos alagados da Carolina do Norte, nos Estados Unidos. Sobretudo, ela é também a mais conhecida de todas as espécies de plantas carnívoras. Até porque sua aparência despertou a curiosidade de inúmeros estudiosos.
A Dioneia, aliás, é também conhecida como vênus-papa-moscas. Porque ela possui uma bocarra e pode medir de 5 centímetros a 15 centímetros de altura.
Além do mais, essa planta fica com sua “boca” aberta o tempo todo, aguardando comida. Inclusive, elas só as fecham quando seus filamentos sentem a presença de uma presa em potencial. Depois disso, em segundos, elas prende, e esmagam o alimento.
Essa planta pode ser cultivada em jardins ou terrários, inclusive, na sua casa. Além do mais, elas conseguem sobreviver em torno de 20 anos.
2. Drosera
Essa planta, a qual possui cerca de 194 espécies, é da família Droceraceae, e vive melhor nos solos ácidos dos Estados Unidos e da África do Sul. Sobretudo, é uma planta com aspecto rústico. Até porque, ela possui “tentáculos” cobertos por “pelinhos” e uma substância pegajosa.
Inclusive, essa substância pegajosa, pode ajudá-la a se alimentar. Pois, quando a presa pousa em suas folhas, sua haste se enrola e leva o inseto até o centro da planta, onde ele é digerido. Inclusive, isso facilita pois, quanto mais o bicho tenta sair, mais ele prega e se enrosca na planta.
3. Sarracenia
Basicamente, essa planta possui cerca de 15 espécies classificadas. Ela faz parte da família Sarracenia e é originária da América do Norte. Porém, são mais encontradas nas regiões da Flórida e do Canadá.
Sobretudo, essas plantas são muito resistentes e adaptáveis a climas extremos e rigorosos. Além do mais, elas possuem uma flor, a qual só aparece na primavera, e que exala um cheiro que atrai insetos polinizadores.
Já, o seu corpo, lembra um copo. Basicamente, ele consegue armazenar água das chuvas e diversas substâncias digestivas nesse recipiente. É ali, inclusive, que elas extraem o que precisam de suas presas.
4. Nepenthes
Basicamente, essas plantas possuem aproximadamente 130 espécies. Elas são típicas das regiões asiáticas de Madagascar e Sri Lanka. Vale destacar, aliás, que essas plantas são também conhecidas como copo de macaco.
E sim, o apelido faz jus à elas. Isso porque é comum que os macacos as utilizem como copo para beber água da chuva que se acumula em suas folhas.
Outro detalhe interessante sobre elas é que, além do formato de jarro ou copo, elas conta ainda com uma espécie de tampa em sua abertura. É esse mecanismo, aliás, que faz com que ela tenha controle do que captura.
Sobre suas presas, é dentro desse recipiente que elas as digerem. Basicamente, elas possuem, em seu interior, “pelos” que prendem os bichinhos que caem lá dentro, impedindo que eles subam de volta para o exterior.
Vale destacar que, como o seu tamanho é variável e modifica de espécie para espécie, existem aquelas que possuem armadilhas um pouco maiores. E, por conta disso, acabam gerando um certo acúmulo de presas no seu interior. Por isso, é possível que essas plantinhas tenham um odor não muito agradável.
5. Utricularia
Primeiramente, essas plantas possuem aproximadamente 618 espécies e fazem parte da família Lentibulariaceae. Além do mais, são plantas aquáticas. Por isso, podem ser encontrado em 5 continentes.
A principal característica dessa planta, aliás, é sua aparência completamente diferente das demais plantas carnívoras. Isso porque elas são bem parecidas com as orquídeas.
Sobretudo, essa espécie possuem um formato garrafal, e geralmente são pequenas. Inclusive, outra característica dessa planta é o fato de hibernarem durante o inverno, para resistir ao frio.
Aliás, estas são consideras as mais rápida dentre todas as carnívoras na captura de suas presas. Pois, elas usam a sucção para capturá-las. Além disso, elas dispõem de mecanismos com pelos e filamentos sensíveis, os quais podem ajudar na captura.
Como cuidar de planta carnívora
Após, escolher a sua planta predileta, vale a pena mostrar todos os cuidados necessários que você precisará ter com ela. Até porque, essas plantas exigem cuidados diferenciados. Mas, calma, nada é muito complexo.
