Publicano: quem foi e sua função no Império romano

Publicano era o nome dado aos cobradores de impostos e tributos na época do Império romano. Por serem abusivos e desonestos, eram odiados pelos fariseus.

Publicano era o nome dado ao responsável por cobrar os impostos, tributos ou taxas alfandegárias na Antiga Roma Imperial. Em suma, os cobradores de impostos eram muito detestados e rejeitados pelo povo judeu. Pois, os judeus não admitiam a cobrança. De acordo com os fariseus, que tinham a função de zelar pela doutrina hebraica, tais cobranças iam contra a Lei de Moisés.

Ademais, os publicanos são mencionados em várias passagens da Bíblia no Novo Testamento. Além disso, essa classe trabalhadora costumava agir de forma desonesta e inescrupulosa. Dessa forma, era comum alguns dos publicanos cobrarem em demasia das pessoas. O que prejudicava aos poucos cobradores honestos que tinham.

De acordo com estudiosos, existiram dois tipos de publicanos. O primeiro eram os gerais, responsáveis por velar pelos tributos cobrados dos judeus ante o imperador. Já o segundo tipo, eram os representantes de cada região. Geralmente eram membros da própria população. Sendo considerados desonestos e pecadores diante da Lei Mosaica.

Dessa forma, com o passar do tempo, o termo publicano começou a englobar todos que trabalhavam com finanças públicas e seus funcionários. Enfim, a palavra publicano acabou adquirindo um sentido desagradável e torpe. Então, começou a se usada para se referir a todos os servidores sem escrúpulos, que adquirem riquezas de forma ilícita. Inclusive, alguns hebreus chegaram a constituir um partido, liderado por Judas, o Gaulonita, que tinha como objetivo combater a cobranças de taxas públicas.

Quem foram os publicanos?

Pr. João Vicente

Os publicanos eram cobradores de taxas públicas para o império romano e, por serem em sua maioria corruptos, eram desprezados pela população. Inclusive, na Bíblia há passagens em que Jesus é muito criticado por conviver com esses cobradores de impostos. Em suma, os publicanos eram responsáveis pela cobrança de impostos e tributos de seus compatriotas.

O governo de Roma usava esses impostos para manter o império romano. No entanto, o valor cobrado da população era muito alto. Dessa forma, o império enriquecia, enquanto o povo ficava na miséria.

Os judeus eram contra essas cobranças, por acharem que ia contra a Lei de Moisés. Por isso, se sentiam traídos pelos publicanos, que tinham a reputação de desonestos. Devido a esse fato, os fariseus se recusavam a conviver com publicanos, para não serem contaminados.

Inicialmente, o Império Romano cobrava dois tipos de impostos, o imposto direto e o imposto indireto. Em suma, o imposto direto era cobrado sobre as terras e os indivíduos. E era recolhido pelo próprio império através de seus agentes regulares. Enquanto que o imposto indireto era cobrado sobre as importações e exportações. Além de tarifas rodoviárias, pedágios de pontes, portos etc. Eram os publicanos que venciam o leilão público que cobravam esses impostos.

Significado de termo

Thais Fernandes

A palavra publicano usada no Novo Testamento traduz o grego telones. Cujo significado é ‘cobrador de taxas e impostos’ ou ‘arrendatário’. Inicialmente, antes de 200 a.C., existiam os publicani romanos, que eram diferentes dos publicanos mencionados na Bíblia. Em suma, os publicani romanos ou ordo publicanorum, geralmente viviam na capital do império romano.

Ademais, eles eram responsáveis por arrendar em leilões, promovidos pelo governo romano, os direitos de arrecadação das rendas públicas de províncias e regiões. Isso, mediante o pagamento de certa quantia de repasse ao tesouro público. Portanto, o publicani romano se comprometia a entrar para o tesouro público (in publicum). E foi por isso que receberam esse nome.

Enfim, geralmente os publicanos romanos pertenciam à aristocracia romana e podiam vender parte dos direitos de arrecadação que recebiam. Também podiam empregar outros agentes de coletas subordinados a eles, que normalmente eram nativos das regiões onde cobravam os impostos.

Dessa forma, os cobradores de impostos centrais pouco se envolviam com as províncias, deixando a cargo de seus subordinados. Entretanto, muitas vezes o próprio governo precisava intervir, pois os publicanos pertenciam a um sistema corrupto e abusivo.

Contexto histórico

Pe. João Carlos

O publicano mencionado na Bíblia se trata dos coletores subordinados aos contratadores, portanto, eram nativos da região. Devido às praticas de extorsões com cobranças abusivas, os publicanos eram extremamente odiados pelos judeus. Além disso, os judeus os consideravam traidores de seu próprio povo. Pois os publicanos serviam de forma voluntária seus opressores, ou seja, o império romano.

Ademais, os publicanos também eram odiados por questões religiosas.  Como seu trabalho exigia contato frequente com povos gentios, para os judeus eles eram impuros. Por isso judeus e fariseus os evitavam. Entretanto, os fariseus eram hipócritas. Já que defendiam o legado de Moisés, mas, não aceitavam conviver ou dividir a mesa com um publicano.

Essa animosidade entre judeus e publicanos fica bem clara em algumas passagens do Novo Testamento. Por exemplo, quando Jesus convida Mateus, um ex-republicano para compartilhar uma refeição com ele.

O que deixa os fariseus inconformados (Mt 9:11). Outro exemplo é quando Zaqueu, também publicano, se converte ao Cristianismo e devolve uma quantia exorbitante que ele havia cobrado dos judeus (Lc 19: 1-10). Por fim, João Batista recomendava aos cobradores de impostos que não cobrassem das pessoas nenhum centavo a mais do que era devido (Lc 3:12-13).

Jesus e os publicanos

JW.org

Na Bíblia, há inúmeras passagens que deixa claro que Jesus nunca rejeitou ninguém que quisesse segui-lo. Isso incluía os publicanos, que para Jesus eram pessoas que precisavam muito da salvação. Dessa forma, Jesus costumava fazer amizades com publicanos, visitando-os em suas casas e comendo junto a eles na mesa. O que era considerado pelos judeus como inaceitável. Mesmo não aceitando sua conduta, Jesus oferecia aos publicanos a chance de mudarem de vida (Mt 9:11-13).

Certa vez, Jesus contou uma parábola sobre um publicano e um fariseu. Em suma, o fariseu agradeceu a Deus por ser melhor e mais santo do que um publicano. Já o publicano reconheceu que era pecador e pediu por perdão. Então Deus perdoou o publicano arrependido. Mas, o fariseu arrogante não foi perdoado (Lc 18:13-14).

Enfim, de acordo com a narrativa bíblica os cobradores de impostos eram pessoas sensíveis ao chamado do arrependimento. Ao contrário dos religiosos fariseus. Que se apoiavam em sua própria justiça (Mt 21:31,32; Lc 7:29; 15:1; 18:13,14).

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Fontes: Info Escola, Respostas, Estilo Adoração

Imagens: Pr. João Vieira, Wikipedia, Thais Fernandes, Pe. João Carlos

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