Desde o incio de 2019, uma pauta está presente na vida daqueles que acompanham jornalismo científico: a movimentação do campo magnético da Terra. Apesar de normalmente se movimentar devagar, nos últimos meses ela começou a se deslocar com uma velocidade muito acima da média.
Por isso, muitos cientistas estão correndo contra o tempo para atualizar o World Magnetic Model (WWM), modelo que prevê a localização do norte magnético do planeta e sua distância do norte verdadeiro. Ele é o responsável pela orientação de aviões e navios, principalmente na região do extremo norte do planeta.
Sem esse modelo, não tem como saber para onde se está indo. Ciaran Beggan, um geofísico da British Geological Survey que trabalha na atualização do modelo, disse a imprensa britânica que: “Percebemos que particularmente em torno do polo norte magnético, os erros no modelo se tornaram grandes demais para serem úteis”.
Polo Norte do Canadá para a Rússia
Ciaran Beggan, em entrevista ao jornal The Guardian, contou que nos últimos 400 anos, o polo magnético norte da Terra permaneceu no Canadá. É possível saber disso devido a registro de bordo de navios antigos.
“Até os anos 1900, ele se movia talvez dezenas de quilômetros, indo e vindo. Mas nos últimos 50 anos, começou a se mover para o norte e, nos últimos 30 anos, começou a se acelerar. Passou de cinco a dez quilômetros por ano para 50 ou 60 quilômetros por ano hoje. Agora está se movendo rapidamente para a Sibéria”, contou Ciaran Beggan.
Motivo
Segundo cientistas, essa aceleração se dá pela formação de uma corrente estreita no núcleo externo líquido da Terra. O núcleo de ferro-níquel é tão quente que flui como água criando o campo magnético e arrastando-o pelo planeta. “O polo norte magnético foi pego neste jato e está empurrando rapidamente para a Sibéria”, disse Beggan.
Já o Polo Sul está se movendo de maneira mais lenta, uma vez que o liquido flui de forma diferente de seu oposto.
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Fonte: Galileu
Imagem: Rádio Regional
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