Cuidados necessários
- Primeiramente, recrie da maneira mais fiel o habitat natural da sua planta carnívora;
- Lembre-se, nunca use solo rico em nutrientes para a sua planta carnívora;
- Portanto, faça uma combinação de musgo, areia e pó de xaxim para plantá-la;
- Lembre-se também de deixar sua planta carnívora próxima a janelas para capturar presas e pegar luz do sol;
- Mas, introduza aos poucos, a sua planta à luz solar forte;
- Mantenha o solo constantemente úmido regando-o todos os dias;
- Dê preferência ao uso de água da chuva ou água destilada para regar sua planta;
- Nunca adube o solo da sua planta carnívora;
- Evite vento em excesso e umidade baixa do ar. Pois, isso pode ressecar as plantas carnívoras;
- Não cutuque as armadilhas das plantas carnívoras. Até porque, isso faz a planta gastar energia desnecessária e também pode acabar matando-a;
- Não alimente a sua planta carnívora;
- Faça o replantio quando as plantas carnívoras se tornarem muito grandes para o vaso ou quando o musgo começar a se decompor;
- Na hora do replantio tenha cuidado com as raízes da sua planta carnívora, elas são bem frágeis;
- Prefira fazer o replantio durante a primavera. Pois, é uma época que as plantas carnívoras costumam se desenvolver mais.
Curiosidades das Plantas Carnívoras
1- São plantas inofensivas ao homem
A priori, como já dissemos, apesar de terem aparências exóticas, e serem classificadas como plantas “comedoras de gentes”, elas são totalmente inofensivas ao homem. Inclusive, elas foram classificadas dessa forma, justamente por se alimentarem de seres vivos. Porém, só se alimentam de insetos e em alguns casos outros animais.
2- Mentiras no filme A Pequena Loja dos Horrores
Esse filme, do diretor Roger Corman, produzido no ano de 1960, sustentou o mito de que as plantas carnívoras podem comer pessoas. Esse filme, aliás, virou musical em 1980, e foi regravado para o cinema em 1987.
Basicamente, esse filme conta a história de uma planta nascida a partir do cruzamento de outras duas espécies diferentes. Porém, como o mundo da ficção não tem limites, ela não só falava, como também gostava de ingerir carne humana.
3- Talvez, elas não sejam medicinais
Primeiramente, ainda não é garantido que elas podem ser medicinais. Porém, algumas pesquisas afirmam que as enzimas digestivas dessas plantas servem como agentes úteis na prevenção de bactérias e fungos.
4- Charles Darwin e as plantas carnívoras
A priori, o naturalista Charles Darwin, criador da Teoria da Evolução das Espécies, publicou o primeiro livro dedicado às plantas carnívoras. Esse livro se chamava “Insectivorous Plants”.
Inclusive, em 1875, ele declarou: “eu me importo mais sobre a história da Drosera do que com a origem de todas as espécies no mundo”.
5- Fantasias com as plantas carnívoras
Sobretudo, como existem inúmeras histórias criativas e imaginárias sobre essas plantas, é muito fácil de encontrar a imagem delas em obras de arte, estampas de roupas, privadas de banheiro, filmes, games, brinquedos, ou outros.
6- Brasil contém cerca de 90 tipos diferentes de plantas carnívoras
A priori, o Brasil é o segundo país com maior número diversificado de plantas carnívoras. Tanto é que você pode encontrar cerca de 90 tipos distintos delas por aqui. Inclusive, ele só perde para a Austrália.
7- Planta Flor Cadáver
Essa planta, natural da Indonésia, também é conhecida por Amorphophallus titanum. Basicamente, ela é considerada a maior planta carnívora do mundo, tanto é que ela pode chegar a 6 metros de altura e pesar até 75 kg. Porém, o que mais chama a atenção dessa espécie é justamente o fato de possuírem um cheiro forte.
Inclusive, elas exalam esse cheiro para atrair insetos carniceiros. Ou seja, um misto de carne podre com fezes.
Outra curiosidade sobre essas plantas é fato de conseguirem viver por até 40 anos. Porém, elas só florescem cerca de duas vezes.
8- A planta que produz a maior flor do mundo
A priori, a planta Rafflesia arnoldii é conhecida por produzir a maior flor do mundo. Inclusive, assim como a Planta Flor Cadáver, ela é originária da Indonésia.
Aliás, ela é mais também conhecida como Flor Monstro. E, o apelido é justificado, já que essa flor pode chegar a 1 metro de diâmetro e pesar cerca de 10 kg.
Outra característica semelhante com a Flor Cadáver é o seu cheiro peculiar, semelhante a carniça. Basicamente, ele ajuda na atração de insetos e na polinização. Além disso, ela produz um líquido pegajoso que prende os insetos para sua alimentação.
Vale destacar que essa planta é conhecida por ser parasita. Pois, sobrevive sugando nutrientes das raízes de uma árvore chamada Tetrastigma. Aliás, ela não realiza fotossíntese, não possui caule, raiz e nem folhas.
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Fontes: Plantas carnívoras, Viva decora
Imagem de destaque: E-konomista